quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CÂMARA VOLTA ATRÁS NA LOCALIZAÇÃO DA FEIRA DE ARTESANATO





Anunciada em Junho a mudança da Feira de Artesanato Urbano pelo pelouro da Cultura, dividindo a sua realização pelas ruas largas da calçada e com as praças e largos da denominada baixinha, tudo indica que, mais uma vez sem passar cartão aos comerciantes da zona envolvente, a Câmara Municipal de Coimbra arrepiou caminho e voltou atrás.
O Cartaz de apresentação deste próximo evento, que se realiza no próximo dia 10 de Setembro, segundo Sábado do mês, apresenta as Ruas Visconde da Luz, Ferreira Borges e Largo da Portagem como palcos da alegoria.

MAS QUAL FOI A MOSCA?

Uma ideia do falecido vereador da Cultura Mário Nunes, há vários anos que o certame funcionava nas ruas largas, entre a Praça 8 de Maio e o Largo da Portagem. Com o desemprego a crescer e a desviar cada vez mais pessoas para as artes, a consequência deste aumento foi o espaço ficar cada vez mais repleto e ensanduichado com vendedores. Esta consequência levou a algum descontentamento de comerciantes estabelecidos naquelas artérias a entregarem na autarquia um abaixo-assinado. Argumentavam em sua defesa que, por um lado, os artesãos, pelo elevado número, lhes tapavam as montras, por outro, uma vez que concentrava muito público e as ruas estreitas, em baixo, ficavam vazias de transeuntes, juntando o útil ao agradável, seria de bom tom, como quem diz de boa-vontade distribuindo o bom e o mau pelas aldeias, o pelouro da Cultura dividir a festa do artesanato por todos.
Ora, perante a solicitação popular, o que fez a edilidade na pessoa, presumo, da vereadora responsável pela pasta? O pior que um político, autista -sem ofensa para os ditos-, arrogante e que não consulta ninguém, pode fazer. Sem planear, sem levar em conta os prós e contras, como quem sabe tudo, ou, no limite, a medida pode ser encarada como uma espécie de castigo para os peticionários, sem anúncio público, a feira realizada em Junho desapareceu da calçada e os vendedores foram colocados em ilhas, nos largos da baixinha. Sem qualquer indicação para os visitantes, foi assim que foram colocados, quase uns em cima dos outros, alguns vendedores na Praça do Comércio, outros nos Largos do Romal, da Freiria e do Poço. O resultado disto foi que a medida em cima do joelho não agradou a ninguém e, como é óbvio, só poderia mesmo dar asneira grossa. Isto é, se continuasse nos mesmos locais, os vendedores de artesanato -que, tal como os comerciantes tradicionais de rua, são os artistas que animam a cidade e ninguém lhes paga pelo espectáculo- não compareceriam e os lojistas, certamente, iriam metralhar o Paço do Concelho. Então, nesta cidade onde o poder local não faz ideia do que é a política, não falando com os intervenientes na procura de uma solução melhor para todos, a resolução foi matar a deslocalização logo à nascença. E tudo isto num silêncio avassalador. É uma pena termos responsáveis políticos assim. Em boa verdade também não vale a pena lamentar. Ipsis verbis, temos o que merecemos!

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