quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

COMÉRCIO: QUANDO A CRISE APERTA...





Ao que consegui saber -que, pelos vistos, não há um rosto para encabeçar o movimento-, com muita espontaneidade, está em marcha uma série de iniciativas para levar ao conhecimento da Câmara Municipal de Coimbra o estado decrépito a que chegou o comércio na Baixa. Em surdina é pedido a quem noticia que não se dê uma ideia de “desgraça” ou parecer que quem vende é um “coitadinho” -acima de tudo que o orgulho de bem-parecer numa classe que já foi não se perca. É preciso cuidar da imagem. Nada de exageros. Homessa!
Hoje mesmo, cerca das 17h00, convocada por um comerciante, andou nesta zona baixa uma equipa do Correio da Manhã/CMTV a recolher imagens e depoimentos de vários profissionais do comércio, que, a seu modo e forma de sentir, contaram como estão a passar este momento de grande aflição no Centro Histórico.
Para além disto, está a passar de boca-em-boca a convocatória para uma manifestação em frente à porta da autarquia, no próximo dia 20, quarta-feira, em que, simbolicamente, serão entregues as chaves dos estabelecimentos ao presidente da edilidade, Manuel Machado -que, como é óbvio, quase apostava que não irá falar com os manifestantes.
E mais, segundo o porta-voz do movimento que prefere não ser identificado, através de vários meios de comunicação, incluindo as redes sociais, vai ser recomendado a todos os lojistas que, em solidariedade, encerrem os seus negócios entre as 16h30 e 17h30, mesmo que não se desloquem aos Paços do Concelho.
E mais ainda, aos que não se deslocarem e encerrem as portas durante uma hora, será pedido que coloquem na porta da sua loja a seguinte mensagem:

Manifestação de comerciantes feita de inércia camarária


A NATUREZA É LIXADA...

Sobretudo através do blogue, ando há vários anos a alertar para o que está acontecer. Há alguns comerciantes -agora preocupados e, a toda a pressa, a fomentarem acções de protesto- que, apelidando-me de alarmista, até deixaram de me falar. Agora, com o fogo a chegar à sua porta, no estado de empobrecimento em que caiu o comércio de rua, já consideram que afinal (infelizmente) tinha razão nas minhas chamadas de atenção e, em cima do joelho e sem planeamento, é preciso fazer uma manifestação na rua. Depressa! -invocam em apelo.
Com sinceridade, não me dá prazer nenhum que, ainda que tardiamente, fosse reconhecida a hecatombe em marcha. Sem dúvida, já se deveria ter tomado posição e feito alguma coisa. Para muitos, como é de calcular, já vai tarde. Por muito que me custe, afirmo: pela falta de coragem que sempre reinou nesta classe, os comerciantes têm o que merecem!
Para terminar, se acredito que este presidente (que temos e que alguém elegeu), Manuel Machado, é capaz de tomar alguma iniciativa a favor dos comerciantes? Não, não acredito. Ele está preocupado com a Baixa mas é com a sua cosmética, o estado das ruas, rotundas e zona do Convento de São Francisco, na margem esquerda. Com a vida financeira dos negociantes, creio, pouco lhe importa. Afinal o seu ordenado está sempre garantido. Como dizia o outro: votaram nele, não votaram? Então, gramem-no! Coimbra tem o que merece!


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