segunda-feira, 31 de maio de 2010

O PÁTIO DAS CANTIGAS DE MAIO




 O sítio onde moro é um encanto. É um velho pátio no subúrbio da cidade. Ali todos se conhecem –ou pelo menos julgam conhecer-se-, todos são amigos de longa data, e, por isso mesmo, se preciso for, qualquer um dá um braço pelo vizinho.
 Nem precisaria de grandes explicações, até porque todos conhecem, mas como sou minucioso vou fazer a planta geográfica e topográfica. Quem é que não conhece o Pátio das Cantigas? Claro, todos! Estão a vê-lo, não estão? Pois, é assim um rectângulo, talvez com cinquenta metros de fundo por vinte de largo. Estão a visualizar? Posso continuar? Então avancemos para bingo que se faz tarde. Então, estão a ver no meio aqueles pequenos canteiros? Sim esses! Estão um bocadito “p’ro” abandonados, nota-se sim. Desde que o “ti” César morreu o nosso pátio nunca mais voltou a ser o que era. Continuando, como sabem a maioria daquelas pequenas casas pertencem ao Anacleto “Emigra”, estão a ver quem é? Para que estou eu aqui com tantos pormenores se o homem é mais conhecido que o Papa?
 Continuando a fazer o desenho, como quem diz, do nosso pátio, do lado esquerdo mora o Abílio, aquele que trabalhou na Poceram, estão a ver quem é? Agora, já há uns anitos valentes, profissionalmente, é “Papa-Cursos”. Verdade! O rapaz é muito aplicado. Já tirou 15 e ainda não fica por aqui. Quando ele passa, lá no átrio, as pessoas até começam a gaguejar, eu seja ceguinho se não é verdade, ficam na dúvida se o deverão tratar por doutor Abílio.
Na casa a seguir ao “Papa-Cursos, mora o Aguinaldo, é brasileiro, trabalhava na construção civil, mas o patrão entrou em dificuldades e fugiu para Espanha. Agora o Aguinaldo, diariamente, desconstrói o sonho que tinha arquitectado para arranjar uns “óreos” e poder comprar uma casinha em São Salvador da Baía, lá no “Braziú”.
Mesmo ao lado, naquela casinha amarela, quer dizer, já foi, agora é assim da cor do burro quando foge, mora o Alcides. Não sei se conhecem, se calhar não! Pois o Alcides, o meu amigo Alcides, é um amor de pessoa. Tem um coração maior que a Fafá de Belém, quer dizer, não é assim tão bem apetrechado mas é puro mesmo. Farta-se de trabalhar só para receber o Rendimento Social de Inserção. Quando toda a gente dorme lá no pátio, o Alcides está a esforçar-se no calor da noite. Ou melhor, no frio, porque a noite é muito impessoal. E, segundo ele, trabalha muito e ganha pouco. Coitado! Às vezes chega a casa com os braços cheios de cortes. Ainda há dias me disse que esta coisa de agora todas as lojas terem grades é um problema dobrado. Diz que ás vezes não dá para o trabalho. A maioria dos comerciantes estão todos falidos. É trabalhar para aquecer. Chego a ter pena do Alcides, palavra de honra. Porra! Não está certo! O rapaz esforça-se imenso! Poderia ser perfeitamente como o Idalécio, o seu vizinho da casa ao lado, que faz o canto do rectângulo, não sei se estão a ver. Ora o Idalécio é o “calaceiro” lá do pátio, não faz nenhum! Quer dizer, não é bem assim, desculpem lá! Retiro o que disse anteriormente, porque tenho obrigação de ser honesto –sim porque para se ser sério, só se for por obrigação, não sei se me entendem?! Além de mais, o rapaz até pode vir a ler esta crónica e não vai gostar. É ou não é? Ora portanto, sendo justo, o homem até trabalha: é polidor de esquinas. E não se pense que é fácil. Só quem sabe. Só quem passa por lá é que sente os bicos de papagaio e o reumatismo na perna direita, por causa da posição de quatro que o Idalécio é obrigado a manter sempre, em função da sua abnegada entrega ao labor.
 Na casa ao lado, aquela que tem um passarito junto à porta azul-céu, estão a ver? É a menina Angelina. É um amor de rapariga, juro que é verdade. Sempre preocupada com as questões ambientais. Ainda há dias, quando foi do abate dos plátanos na Avenida Emídio Navarro, se não fosse eu a conter a sua ira tinha vindo para a Câmara Municipal com um grande cartaz a manifestar-se. Eu é que, cá com a minha léria, lá fui afagando a sua dor. Claro que eu sabia porquê: no dia anterior tinha morrido o Barnabéu, o seu pássaro de estimação com uma trombose, devido ao susto do cão da dona Arminda, a locatária do lado, não sei se conhecem…se calhar não. Continuando, a Angelina é uma rapariga multifacetada. Sério, mesmo! Durante o dia parece a Manuela Ferreira Leite com aqueles fatos mal “injorcados”. À noite, é engraçado, transforma-se completamente, então não é que parece a Ângela Merkel, com aquele grande decote até ao umbigo? Para mim, esta rapariga, pela sua mobilidade visual, é uma surpresa. Coitada, farta-se de trabalhar, entra sempre já noite avançada, com umas grandes olheiras e com o rímel todo descontrolado, parece mesmo que chora de desalento naqueles olhos profundos da rapariga. Mas o que fará profissionalmente a Angelina? Penso, penso, e não consigo chegar lá. Que deve ser um trabalho esforçado, lá isso deve ser!
Continuando, ao lado da Angelina, mora a dona Arminda, boa pessoa, um bocado cusca, mas atura-se. Está reformada da CP. Era guarda-linha ali para os lados de Taveiro. Com esta coisa das automatizações, automaticamente automatizaram a senhora Arminda e mandaram-na para a prateleira. Ficou um bocado para o rezingona, quase intratável, mas atura-se…que remédio!
 E então, era aqui que eu queria chegar: ao lado da dona Arminda moram as primas, Bárbara e Beatriz Belchior, não sei se conhecem. Se calhar não?! Então é assim, hoje, desde as oito horas da manhã, lá no sítio, é uma barulheira infernal. Parecia o concerto do Tony Carreira no “Choupalinho”, na Queima das Fitas. Eu estranhei, pela alma da minha avozinha. E porquê? Porque estas duas primas até hoje foram sempre recatadas. Parece-me estar a vê-las a caminhar para a missa das 18 horas, na Igreja de Santa Cruz. Se calhar você até já as viu. Ai de certeza! Assim muito educadinhas, com uma saia abaixo dos joelhos e uma camisola até ao pescoço, e, na mão, uma bíblia. Já estão a ver quem são? Ai não? Pensei que estavam. Continuando. Pois eu logo de manhã comecei por ficar de sobreaviso com a música. Então não era que o Quim Barreiros tinha sido convidado lá para casa com aquela brejeirice que todos conhecemos? Não sei se estou a ser claro, mas que diabo, se ao menos fosse o Padre Borga, ainda vá lá! Não sei se estão a conseguir acompanhar o meu raciocínio. Estão? Óptimo. Então vou continuar para bingo. Além da música marada, que me deixou de pulga atrás da orelha, então não é que, em toda a largura da casa, tinham um grande cartaz: FINALMENTE LIVRES! NUNCA FOMOS PRIMAS! SOMOS AMANTES!
 Como devem calcular, eu que, não é para me gabar, mas sou muito inocente, fiquei de cara à banda. Ou melhor, caí de queixos, como se ousa dizer. Fiquei sem reacção. Eu seja ceguinho se não é verdade! Mau, mas ali havia coisa. Alguma coisa aconteceu para esta rebaldaria de explosão social no Pátio das Cantigas de Maio.
Não sei se já vos aconteceu ter necessidade de descobrir uma coisa e arranha-se na cabeça, arranha-se, mas não sai nada. Já vos aconteceu? Pois era o que me estava a suceder. Estava todo mordido de curiosidade. Acreditem, no braço esquerdo já tinha uma mancha maior que a fuga de petróleo no Golfo do México. Quer dizer, se calhar estou a exagerar um bocadito, mas nunca tanto como o Carvalho da Silva nos números da manifestação da CGTP.
Foi então que liguei à Internet e a solução estava aqui, no Jornal de Notícias.

