sábado, 15 de novembro de 2014

O LAGO DOS CÊNTIMOS





Há dias baptizei a rotunda alagada existente na Praça 8 de Maio como o “Cinzeiro” -alegoria ao fumador, mártir da Pátria e além-fronteiras -quando as havia, é claro- que em defesa da causa, do seu vício, preferindo quebrar que torcer, por ele, abdicando da saúde, se entrega nos braços do fumo e por ele morre. Ora, nunca até agora houve alguém a lembrar-se deste herói esquecido. Tanta medalha por dá cá aquela palha, ou uma ervita, e nem uma para o fumante.
Ora, como há sempre gente reaccionária e que não pode com o fumo alheio, está de ver e mais que certo, sabotou o meu plano. Ou, às tantas e se calhar, não concordou com o nome –ou, sei lá, para me desprestigiar como criador de alcunhas- e não foi de modas, jogou lá para dentro uma mão cheia de cêntimos. Provavelmente a querer dizer que “Lago dos cêntimos” é mais apropriado. Como não sou egoísta, e por outro lado como o monumento ainda não foi inaugurado, cá por mim, pode ficar com esta nova denominação.

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