sexta-feira, 15 de julho de 2016

DAR UM POUCO DO NOSSO INTERESSE PARA O COLECTIVO





Hoje, cerca do meio-dia, uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, foram chamados para transportar uma idosa, moradora no Largo da Freiria, ao hospital. A viatura ficou estacionada no Largo do Poço. Enquanto percorriam a pé a meia centena de metros até à residência da enferma, as imprecações e os lamentos dos soldados da paz eram audíveis e visíveis no rosto em trejeito de contrariedade: “porra! Um dia destes acontece uma tragédia e ninguém quer saber! Para chegar aqui foi um problema sério por causa da parcial ocupação das ruas estreitas. Para sair vai ser a mesma coisa. É sempre assim!
Começo com uma ressalva, hesitei muito antes de escrever este texto. Não é a primeira vez que plasmo sobre este assunto. Por que é assim, se não escrever a contar o que se passou, se acontecer mesmo algo grave um dia destes, estarei a ser conivente; se escrever (como acabou por acontecer), mais que certo, sendo mal interpretado, os visados vão perceber (mal) e pensar que, para além de lhes querer mal, estou contra a sua permanência. É óbvio que nada me move contra a ocupação de via pública. Aliás, é um pouco da identidade da Baixa comercial e deve manter-se a qualquer custo. O que entendo é que cada comerciante, desligando um pouco do seu individual interesse egoísta, deve salvaguardar o bem maior que é a protecção colectiva, a defesa consubstanciada na segurança de todos. Se colocassem o nosso bairro acima do maior empenho nem era preciso dizer nada. Pelo princípio da reciprocidade, tudo era feito automaticamente e sem reparos desnecessários.
Pelas informações que me vão chegando, até sei que os agentes da fiscalização municipal, muitas vezes, por compreenderem as dificuldades do comércio dito tradicional, têm sido esmerados na sensibilização. Neste aspecto, saliento em nome da verdade, nada há apontar-lhes. Para estes funcionários que cumprindo ordens superiores, e muitas vezes numa discricionariedade louvável, conseguem transcender a sua função de fiscalidade, em nome de todos, o nosso muito obrigado.

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