sábado, 14 de outubro de 2017

FALECEU O JOÃO MONTEIRO (DA JOANINHA)

Foto de Ana Monteiro.
(Foto retirada abusivamente da sua página do Facebook)




Durante décadas, até Setembro de 2008, o João Manuel Morais Monteiro foi nosso companheiro diário a percorrer estas pedras milenares. Vencido por doença incurável, deixou-nos ontem aos 66 anos de idade. Morreu desta vida existencial, mas a sua memória ficará para sempre ligada à Baixa, ao seu comércio, ao seu desenvolvimento social e económico.
Com a loja de brinquedos Joaninha, em frente à Câmara Municipal de Coimbra, durante muitos e largos anos, sendo um comerciante garboso e de brio, contribuiu para que muitas crianças, através de brincadeiras, pudessem sonhar e evoluir intelectualmente. Foi neste grande estabelecimento que adquiri muitos dos divertimentos para os meus filhos e conheci o Monteiro. Certamente, quem faz o favor de ler o que escrevo, teria sido lá também que tantas vezes teria comprado imensos passatempos para os seus miúdos e descendentes.
Mas foi em 1998 que vim a conhecer mais profundamente o João. Juntamente com outros colegas comerciantes, fizemos parte de uma direcção da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, e então, sim, vim a conviver mais e, tornando-nos amigos, a reconhecer melhor o Monteiro. 
Homem de profundas convicções ideológicas, que acreditava na justiça e que a política era missão séria para quem a praticava como múnus em direcção ao bem comum, acabou por se tornar uma vítima dessa (in)justiça e, com esse acto de distrate,  um céptico e profundamente descrente com o futuro do nosso país. Resultado de jogadas eleitorais em torno do Metro Ligeiro de Superfície e também de opções erradas por si tomadas, infelizmente a vida comercial não lhe correu bem e a mágoa desse falhanço, porventura, tê-lo-á acompanhado até ao último suspiro. Se o João Monteiro, agora finado, já acertou contas, outros, aqueles que, em lugares de poder, na altura, ajudaram ao seu afundanço, inevitavelmente, pagarão também pelos seus erros. Ninguém pense que se livra do julgamento natural. A Natureza não perdoa, corramos para onde quer que seja, não estaremos livres do seu braço justiceiro.
O corpo do saudoso extinto encontra-se em câmara ardente na capela funerária da Igreja de São José. O funeral será amanhã, Domingo, pelas 12h00.
À família enlutada, nesta hora de intenso sofrimento, em meu nome, em nome da Baixa, se posso escrever assim, os nossos mais sentidos pêsames. Até sempre João! Descansa em paz!

1 comentário:

João Carlos Ferreira Gaspar disse...

Há imenso tempo que não o via, antes de se estabelecer na baixa tinha uma loja no CoimbraShopping. Era um verdadeiro senhor e um conversador nato, muitas ds brinquedos dos meus filhos foram adquiridos na Joaninha. Mais um bom homem que parte.