quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ERGUE-TE DÁ UMA MÃO NESTE NATAL



O projecto “ERGUE-TE”, um movimento que tem por missão ajudar mulheres em situação de risco, desestruturadas da família e em contexto “prostitucional”, que além de defender a sua dignidade e fomentar uma nova filosofia de vida, gratuitamente, presta apoio social, psicológico e jurídico a quem o solicitar.
Com sede no Edifício Azul, no Largo das Olarias, junto à Loja do Cidadão, desde ontem e até 16 de Dezembro, está a realizar uma venda de Natal no rés-do-chão do mesmo edifício onde está implantado. A funcionar entre as 10 da manhã e as 19h00, um sorriso espera quem transpõe a porta. Quer pela causa nobre que desencadeia fenómenos de partilha e solidariedade, quer por serem artigos muito baratinhos, a verdade é que a procura está a exceder a oferta. Até parece que a austeridade não existe para quem entra no salão de exposição. Mesmo com a crise que se vive é interessante verificar a afluência em busca de uma prendinha. Tentar justificar esta atracção é o mesmo que acreditar que quem compra um pequeno artigo, por um ou dois euros, misturando egoísmo e alteridade num forte abraço, sente que está a colaborar para uma causa humanitária de largo espectro social.
Aproveitei a presença de uma senhora de meia-idade que estava a pagar. Sob anonimato, aceitou dar-me umas palavras. Pelas roupas simples, notava-se, era de origem humilde. Por cerca de 10 euros, levava para casa uma sacada de artigos, uns manufacturados pelos imensos voluntários, outros doados por gente que quer participar. Coloquei-lhe a seguinte questão: o que a levou a vir à loja da “ERGUE-TE” e adquirir esta mercadoria?
“Todos os anos venho cá e, embora tenha dificuldades, deixo o meu contributo. Sei que este projecto faz um bom trabalho de interajuda ao próximo. Uma pessoa sente-se bem a colaborar. O bem é um sentimento que nos transcende e se propaga até ao infinito. O bem traz o bem. Entende? Conheço uma rapariga que, há vários anos, andava aí na rua a prostituir-se. Começou a frequentar um dos vários cursos desta instituição de solidariedade, reconquistou a dignidade, e agora luta com uma força incrível. Só gostava que visse o brilho novo e intenso dos seus olhos!”


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"Aceita um abraço?"

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