NA RUA DA MOEDA DE NARIZ NO AR...


 Para quem não conhecer, a Rua da Moeda é uma pequena artéria, com cerca de 70 metros em linha recta, e vai da Praça 8 de Maio ao Largo das Olarias, onde se encontra a Loja do Cidadão.
Agora pasme-se: esta rua, outrora movimentada pelo seu robusto comércio e casas de morada de muitos cidadãos, é hoje, quase de certeza, na cidade, o maior cemitério de prédios decrépitos e em mau estado por metro quadrado. Um caso de estudo, sem margem para dúvida! Infelizmente, para pior, uma amostra do estado em que se encontra a Baixa da cidade de Coimbra.
Nem vou falar das causas, porque já todos as conhecemos de ginjeira, a começar por esta absurda, inoperante, injusta, selvagem, paradoxal, ilógica, inconsequente, estúpida, estulta, Lei do Arrendamento Urbano. Já o escrevi aqui: pelo menos, desde 1974, todos os ministros relacionados com a pasta da habitação deveriam ser sentados com o cu no mocho e julgados por atentado ao património nacional e terrorismo urbano.
 Agora, de repente, lembrei-me de um pormenor importante: aqui na Internet circulam petições para defesa dos motivos mais néscios que há, e até algumas com fundamento de razoabilidade. Qual o motivo por não haver nenhuma a favor de uma mudança de paradigma que é tão importante para o país? Se calhar será outro caso de estudo...

