quarta-feira, 30 de agosto de 2017

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (14)





Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo.


Obrigar a EDP a rever a segurança de todas as caixas de derivação instaladas na via pública, na Baixa.


Para melhor explicar o que se pretende, vou contar um acontecimento recente.
Cerca das 22h00 de ontem, mais precisamente no Largo da Freiria, na Baixa, um vizinho apercebeu-se que uma caixa de derivação da EDP, colocada a cerca de quarenta centímetros do chão, chispava e soltava um som parecido com o sibilar de uma cobra. Pelo que é exigível dentro dos princípios de cidadania, ligou para as “Avarias da EDP” a dar conta da ocorrência. Como é normal, vieram os técnicos de uma firma subcontratada e repararam o “curto-circuito”. Para nossa surpresa, hoje de manhã, reparámos que a caixa, que tem um pequeno orifício para cadeado ou selo, ficou apenas encostada e de fácil acesso para uma criança a abrir e ser electrocutada. Como encarar este procedimento? Desleixo unicamente atribuído ao especialista responsável pela reparação ou, em especulação, agirá assim por ordens superiores?
Sabemos bem que em caso de acidente a empresa eléctrica é responsável civil e criminalmente. Mas isso chega? E quem perde uma criança, como fica? A perda de alguém pode ser remível por dinheiro ou cadeia?
Onde cabem os princípios da prevenção e da responsabilidade social da EDP?

E não se pense que esta caixa deixada aberta é um caso isolado. Ao lado, na Travessa da Rua Velha, está outra estrutura em piores condições. Com os fios à mostra de todos, desconhecemos se está ou não ligado à corrente. Presumimos que não estará. Mas, a ser assim, o que faz ali aquele espectáculo de fios descarnados a conspurcar a paisagem? Não deveria ser retirado de vistas?
Não percorremos a Baixa toda em busca de mais anomalias, mas será de supor que estas agora relatadas não serão casos isolados e perdidos no universo de uma cidade.
Dá impressão que esta grande empresa de electricidade faz o que bem entende e, sobretudo o poder político, ninguém a chama à razão.
Atente-se, por exemplo, nos relógios que regulam a iluminação pública. Como se sabe a partir de 15 de Agosto os dias começam a encurtar a grande velocidade. Ou seja, hoje, 30 do mesmo mês, às 20h00 as ruas estreitas ficam envolvidas por um incomodativo negrume que incute um psicológico receio. Pois, seguindo o horário do pico do verão, a iluminação pública só acende por volta das 20h30. Todos os anos, nesta altura, acontece o mesmo procedimento. É um “pormenorzinho”, um ínfimo detalhe? Pode ser, mas marca toda a diferença. Dá impressão que anda tudo a rolar ao sabor da vontade do interesse de alguns.
Vale a pena pensar nisto?

TEXTOS RELACCIONADOS

Sem comentários: