sábado, 2 de setembro de 2017

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (17)

(Foto do Diário de Coimbra)




Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo.


Reactivar com eficácia as câmaras de videovigilância na Baixa
a) Uma vez que o processo de autorização está “pendurado” na Comissão Nacional de Protecção de dados, aproveitar para pedir um aumento do número de aparelhos captadores de imagens a distribuir pela zona histórica, Alta e Baixa.


Como já escrevi muitas vezes, o plano de instalar as câmaras de videovigilância -12 para segurança pública e 5 para visionar o trânsito-, em 2009, surgiu para tapar o sol com a peneira. Ou seja, como em 2008-2009 houve uma vaga de assaltos sem precedentes na Baixa e os comerciantes lesados, alguns deles com vários arrombamentos no currículo, mobilizaram-se e, apresentando-se na Assembleia Municipal e no Executivo Municipal de Coimbra, fizeram pressão sobre o poder político, este, encabeçado por Carlos Encarnação, tirou este coelho da cartola. Na prática, e respeitando outras opiniões mais avalizadas, este projecto de segurança, que custou mais de 150 mil euros ao erário público, nunca apresentou resultados que justificasse a sua utilidade -apenas num caso, à desaparecida perfumaria Pétala, se provou que a prevenção funcionou. Passado cerca de um ano, por volta de 2009, a PSP prendeu o gangue e, naturalmente, a paz regressou a esta zona velha, ou pelo menos para valores que já tinham existido anteriormente. Então, nos anos seguintes, foi uma overdose de aproveitamento político para todas as entidades, incluindo a PSP. A criminalidade estava sempre a descer... à custa das câmaras de videovigilância, para fundamentar o investimento público, mas que, pelo que se dizia e escrevia, nunca funcionaram com eficácia na visualização feita pela polícia.
Foi assim que passou a haver uma concorrente à Rainha Santa Isabel. As pessoas passaram a virar-se para a santa videovigilância. Os comerciantes pediam segurança através de uma oração, tinham fé, acreditavam, e o milagre realizava-se.
Então, depois de se saber o que está acontecer agora, que por falta de licenciamento por parte da Comissão Nacional de Protecção de Dados estão desactivadas pelo menos desde 2016, o que é preciso fazer?
Primeiro, que as autoridades aproveitem esta pausa burocrática para pedir um maior número de câmaras e que, para além da Baixa, abranjam também a Alta;
Segundo, mostrem que, depois de implantadas na PSP ou outra entidade, vão mesmo funcionar e não vão continuar a ser um faz-de-conta para enganar os tolos;
Terceiro, que não nos tomem por parvos. Pode ser?
Vale a pena pensar nisto?


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