PARABÉNS, CIDADE...


 De sindicalista a assessor do antigo presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado, passou pela Bissaya Barreto e licenciou-se em Direito. Neste fim-de-semana, em pugna com Paulo Valério, venceu folgadamente e é hoje o líder da Concelhia do Partido Socialista de Coimbra. Porra! Diga-se lá o que se disser, goste-se ou não do Cidade, este registo de vida é digno de um grande aplauso.
Embora nem seja seu amigo, nem tenha grande confiança com o agora eleito, daqui do meu cantinho, tenho obrigação de enaltecer a sua vitória. Num tempo em que só se apontam desgraças pessoais, é bom saber que, com muito trabalho, há sempre alguém que vence a muralha do pessimismo da cidade, urbe, logicamente.
Parabéns, amigo!

O VÍDEO DO DIA...

FORÇA, PORTUGAL!!

(Imagem retirada, com a devida vénia, do "Facebook")

UM GRITO DE SOCORRO, VINDO DA RUA DA MOEDA...




Boa noite SR. LUÍS FERNANDES:

Sou  um viciado ou talvez um "cusco" dos seus comentários, fotos e entrevistas e já não passo uma única noite sem o visitar.
     Gostaria que a minha rua  " MOEDA"  fosse mais vezes visitada por o senhor Luís, pois embora tenhamos uma câmara de videovigilância na esquina, os problemas cada vez são mais. Olhe que chegamos ao cúmulo de alguns vendedores ambulantes já virem fazer as camas e dormir no meio do Largo das OLARIAS, bem por baixo da dita câmara de vigilância.
De Sexta para Sábado, sempre que alguém se aproximava mais, os cães ladravam tanto que ninguém conseguia dormir, e hoje possivelmente vai ser a mesma coisa. Já viu isto?   Apregoam que é necessário cativar as pessoas para a Baixa e depois nem polícia, nem Governador Civil e muito menos agentes da polícia municipal. Querem lá saber da segurança dos moradores!!
             Vá lá, o Senhor que é uma espécie de salvador dos aflitos, não se esqueça de passar e de se fazer acompanhar pelo amigo " OLHO DE LINCE ", pois  estou convencido que com umas boas fotos talvez a câmara de vigilância comece a funcionar em pleno.
             OBRIGADO.

A COLUNA DO MARCO...

(Imagem da Web)




O PROBLEMA DOS “ISMOS”

