quinta-feira, 13 de julho de 2017

A MINHA LÁGRIMA É MAIS SOFRIDA QUE A DO VIZINHO

Foto de Tai Pio Zhu.
(Foto de Tai Pio Zhu)



Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era comunista.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afetou
Porque eu não era operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
de alguns padres, mas como
nunca fui religioso, também não liguei.
Agora estão me levando,
Mas já é tarde."
(Martin Niemöller (1892-1984)

Sempre que constato um endémico egoísmo de alguns cidadãos, que só se importam com a enxurrada quando a água começa a entrar na sua porta, vem-me à ideia o extraordinário poema de Martin Niemöller.
Se pedirmos a estas pessoas que se manifestem sobre um problema que está a afectar a vizinhança, respondem que não têm nada a ver com a vida dos outros. Não é com eles. Dar a cara isso é para quem escreve. No fundo, bem no fundo, até desconsideram quem defende o colectivo. Mas quando os ventos mudam, “ai nossa senhora do amparo me valha”, aí estão eles a pedir à Santa, a todos os santinhos e até ao parvo do escriba que os ajudem na aflição. Para onde os devemos mandar? Para o Inferno?

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