terça-feira, 30 de dezembro de 2014

LEIA O CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS...



Leia aqui o CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS desta semana.

Na página "OLHARES... POR COIMBRA E PELO PAÍS", na rubrica "NÓS POR CÁ..."  leia  o texto "A SOMBRA DO PODER". 
Na rubrica "COGITANDO SOBRE..." deixo também a crónica "BOM ANO NOVO AOS LEITORES".



OLHARES... POR COIMBRA E PELO PAÍS

NÓS POR CÁ...

A SOMBRA DO PODER


 “O seu artigo de opinião, na óptica de quem o lê, é completamente tendencioso e desajustado, notando-se, claramente, que a sua independência é uma treta!
Vejamos, por exemplo:               1) O Sr. escreve acerca do Presidente da Câmara de Coimbra como se tratando de alguém que nada tem a ver com a cidade, um puro engano! 2) O senhor sistematicamente lança desinformação, nunca sequer citando o estado em que o município estava aquando da entrada do Dr. Manuel Machado para a Câmara Municipal de Coimbra.
3) O caso do Convento de S. Francisco, o estado em que se encontravam os SMTUC, o caso da Empresa Municipal de Turismo de Coimbra, entre outros casos, isso a si, já não lhe interessa!
O Sr. é o profeta da desgraça e somente sabe escrever mordazmente contra o Presidente da Câmara! Boas Festas”
Depois de, na semana passada, ter escrito no blogue um texto com o título “Mensagem de Natal do presidente da Câmara Municipal de Coimbra aos comerciantes da Baixa”, recebi o comentário que transcrevo em cima, na íntegra. Sobre o que plasmei, era uma crónica mordaz, sarcástica, dura até, admito, onde pretensamente e até ao fim do texto –aqui já declarava ser uma brincadeira- ironizava com a situação. Fazia crer ser uma justificação presidencial, sobretudo, pelo facto da Polícia Municipal (PM) ter andado todo o mês de dezembro a patrulhar o Largo das Olarias, junto à Loja do Cidadão. Embora já tivesse escrito n’O Despertar sobre este absurdo comportamento, ainda que legal mas discriminatório, o que me indignou e levou a repetir com mais veneno corrosivo foi o caso de até na terça-feira, antevéspera do Natal, várias viaturas terem sido presenteadas com multas.
Na prosa que publiquei no mais antigo semanário de Coimbra interrogava que razões havia para impedir o estacionamento temporário naquele largo? A praça, com a arquitetura que apresenta, foi concebida para deixar passar o Metro Ligeiro de Superfície e está à sua espera e assim há 14 anos. Ora se não há metro –e pelos vistos não haverá nunca-, o que pode justificar manter um espaço vazio tão fundamental e fulcral para a Baixa da cidade e com a PM a andar a metralhar diariamente quem ali encosta? Bem sei que não será o caso mas, especulando, entre outras, poderemos pensar que é uma medida discricionária para empurrar os automobilistas para os parques circundantes que, por serem demasiado onerosos, estão muito longe de estar completos. Com sinceridade, penso que esta vontade camarária assenta somente numa decisão que, de uma forma facilitista, visa financiar os cofres da autarquia. É evidente que quem dá a ordem, sabendo que está a prejudicar toda uma área comercial que luta para se manter viva e a sacrificar quem nela trabalha, não está a fazer política mas sim gestão. Por isso mesmo, a meu ver, a sua função está trocada. Deveria ceder o seu lugar e deixar a política para quem sabe e tem rasgo.

O FILHO QUERIDO E O BASTARDO?

Ainda que façamos por não sermos tendenciosos e especulativos, o que poderemos pensar quando lemos notícias assim, como esta no Diário de Coimbra (DC), de terça-feira 30 de dezembro: “Trânsito complicado junto ao Forum” – Acessos ao centro comercial registaram grande afluência nos primeiros dias de saldos”. Continuando a citar o DC, “Tal como no domingo, o trânsito nas imediações do Forum Coimbra foi ontem de grande intensidade, num vaivém constante, com carros mal estacionados um pouco por todo o lado. (…) Estacionar era quase um “salve-se quem puder”. Perto das 16h00, a Polícia Municipal de Coimbra passou por lá mas não parou.”

ALGUÉM SABE O QUE SE QUER FAZER DISTO?