 Já  há algum tempo que queria abordar este asunto. Esta semana assisti a dois documentários no Canal História, um sobre as atrocidades cometidas pelos regimes comunistas no século XX (todos, sem excepção) e outro sobre Kim Il-Sung -todo-poderoso da Coreia do Norte-, que me fez reavivar essa vontade.
 Para a reforçar ouvi na TSF uma alarvidade do tipo: «no mundial de futebol a seguir a Portugal apoio a Coreia do Norte, prefiro-os ao Brasil!», frase proferida por Jerónimo de Sousa. Isto a juntar a uma mais antiga em que afirmava que o referido país era uma democracia! Mas isto anda tudo doido? A Coreia do Norte é um dos regimes mais tiranos da actualidade. Não respeitam os direitos humanos e não existe separação de poderes, executivo, legislativo e judicial. Todas estas forças são concentradas no senhor Kim, para além da completa ausência de sufrágio popular. Ou seja, não tem uma característica democrática. Penso mesmo que estes países deveriam ser banidos deste tipo de competições.
     Efectuei uma pesquisa na Internet e a quantidade de informação acerca das ideologias comunistas e suas variantes (Marxismo, Leninismo, Castrismo, Maoismo, Trokstismo, etc.) é imensa. Aliás, estas variantes são formas diferentes de dizer a mesma coisa. As nuances comuns a todas as formas de comunismo (ou socialismo de estado, como eles gostam de dizer) são: o presidencialismo, a repressão, colectivização forçada, deportações em massa, perseguição e desaparecimento de opositores políticos -mesmo aqueles que pertencem à mesma cor política- partido único e/ou culto da personalidade, etc. Não existe no «campo marxista» um único regime democrático ou pluralista, nem um sistema que não se visse necessitado do totalitarismo, do partido único e da perseguição política.
Em relação à perseguição política, é usual a implantação do terror através de polícias secretas e campos de trabalho forçados, de modo a calar dissidentes e evitar a exposição pública. Esta perseguição estende-se a familiares e amigos daqueles que ousam pensar de maneira diferente. Pretende-se doutrinar mentalidades através da força. A eliminação da oposição é, em ultimo recurso, o extermínio total físico, literalmente. Está documentado que no século XX o comunismo fez mais vitimas do que a 2ª Guerra Mundial. Nos países do bloco de leste essa carnificina chegou a cerca de 30% da população.
     Desisti, então de efectuar um «resumo» das ideologias comunistas. Nas formas de implantação e nos crimes e atrocidades cometidas em seu nome. O espaço necessário para a enumeração dos mesmos seria enorme.
     O que me surpreende é o facto de existirem pessoas com responsabilidades sociais e políticas que continuam a fazer a apologia do comunismo e suas variantes. Verifica-se que todos os regimes comunistas actuais, para atingirem o poder, cometeram crimes. Alguns mesmo crimes contra a humanidade. Nenhum deles procura o melhor para o povo, através do sufrágio popular, essencial numa verdadeira democracia. Após atingirem o poder, a principal forma de se manterem é limitar a liberdade de expressão, manietando rádios, televisões e imprensa escrita (veja-se o caso da Venezuela, recentemente).
Na China até o acesso à Internet é limitado e controlado. Em último recurso a eliminação física de opositores políticos é a norma.
     Poderia continuar com exemplos completamente actuais, ocorridos na China, Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, etc. Continuam a matar inocentes e a manter as suas oligarquias, sim são oligarquias, veja-se na Coreia o poder passa do Kim-pai para Kim-filho; em cuba de Fidel para Raul Castro; nos outros continuam os secretários gerais do partido único. Ou seja, o poder é de família ou de facção partidária.
     Em conclusão, já que os cidadãos destes países não podem dizer o que pensam, porque não têm a liberdade para o fazer, ao menos nós portugueses, democratas, poderemos proclamá-lo e espalhar a mensagem. Bem, nem todos como já vimos em cima. O senhor Jerónimo de Sousa e seus acólitos continuam a afirmar que Fidel, Kim e Chávez são democratas.
Abraço.
Marco



sábado, 29 de maio de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)

(Foto de Leonardo Braga Pinheiro)

SDaVeiga deixou um novo comentário na sua mensagem "CRÓNICA DA SEMANA PASSADA...": 

Luís: Vale a pena pensar nisso sim senhor, e é bem verdade que é assustador pensar que os nossos filhos só vão conhecer algumas profissões dignas e cheias de encanto de livros de História e enciclopédias ilustradas (e só se for editada em Portugal por alguém com cabeça!!!)...
Em contrapartida vão conhecer os "arrumadores de carros", os "subsidiados polidores de esquinas", os "maganos" e toda a sua comitiva...
É mesmo triste...
Mas se todas as civilizações caem, quem achava que a dita "ocidental" não ia tombar também?!?
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e a vontade do pessoal é ser algo género "Robocop" ou "Inspector Gadget" - ser uma mistura homem-Máquina (com h minúsculo e M maiúsculo por causa da proporção desejada!) e viver a sua vida, marimbando-se para os outros.
Chamem-me pessimista, mas penso que a sociedade caminha para o seu fim... Em breve, "civilização", "civismo", "respeito" serão História Antiga e será banido de vez o "um por todos e todos por um", sendo queimado na cruz quem praticar qualquer acto de bondade e solidariedade...
Ou quem levante a voz contra os que teimam em levar a sua avante, independentemente do respeito devido aos seres vivos centenários que são mais conimbricences que os "coimbrinhas" que os sentenciam à morte...
Que eu me engane... 

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)



Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "MAIAS DOCES NA FREGUESIA": 


 Por acaso faz parte das minhas ideias para a Baixa os jogos tradicionais. Amigo Luís, no evento de hoje (a trabalhar) só vi o executivo da Junta de Freguesia, dois elementos do Inatel a venderem uns livros e eu, é claro, como independente da Assembleia de Freguesia.
Desde as 8 da manhã até por volta das 15 horas, nem vi nenhum representante da CMC, Câmara Municipal de Coimbra, nem da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, nem da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra.
Melhor, apareceu perto das 14.30, o Presidente da APBC, a dizer que tinha lido num Blogue que o evento acabou cedo. Até concordo, e que tinha sido um fracasso por falta de adesão. Posso afirmar que teve imensa gente a aderir; ao ponto de quase todas as tendinhas esgotarem os doces tradicionais.

