terça-feira, 6 de setembro de 2016

ESTA NOITE TOCOU À LIMPEZA PÚBLICA






Ao alvorar do dia, por volta das 07h00, algumas ruas da Baixa, na zona do Largo da Freiria, foram lavadas a jato de água.
Se o contrário, asfalto muito sujo, é notícia, naturalmente, pelo equilíbrio necessário, uma acção de limpeza também o deve ser. Por isso mesmo dou conta do facto.
As queixas sobre a sujidade nas vias públicas, ruas, ruelas e becos, são imensas -acusando os serviços de inoperacionalidade-, de tal modo que até foi assunto há cerca de três semanas na reunião do executivo.
Eu que escrevo sobre esta “doença” colectiva, que alastra há vários anos na sociedade portuguesa, gostava de ver iniciativas camarárias, sobretudo no verão, no sentido de colocar, por exemplo, desempregados oriundos dos centros de emprego nas ruas a sensibilizar os residentes e transeuntes para a necessidade de se respeitar o espaço público, que é de todos.
É evidente que tudo deveria começar no berço, na educação, mas, está de ver que os mais velhos são piores que as crianças e só se conseguirá alguma coisa através de uma formação teimosa e coadjuvada com coimas. É uma dor de alma verificar que, em qualquer parte do país, um(a) fumador(a) que esteja a fumar arremessa a pirisca para o chão. Se se estiver a comer sentado num banco de um qualquer jardim público, poucos são os que se levantam para depositar os detritos no espaço reservado. É uma necessidade absoluta fazer alguma coisa para que se alterem os (maus) hábitos de muitos portugueses. É evidente que só com disciplina rígida, elevando a coragem de aplicar coimas, se conseguirá alterar este estado caótico.
É lógico que o problema não será transversal a todas as cidades e vilas portuguesas -algumas que conheço, sobretudo para sul, são um bom exemplo para as restantes a norte.
Já para não relembrar a vizinha Espanha. Os seus centros histórico, talvez em maioria, são um quadro de honra para a Europa.
Quando me lembro da limpeza urbana vem-me logo à ideia um acontecimento que guardei na memória. Em 1980, creio, na primeira visita à China de um chefe de Estado português, coube a Ramalho Eanes fazer as honras da casa lusa. Então, numa visita, acompanhado de pessoal da imprensa, um dos jornalistas portugueses acabou de fumar e mandou o filtro para o chão. Imediatamente um agente chinês obrigou o prevaricador a ajoelhar e apanhar o resto do cigarro e colocar no reservatório apropriado -não tenho a certeza, mas esta notícia foi narrada no desaparecido “O Jornal”.
Como está de ver, passados mais de 35 anos, continuamos os mesmos porcalhões.







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