De uma vez por todas e sem papas na língua, é preciso dizer que a culpa da Baixa da cidade estar no estado em que está deve-se à falta de política que não houve nos últimos vinte anos. A motivação foi sempre estender a urbe até ao infinito, criando à sua volta ilhas isoladas autossustentáveis sem pontes a ligar a cidade velha, deliberadamente deixando cair o centro histórico numa degradação escandalosa. A intenção foi mostrar o todo tapando as mazelas com uma peneira para se mostrar que Coimbra é modernaça e tão importante como o Porto e Lisboa, que somos uma metrópole, que devemos ter um metro ligeiro e outros avanços tecnológicos. O que importa é o parecer. O ser, as pessoas, os munícipes, os pequeníssimos investidores, nunca contou nesta equação. Não é por acaso que toda a pequeníssima indústria, como pequenas oficinas, extinguiram-se desta parte velha. Pouco importou se a pouca indústria existente em redor do círculo urbano fenecesse e o comércio tradicional, por consequência, vá atrás. Estas questões nunca preocuparam os edis da Praça 8 de Maio. O que interessa mesmo é continuar a fazer obra de betão, adquirir coleções de arte, fazer festas para que o circo mediático continue a entreter o povo e deixar o nome bem sublinhado em panóplias de novo-riquismo.
Mesmo considerando as alegações apresentadas em cima, os problemas desta zona comercial tradicional de excelência, que deveria ter merecido, desde sempre, um tratamento de exceção, são e sempre foram mais políticos que económicos. Desde os princípios da década de 1990 temos tido presidentes da Câmara sem visão holística, escolhidos pelos partidos apenas em estratégia para ganhar as eleições, com soluções retalhadas de fogacho e projetos mais pessoais, de ascensão a outros voos, que coletivos. Os resultados, em catástrofe, estão à vista de quem se der ao trabalho de abrir os olhos. Nenhuma cidade, com timoneiros assim, pode prosperar e dar prazer a viver nela.

PODE O ESTACIONAMENTO AJUDAR?

Voltando ao Largo das Olarias, no texto que escrevi para o jornal, até sugeria que se colocassem parquímetros a pagar com um valor residual para a primeira hora e nas seguintes já com preço normal de estacionamento público de modo a que desse tempo a qualquer visitante para poder tratar dos seus afazeres.
Ora, se tivéssemos gente na edilidade preocupada com a revitalização comercial da zona histórica e com quem cá vive, seria de supor que haveria um retrocesso na ação. Sabe-se que, na maioria das vezes, só vê as coisas quem está de fora da decisão e sente as suas consequências. É por isso mesmo que quem escreve com espírito de cidadania, sem partidarismo e apenas com a cidade no seu objeto, blogueres ou colaboradores de jornais, deveria ser acarinhado porque está a fazer um serviço altruísta de mensageiro. Porque os jornais locais diários, devido à crise de meios, estão cada vez mais cerceados na ação. Só acorrem à grande notícia e, salvo exceção, pouco se apercebem do sofrimento do citadino comum. É aqui que o “escrevinhador” tem um papel fundamental na divulgação da pequena história do homem da rua. Se consegue expressar-se e é suficientemente louco para se aborrecer, gratuitamente, tendo em vista somente o bem comum, está a levar ao decisor o sentir da comunidade. Mas muitas vezes o efeito é contrário. O recetor político gerador da ordem, julgando-se iluminado, torna-se insensível e na sua cegueira, confundindo cedência com fraqueza, alheando-se do clamor popular, não faz as alterações que deveria fazer. Para piorar uma relação que deveria ser profícua, sente-se incomodado pela sombra que este emissário relança. Então, salvo exceções, dispara em duas direções: num ostracismo premeditado, ignora completamente ou, no limite e como neste caso, insulta mas sempre a coberto do anonimato. Nunca dá a cara, porque é gente sem galhardia, sem princípios, capaz de tudo até, fazendo-se passar por outro, elogiar e comentar notícias que lhe digam respeito, incluindo, através da intriga, envenenar o chefe para tomar o seu lugar. Embora saibamos quem são, sem generalizar, estão nestes lugares públicos apenas tendo em mente os seus interesses. Por isto mesmo, nem é de admirar tratarem estes “colaboradores” assumidamente como inimigos. Vamos longe com gente assim?


COGITANDO SOBRE: BOM ANO NOVO AOS LEITORES

Um novo ano está a entrar pela nossa casa sem pedir licença. Não vou escrever a desejar que nos saia o Euromilhões mas tão só que tenhamos saúde, este bem tão precioso e que só lhe damos valor quando nos falta, algum dinheiro e sobretudo algum amor. Sem dúvida que precisamos de meios financeiros para fazer face às nossas necessidades, mas verdadeiramente precisamos de ter vigor, robustez física para trabalhar, e então muito amor. Nunca como neste final de ano senti tanta tristeza em muitos dos meus amigos. São homens com mais de cinquenta anos que foram tocados por divórcios e que a solidão está a minar-lhes este final e começo de outra época. Sem qualquer pejo choram como nunca vi chorar assim alguém. Para eles, para todos aqueles que nesta época de recolhimento são tocados pela memória, pela nostalgia, para todos os leitores que leem O Campeão que não desanimem, contem comigo e com toda esta vasta equipa para vos ajudar a tornar os dias que se aproximam melhores. Boas Festas!



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