(Eleito pelo Bloco de esquerda e agora independente na Freguesia de São Bartolomeu)


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Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "MAIAS DOCES NA FREGUESIA": 

De facto Luís, é difícil agradar a todos.
Posso afirmar que correu muito bem.
Mas também lhe quero dizer, que uma comerciante estava a ficar aborrecida porque tinha um arranjo floral à esquina da sua montra, o que em minha opinião até embelezava. Pois não Senhor, arranjou forma de o grupo retirar o tão bonito arranjo.
Afinal em vez de colaborarem, só atrapalham quem muito pretende fazer por esta BAIXA.
O meu amigo, sugere dois dias. Pois bem, seria óptimo se todos participassem no evento.
Já agora, na hora dos grupos cantarem, apareceu um passeio de bicicletas o qual originou interrupção do evento. Quer mais?
O senhor Presidente da A.P.B.C. Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, segundo o comentário de Jorge Neves, afirmou algo que sinceramente não lhe fica bem, a ser verdade.
Desafio a APBC, a executar mais eventos na Baixa da nossa Cidade, o que aliás lhes compete. A ser verdade a suas afirmações, damos de barato, e saber por um Blogue, é de espantar, porque o Diário de Coimbra informava. Neste li.
O importante foi realizar os "MAIAS, DOCES E CANTARES", trazer vida à Baixa, ter a participação de Turistas, Conimbricenses o resto são TRETAS.
Para o Ano haverá mais se Deus quiser. 

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COMENTÁRIO DO EDITOR: Meu caro amigo -posso escrever assim porque o somos mesmo-, vamos por partes: primeiro, sabe o quanto admiro o seu trabalho. É um exemplo para todos. Segundo, sabe muito bem que a calendarização dos eventos na Baixa estão muito mal já desde 2002, aquando o meu amigo Mário Nunes tomou posse como vereador da Cultura da Coligação por Coimbra. Escrevi, ao longo dos últimos três anos, aqui vários textos sobre esse assunto. Chegou a apresentar-se à mesma hora e no mesmo dia, um espectáculo de fados na Praça do Comércio e um evento de Jazz no Largo do Poço, que distam pouco mais de 70 metros. É lógico que o barulho de um anulava o outro. Sublinho que conheço e sou amigo de Mário Nunes. E quanto a mim foi um bom vereador da Cultura. O tempo se encarregará de me dar razão. Mas, enquanto vereador, tinha um problema que enfermam todos os que ascendem ao pódio do poder: tornam-se autistas e não ouvem ninguém.
O amigo sabe do que falo, porque várias vezes trocámos impressões sobre isto.
Ora, pelo que escrevo, já é fácil antever onde quero chegar. É urgente e necessário que a nova vereadora da cultura não seja tomada pelo mesmo vírus endémico -embora, pelo que vejo, tenho muitas dúvidas de que já não esteja contaminada. 
Todos sabemos que este ano vai ser uma jornada de contenção. Não é preciso ser bruxo para saber que não iremos ter iluminações de Natal e outras festividades que a Câmara Municipal nos habituou. Entendo e aceito a medida de poupança. Então nesta linha de pensamento o que é necessário fazer? Tão pouco quanto isto: a senhora vereadora da Cultura, Maria José Azevedo, deve convocar todas as forças vivas que actuam na Baixa e, em vez de cada um andar a fazer "punhetas a grilos", todos juntos, fazer-se um espectáculo como deve ser. Para além disso, porque é que não se aproveitam os cidadãos para ajudarem com ideias e com trabalho? Eu, o Jorge Neves e tantos outros que estão prontos se convidados?
Está na altura de, em vez de isoladamente se tentar fazer pequenas coisas, todos juntos, fazermos uma coisa em grande. Por aqui, garanto-lhe, há muita gente que está disposta a ajudar gratuitamente.
Terceiro, por um mau exemplo desse tal comerciante, não acabarão as festividades da Baixa. Serão sempre casos isolados e que assim deverão ser encarados.
Quarto, de facto é verdade o desrespeito que refere dos ciclistas. Há hora em que lá passei até uma camioneta camarária passou na recolha de papéis. Era perfeitamente despicienda tal medida àquela hora.
Quinta, falei com alguns elementos dos grupos e também eles não iam contentes pelo facto de "as Maias" acabarem tão cedo. Alguns levaram doces para casa que lhes sobrou, nomeadamente arroz doce e outras guloseimas. Só não lhe refiro os nomes porque me foi pedido para não o fazer.
Para terminar, "trazer mais vida à Baixa", como afirma, isso é que é importante, sem dúvida, mas as iniciativas deverão ser pensadas antecipadamente, com tempo, e bem organizadas. Terem uma logística comum a todas as forças vivas desta zona para se pouparem meios e serem mais eficazes no terreno. Meu amigo, isto não são tretas, é o bom senso que exige que seja assim.
Claro que a iniciativa de convergência de meios e planeamento não lhe cabem a si -o senhor faz mais do que pode, digo isto com inteira franqueza. Esta convocação cai por inteiro na senhora vereadora da Cultura. O problema, quanto a mim, já o referi em cima, é que, para não aparentarem fragilidade perante a plebe, estes eleitos, como Condores que esvoaçam no céu, continuam a olhar lá de cima cá para baixo e não se dignando falar com as pessoas que estão no terreno, que têm opinião. O grave disto, é que continuam a ser desperdiçados meios que tanta falta fazem e, naturalmente, quem sai pior disto é...a Baixa.
Abraço.

