terça-feira, 12 de dezembro de 2017

PREVIDÊNCIA PORTUGUESA: UMA PEÇA POUCO IMPARCIAL DO DC

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(Imagem retirada da Web)




Começo com uma declaração de amor: sem pretender mostrar menosprezo pelos outros jornais que se publicam na cidade -já que sou leitor assíduo e respeito todos por igual-, tenho um carinho muito especial pelo Diário de Coimbra (DC). Pode ser, ou não, a mesma expressão de afecto que se tem sempre pelos mais velhos. O que sei é que sou assinante desde 1982.
Sempre que detecto no DC trabalhos noticiosos parciais ou, no mínimo, com um objectivo pouco claro de beneficiar alguém, tapar o sol com a peneira, sinto-me frustrado e sou tomado de uma vontade imediata de deixar de ser assinante. Todos anos, na data de renovação, em solilóquio, falando comigo, digo que não vou continuar a alimentar uma peça de teatro trágico que serve apenas os mais bem-postos na vida. Na hora de renunciar, começando a pesar a relação de amizade que durante muitos anos me ligou a Adriano Lucas, o falecido emérito director, pesando os prós e contras, reavalio a minha posição e continuo. Em balanço, lembro-me que, tendo em conta o momento de grave crise que toda a imprensa diária está a passar e o quanto é importante para a informação geral, é preciso o contributo de cada um de nós, mesmo em enorme esforço, para continuarmos a contar com os seus serviços noticiosos. A questão é: se eu me preocupo com a saúde financeira dos media, será que os mesmos, ao não fazerem o seu trabalho com independência, estão a preocupar-se comigo? Será que merecem o meu estímulo?
E trouxe à colação esta longa introdução porque hoje, perante uma notícia do DC, voltei a sentir a mesma sensação de desgaste e vontade de deixar de assinar este, ou outro qualquer jornal da cidade -já que, a meu ver, o problema é transversal. A nossa imprensa diária sofre de estigmatismo e, na hora de apresentar uma notícia, não faz nada para o esclarecimento público. É certo que podemos sempre adivinhar que estamos perante jornalistas inexperientes. Mas não é verdade que o seu trabalho é supervisionado pela redacção do jornal?
Sem mais delongas vou directamente ao assunto. Hoje, na página 5, o DC, sob o título “Lista de continuidade pretende rentabilizar (mais) o património -PREVIDÊNCIA António Martins de Oliveira, da Lista B, quer ainda um lar e concluir a farmácia social”.
Antes de prosseguir esclareço que se trata de A Previdência Portuguesa, uma reputada instituição mutualista fundada em 1929. Como ressalva, sou associado desta associação desde 1980. Acrescento ainda que no próximo dia 14, quinta-feira, vão realizar-se eleições para os três órgãos estatutários, direcção -alterado pomposamente para Conselho de Administração-, Conselho Fiscal e Assembleia-geral. Ao sufrágio apresentam-se três listas, a A, a B, de continuidade do actual executivo, e a C.
Ora, para melhor se entender, o que fez o DC sobre a apresentação da candidatura dos dirigentes da continuação e com a notícia de hoje? Em quase meia-página faz apologia, explicando e dando corpo ao auto-elogio, do actual Conselho de Administração. Às restantes listas a concurso, no início do texto, apenas faz referência no curto fraseado “Rejeitando críticas de gestão danosa e negócios ruinosos apontados pelos candidatos das outras listas concorrentes à administração da Previdência Portuguesa, o actual presidente e recandidato António Martins de Oliveira garante “honestidade” e socorre-se dos números das contas para mostrar que a instituição nunca como hoje esteve de tão boa saúde e isso deve-se à gestão levada a cabo pela actual equipa”. E nada mais diz sobre o que pensam os outros antagonistas sobre o que se passa e o que trazem de novo para mudar a Previdência. Quem são? O que pretendem? Porque concorrem três listas neste sufrágio quando em eleições anteriores quase não houve concorrência?
O leitor do DC não tem o direito de saber? E os associados da agremiação mutualista? Ou, pelos vistos, só interessa conhecer o que importa à direcção de continuidade? Enquanto órgão de informação independente, o DC tinha ou não obrigação de, em equidade e transparência, falar de todos o que se apresentam ao pleito?

TENHAM DÓ...

Pode até pensar-se que sou simpatizante de uma das outras duas listas. Sou por exclusão de partes. Enquanto associado com as suas quotas em dia, votarei em uma qualquer lista que não seja a actual. Os membros da continuidade, enquanto executivo no seu todo, não me merecem respeito nem confiança. E quando escrevo isto não estou a pensar nas acusações veladas que recebi de outra lista opositora em relação à congénere. Afirmo que esta direcção não me merece credibilidade pelo que fui apreendendo no último ano. Foi recebida uma carta anónima com acusações à actuação do actual Concelho de Administração. O que fez este executivo? Levou a carta à Assembleia-geral para ser analisada pelos sócios e pedir uma moção de confiança? Apresentou participação no Ministério Público contra o (des)conhecido autor? -que esclareço, alegadamente teria sido escrita por um membro da direcção e era muito fácil descobrir tudo. Não, o que fez foi esconder a missiva anónima de todos os associados. O assunto só foi falado numa Assembleia-geral porque eu denunciei o comportamento pouco claro deste Concelho de Administração. Mesmo assim alteraram a sua compostura? Nada, nem mesmo com a ameaça de levar o caso até às vias judiciais. O caso da carta anónima, para a maioria dos associados, vai manter-se no segredo dos deuses.

UM ORDENADO PRINCIPESCO...

Não se sabe como é que associados em pleno gozo das suas faculdades mentais podem votar numa assembleia para que o presidente do Conselho de Administração passe a auferir 1,250.00 euros e o vice-presidente 1,200.00 euros por mês. A verdade é que a proposta, depois de ter sido chumbada, foi aprovada. Pode até pensar-se que a remuneração iria trazer muitos dividendos à instituição. À minha pergunta sobre o que justificava este ordenado principesco, foi-me dito que, já que a lei dava cobertura desde que aprovado por maioria qualificada de dois terços como o que aconteceu, “o que se procurava era ter uma gestão mais profissionalizada”. E nada mais!

PROMESSA DE ESCUTEIRO...

Fica aqui escrito que se esta actual direcção de continuidade ganhar as próximas eleições, na sexta-feira, a seguir ao sufrágio, apresentarei a minha demissão de associado de A Previdência Portuguesa. Ganhe quem ganhar, estou a torcer solenemente para que seja outra qualquer. Na minha condição de associado, a actual não merece a minha confiança, e muito menos o meu voto, repito!
Quanto ao Diário de Coimbra, se continuar a ser pouco idóneo com as questões da cidade e de cidadania e não procurar uma postura mais imparcial será o último ano que assinarei as suas edições. Águas passadas, saudades de um tempo que já lá vai, não movem moinhos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa noite Luís Fernandes quando quiser pode reunir comigo... sobre esta atual direção... Maria Gonçalves...