segunda-feira, 5 de setembro de 2016

MACHADO, SABE-LA TODA, PÁ!

(Foto do jornal Campeão das Províncias)





Hoje, segunda-feira, durante a manhã, com pompa e circunstância, Manuel Machado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, acompanhado de vários vereadores, apresentou à imprensa, visando o público, os cinco novos autocarros adquiridos para engrossar a frota dos SMTUC, Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra. Os veículos, da marca Temsa, tem uma lotação de 107 lugares, cada, e estão apetrechados com rampa de acesso a cadeira de rodas.
Durante todo o dia, como peixe fresco a secar ao Sol, as cinco viaturas, por vezes acompanhadas de motoristas, estiveram expostas no terreiro em frente à Câmara Municipal.
Pode ler a notícia completa, aqui, no Campeão das Províncias.

UM ESTRANHO PERFUME NO AR

Sabemos que todo o procedimento, individual ou colectivo, -mesmo o “dolce far niente”, agradável ociosidade, ou a negação da própria política- a começar na educação e acabar nas opções ao longo da vida, redunda em acto político, na polis, cidade, burgo que persegue uma perfeição inalcançável. Somos sempre um resultado, positivo ou negativo, da escolha ideológica dos que nos precederam e dos que, influenciando, nos acompanham na relação entre o cidadão e o poder instituído.
Ora, a ser assim, quer dizer que Manuel Machado, mesmo que não fizesse este foguetório todo em torno da compra dos novos autocarros, não deixava de estar a realizar um acto político. Mas, fazendo alarde noticioso do seu feito, o presidente da autarquia transforma uma mera acção de tesouraria, de Deve e Haver, em notório acontecimento público.
Pode interrogar-se: não pode fazê-lo? Claro que pode. Se na política ainda houvesse alguma ética, mais que certo, esta declaração de compra e venda não seria apresentada assim, com todo este show off, mas com uma simples notícia em jornal.
Podemos ainda perguntar: e os que o antecederam foram diferentes no estilo? Não senhor, se não foram piores -lembro a questão do Metro ligeiro de superfície-, utilizando as mesmas armas de propaganda panfletária, foram iguais. E aqui é que reside o húmus da questão, muda a cor mas não muda o procedimento. Ou seja, baralha-se (indo a votos) para tudo continuar na mesma. A sensação de vazio é enorme. Perde a política, perde a cidade, perdemos todos.
Está de ver que o cheiro a eleições anda no ar.


1 comentário:

Gabriela Patrício disse...

Bem se estão parados é porque não eram precisos, certo????!!!!