P.S. -Farei chegar estes nossos comentários à senhora vereadora da Cultura, Maria José Azevedo.


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Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "MAIAS DOCES NA FREGUESIA": 

Não podia estar mais de acordo. Este e outros eventos podiam e deviam descer às ruas mais estreitas da Baixa. Ou será que as ruas estreitas são o parente pobre do Centro Histórico?! Estão com medo de que não tenha visibilidade? Não estaremos todos a trabalhar para o mesmo bem comum?
Por exemplo: concentração na Loja do Cidadão, desfile com tocata pelas ruas da cidade, etc. 
abraço. 


O ÚLTIMO ECCO NO SILÊNCIO




 Encerrou hoje a sapataria ECCO, na Rua Eduardo Coelho. Há anos implantada nesta rua do Centro Histórico, perante os elevados custos de funcionamento, claudicou. Este estabelecimento era representante desta grande marca internacional de calçado. Segundo sei, era mesmo propriedade do importador, enquanto representante da marca em Portugal.
Até há hora em que escrevo, por andar afadigado no desmantelamento do estabelecimento, apesar de ter tentado, não foi possível trocar impressões com o representante da marca ECCO e que, pelos vistos, agora vai deixar Coimbra.
Pelo que conheço e falei antecipadamente, sei que é mais uma funcionária que vai para o desemprego.

CRÓNICA DA SEMANA PASSADA...

(FOTO DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO)








 Não sei o que têm os Sábados para mim. Ou melhor, sei que me deprimem completamente. E, naturalmente, como hoje é o penúltimo dia da semana estou profundamente sorumbático. No dia que corre, e particularmente, comparando com outros, quase em dobro, tenho os meus motivos.
Este dia parece-me sem história, aliás, como todos os Sábados. Como outro igual qualquer, parece-me o parente pobre da semana. Não sei se será simplesmente por apenas o comércio estar aberto só até às 13 horas, mas a verdade é que a cidade, mais especificamente a Baixa, fica amorfa, sem graça. Logo a seguir ao almoço, as ruas, como aldeias abandonadas, ficam desertas. Deixa de haver vida nestes becos e vielas. O que resta, como sinais dessa vida passada, são os imensos sacos de lixo e caixas abertas com detritos espalhados na calçada. Se ao menos por aqui morasse gente, este efeito de vazio atrofiante poderia ser amortizado. Mas não, pelo contrário, não há barulho. Faltam aqueles ruídos que, como companhias diárias, nos acompanham e quebram uma monotonia que é cada vez mais igual a ontem.
Nos últimos 20 anos, paulatinamente, assassinaram os centros das cidades. Tudo começou com a evasão em massa das populações para a periferia. Mas, também, em nome de medidas securitárias de saúde, acabou-se com as vendedeiras de marisco –que vinham da Figueira da Foz-; com as vendedeiras de queijo do Rabaçal; com as vendedeiras de hortaliças; com as vendedeiras de arrufadas de Coimbra; com as vendedeiras de queijadas de Pereira; com as vendedeiras de broa de Semide; as vendedeiras de galinhas; as vendedeiras de sardinha, etc. Hoje, que me lembre, só resta mesmo uma vendedeira de porta-em-porta, de bolos de Ançã, a Dona Mercês. Oxalá seja por muitos anos, mas em função da elevada idade da senhora, naturalmente, serão poucos mais.
Ora, falo nestas personagens tão típicas da nossa história recente, não só por actividades que entraram em rotura e em vias de desaparecimento, mas, sobretudo, pelos pregões que ecoavam no silêncio das vielas citadinas. Até os vendedores de cautelas, outrora tão notados pelos seus engraçadíssimos chavões proclamativos, do tipo: “é a última, quem quer a taluda?”, hoje, aqui na Baixa, já só restam dois.
Engraxadores, a mesma coisa. Estão em vias de total sumiço. Salvo erro, também já só restam dois no Centro Histórico.
Volto a repetir, falo nestas encantadoras personagens porque eram elas que evitavam que a Baixa se tornasse um cemitério de silêncio como se tornou actualmente.
Andamos todos tão preocupados, e apenas concentrados, em sobreviver a esta onda avassaladora económica que nos esquecemos dos pequenos pormenores que contribuíam para a nossa felicidade quotidiana. Filosoficamente até se pode argumentar que a felicidade está, ou não, dentro de nós. Mas pragmaticamente ninguém conseguirá ser feliz sem estas externalidades. É evidente que os costumes na sua dinâmica temporal vão mudando. Quero dizer que só se sente falta daquilo que se conheceu. Ninguém tem saudade de algo que não viveu. Isto para dizer que certamente os mais novos não lamentarão a falta de um pregão desaparecido na cidade. Evidentemente que se o seu universo cultural for o “Facebook” será lógico que se este lhes faltar cairá o “Carmo e a Trindade”. Assim como a televisão, o telemóvel, e pouco mais. O que quero dizer é que, por força desta massificação global, aos poucos, quase sem darmos por isso, a nossa cultura, enquanto povo de costumes e tradições, vai ficando mais vazia. Não devemos nem podemos esquecer que, acima de tudo, temos necessidade da nossa memória colectiva.
Se ao menos esta mudança de hábitos tornasse as pessoas mais solidárias, mais alegres e generosas, ainda vá que não vá, mas, o que me parece é que com estas novas rotinas, estamos todos a contribuir para um individualismo feroz e idiossincrático, na forma de ser de cada um, culturalmente.
Talvez valesse a pena pensar nisto…

O VÍDEO DO DIA...

UMA IMAGEM POR ACASO...



O "Carlitos" "Popó" ou "Pipí", como quiserem chamar-lhe, é uma das últimas grandes figuras típicas da cidade, e, mais propriamente da Baixa. Ainda que muitos não concordem, mas este homem fará parte, para sempre, da nossa memória colectiva.
Como a maioria, creio, gosto dele. Na sua simplicidade, não faz mal a ninguém.
Quando passo por ele, vem logo a correr ter comigo para me cumprimentar, e, no seu gaguejar muitas vezes incompreensível, lá me tenta dizer o que se passa ali e acolá. 
Hoje, quando me viu na Rua das Padeiras, quase que me arrastou para eu ver a bandeira do seu glorioso...no seu quarto. Depois de estar na eminência de ficar a dormir ao relento na rua, graças à Segurança Social o "Carlitos" está muito bem instalado na pensão Europa, na Rua do Paço do Conde. Ainda bem...para todos nós!

UMA IMAGEM...POR ACASO...

QUEM RESPONDE POR ISTO?



 Segundo o Jornal de notícias, o Inquérito da Comissão Parlamentar conclui que o Governo favoreceu a empresa J.P. Sá Couto no Magalhães. Leia aqui (link)...

MAIAS DOCES NA FREGUESIA


(Fotos e texto: "Olho de Lince")


 Durante a manhã, a Rua Ferreira Borges, junto às portas de Almedina, esteve bastante bem movimentada de pessoas. Eram as “Maias Doces e Cantares”, uma alegoria que já tem história na Baixa. Foi uma organização da Junta de Freguesia de São Bartolomeu e do Inatel –Coimbra. Teve o apoio da Câmara Municipal de Coimbra.
Segundo o Turismo de Coimbra, “As Maias é uma tradição popular que se perde no tempo e agora são recriadas pela Fundação Inatel pela Junta de São Bartolomeu, exaltam a vida e o amor, simbolicamente representados pela Primavera e pelas flores”.
Ainda citando o Turismo de Coimbra, “a 14º reconstituição “Maias Doces e Cantares” (é) uma iniciativa etnográfica que junta 8 grupos folclóricos da região de Coimbra”.
 Pareceu-me muito aquém do sucesso dos anteriores anos. Penso que, com tantos grupos folclóricos existentes na periferia da cidade, muito mais poderia ter sido apresentado. Além disso não faz sentido acabar às 14 horas. Neste tipo de eventos populares, caberão perfeitamente os jogos tradicionais populares –hoje em desaparecimento- e actividades artífices de antanho.
No último Domingo estive em Oliveira de Azeméis e, “in loco”, pude constatar o elevado sucesso de uma feira tradicional muito parecida com esta. Foi realizada, durante o Sábado e Domingo, pela autarquia oliveirense e contou com dezenas de ranchos típicos.
Eram milhares de pessoas a circular nas várias ruas daquela localidade.
 No próximo ano, quanto a mim, estas “Maias” deveriam ser repensadas para se alargar a outros âmbitos populares e poderem ocupar muito mais do que apenas as duas ruas da calçada e a Praça 8 de Maio. A bem da cidade, pelo superior interesse do Centro Histórico, é preciso alargar a outras artérias como, por exemplo, a Rua da Sofia, a Avenida Fernão de Magalhães e a terminar no Largo da Portagem. Ao mesmo tempo toda as ruas estreitas, com largos e pracetas, deveriam ser atravessadas com barraquinhas de comes-e-bebes. E mais ainda: este evento deveria ser realizado durante dois dias: sábado e domingo. Tal-qualmente como a alegoria de Oliveira de Azeméis, que foi um espectáculo a copiar por outras cidades. Às vezes, sem cair na megalomania, é mesmo preciso ver o que se faz longe da nossa porta e, já agora, pensar grande.
Tal como no tempo do anterior vereador da Cultura, Mário Nunes, continua-se na mesma. Ou seja, cada um, para apresentar festa, faz o que pode, sem ser o que deve. Isto é: é urgente reunir sinergias para, todos juntos, mostrar um bom espectáculo de rua. Se calhar, temos de ir ver o que se passa em Aveiro, Penela, Óbidos, Oliveira de Azeméis…não será melhor? Não sei…digo eu!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

TRISTEZA

(FOTO DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO)





Sinto este peso no peito,
que me mostra o pesar,
pareço ficar sem jeito,
não consigo controlar;
É um piano a dedilhar,
sonata em Ré menor,
uma guitarra a trinar,
rogando ao seu amor;
Deixa–me só, solidão,
não me faças escravo,
larga o meu coração,
leva-me até o centavo;
Se eu quero ter liberdade,
porque teimas em prender,
deixa ao menos a saudade
de nunca mais te poder ver;
Deixa-me passear na chuva,
fazer desenhos na areia,
imaginar a tua mão em luva,
ouvir o sino da minha aldeia;
Vai-te embora ó tristeza,
porque teimas em entrar,
podes ficar com a certeza,
de que nunca vais me dobrar;
Posso até recair e fragilizar,
mas não penses que venceste,
vou erguer-me e levantar,
podes crer, para mim morreste;
Deixa-me calcar a erva esverdeada,
beber do leito, água sempre a correr,
respirar a alegria da passarada,
deixa-me bailar até ao amanhecer;
Se passares por mim, olha a Lua,
não procures prender o meu olhar,
os meus olhos serão tristes, amargura,
procuram um Sol que os faça brilhar.

UMA PROVIDÊNCIA CAUTELAR CONTRA O ABATE DE PLÁTANOS


 Segundo uma comunicação no "Facebook", foi diferida uma providência cautelar contra o abate de mais plátanos na Avenida Emídio Navarro. Os subscritores da acção cautelar são apoiantes da "Plataforma do Choupal".
 Já aqui tinha falado deste assunto (ver link), embora, ressalve-se, que, seja lá por que motivos seriam, os plátanos abatidos estavam mesmo secos. Para além disso, pode ver-se nas fotos do "Olho de Lince" -o nosso fotojornalista- que há vários plátanos mortos ao longo da avenida e em frente ao Parque Manuel Braga...

AMANHÃ HÁ MAIAS DOCES NA CALÇADA


 Amanhã, nas Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges, vai haver "festarola" com doces e cantares. A partir das 9H30 aquelas duas artérias vão transformar-se em cor e animação popular.
São as "Maias Doces e Cantares", uma realização da Junta de São Bartolomeu e do Inatel -Coimbra. Estas festividades alegóricas tem o apoio da Câmara Municipal de Coimbra.
Tendo em conta o sucesso dos anos anteriores, tenho a certeza de que estaremos perante mais um grande sucesso para a revitalização da Baixa.
Não falte! É natural que encontre por lá o maior fotojornalista de todos os tempos: o "Olho de Lince". Se tiver dificuldades em receber um autógrafo, diga que é leitor do blogue, que o raio do homem -que é vaidoso como ó raio que o parta!- derrete-se todo e em vez de um até lhe dá dois e, como prémio, ainda lhe tira uma foto à "borliú"...