quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ó QUEIRÓS, É ASSIM QUE PENSAS EM NÓS?






A divulgação do evento foi realizada com eficácia. Os panfletos informativos foram distribuídos esta semana de loja-em-loja e transmitiam o seguinte:


Ou seja, ontem, 20 de Julho, na Praça 8 de Maio, pelas 17h30, com a presença de Francisco Queirós, vereador da CDU no executivo municipal, João Pedro Ferreira, economista, Manuel Rocha, eleito pela CDU na Assembleia Municipal, e Rui Canas, presidente da junta da União de Freguesias de Setúbal, iria ser apresentada uma “SESSÃO PÚBLICA” com os temas “Defender, Reabilitar, Povoar e Dinamizar a BAIXA!

E CHEGOU A HORA

Às 17h45, entre sentados e em pé, cerca de três dezenas de espectadores ouviam Rui Canas a falar da sua experiência enquanto autarca de Setúbal. De Manuel Rocha, anunciado como palestrante, nem sombra.

IR BEBER À FONTE

Lendo a página da CDU, no Facebook, ficamos a saber que a “Sessão Pública da CDU em Coimbra sob o tema "Defender, Reabilitar, Povoar e Dinamizar a Baixa de Coimbra". A CDU tinha como objectivo discutir a Baixa, na Baixa com quem nela está, vive e trabalha, daí a escolha da rua para realizar a sessão. O resultado foi um debate participado.”
Continuando a citar, “O diagnóstico feito foi de degradação, descaracterização da Baixa e envelhecimento dos seus habitantes. Concluiu-se que ceder às pretensões da especulação imobiliária e das grandes superfícies comerciais é contrária aos interesses dos habitantes e utilizadores da baixa. Concluiu-se ainda que a participação envolvimento da população são essenciais para encontrar soluções.”
E ainda mais um bocadinho, “O mal que se fez à Baixa ao longo das últimas décadas não foi todo feito na Baixa, mas nas novas centralidades que se produziram sem programação que não fosse a da obtenção do lucro rápido das bolhas a que os centros das Cidades foram sacrificados. É preciso inverter este rumo! "Queremos aqui ver moradores, através de soluções habitacionais de baixo custo. E os SMTUC envolvidos na solução, beneficiando – os Serviços e os cidadãos – de uma via de transporte exclusiva, potenciando um sistema de mobilidade que é um traço essencial desta Cidade. E comércio, serviços e equipamentos de Cultura e de lazer."

Ó QUEIRÓS, ESTÁS A MANGAR DE NÓS?

Em forma de amansar a fera, começo com uma ressalva, com toda a franqueza, gosto da forma humilde de ser de Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU na Câmara Municipal de Coimbra. É um tipo acessível -embora não único, é uma qualidade rara na vereação do executivo socialista. Para além disso, porque já constatei, é um sujeito sensível às questões humanitárias -para mim, premissa maior para qualquer eleito por sufrágio universal.
E agora vou às hostilidades. Vamos lá às questões:
Primeira, qual é a ideia da CDU apresentar uma sessão pública sobre a Baixa às 17h30, direccionada essencialmente para os comerciantes interessados, quando se sabe que a esta hora todos têm de estar a trabalhar nos estabelecimentos? Foi por pensar que os lojistas, neste ou noutro qualquer horário, não apareciam nem que lhes oferecessem um moscatel de Setúbal?
A segunda, cabe na cabeça de alguém, exceptuando na dos comunistas, realizar um fórum em jeito de comício na via pública num horário de ponta e intenso barulho?
Terceira este evento teve apenas por intenção não ficar atrás do movimento Cidadãos por Coimbra na resolução dos problemas da Baixa? Se foi, está cumprida a missão da CDU!

AGORA VAMOS À PÁGINA DO FACEBOOK

"Defender, Reabilitar, Povoar e Dinamizar a Baixa de Coimbra". A CDU tinha como objectivo discutir a Baixa, na Baixa com quem nela está, vive e trabalha, daí a escolha da rua para realizar a sessão. O resultado foi um debate participado.”

Perguntas tolas: se a intenção tinha como objectivo discutir a Baixa com quem nela está, vive e trabalha, é às 17h30 e, ainda por cima, na rua que se vai realizar um evento com tal propósito assim?
Os debates foram participados? Por quem? Pelos mesmos do costume?

O diagnóstico feito foi de degradação, descaracterização da Baixa e envelhecimento dos seus habitantes. Concluiu-se que ceder às pretensões da especulação imobiliária e das grandes superfícies comerciais é contrária aos interesses dos habitantes e utilizadores da baixa. Concluiu-se ainda que a participação envolvimento da população são essenciais para encontrar soluções.”

Perguntas idiotas: se o diagnóstico está feito -todos sabemos que está e há muito tempo- a conclusão não deixa de surpreender. Qual é o placebo que se toma para acabar com a especulação imobiliária? E para as grandes superfícies comerciais, que são contra os interesses dos habitantes e utilizadores da Baixa?
E já agora, camarada Queirós, qual foi o sentido de voto da CDU, no executivo, aquando da aprovação do IKEA, no Planalto de Santa Clara, numa média superfície na Mesura, junto ao Observatório Astronómico, e a instalação do Continente, na Auto Industrial?
E essa conclusão da participação e envolvimento da população serem essenciais para encontrar soluções também é fantástica, camarada! Como é que se busca esse objectivo? É a fazer eventos às 17h30 na via pública? É com um regimento aprovado na Assembleia Municipal em que para um qualquer cidadão intervir no plenário tem de se inscrever com antecedência mínima de cinco dias úteis? E se for para interferir no executivo terá de se inscrever com uma semana?
Desculpa lá, ó camarada Queirós, mas só podes mesmo estar a mangar com nós!

O mal que se fez à Baixa ao longo das últimas décadas não foi todo feito na Baixa, mas nas novas centralidades que se produziram sem programação que não fosse a da obtenção do lucro rápido das bolhas a que os centros das Cidades foram sacrificados. É preciso inverter este rumo! "Queremos aqui ver moradores, através de soluções habitacionais de baixo custo. E os SMTUC envolvidos na solução, beneficiando – os Serviços e os cidadãos – de uma via de transporte exclusiva, potenciando um sistema de mobilidade que é um traço essencial desta Cidade. E comércio, serviços e equipamentos de Cultura e de lazer.

Perguntas estapafúrdicas: Se “o mal que se fez à Baixa ao longo das últimas décadas não foi todo feito na Baixa, mas nas novas centralidades que se produziram sem programação que não fosse a da obtenção do lucro rápido das bolhas a que os centros das Cidades foram sacrificados”, o que quer isto dizer? Qual foi o sentido de voto da CDU, no Executivo municipal, ao longo destes últimos vinte anos?
Como é que se inverte AGORA -depois da destruição parcial do tecido económico, comercial e industrial? Com mezinhas? Rezando o terço? Com umas promessas a Nossa Senhora de Fátima?
Como é que se colocam aqui moradores, através de soluções habitacionais de baixo-custo? À custa de quem? Dos privados? Saberá o camarada que as rendas antigas praticadas na Baixa, em média, estão entre os vinte e os cinquenta euros?
E os imensos prédios camarários desocupados e em avançado estado de degradação?
E essa de ver “os SMTUC envolvidos na solução, beneficiando – os Serviços e os cidadãos – de uma via de transporte exclusiva, potenciando um sistema de mobilidade que é um traço essencial desta Cidade”?
Então mas ó camarada Queirós, desculpa lá, não fazes parte do Conselho de Administração dos SMTUC? Será preciso um qualquer cidadão apresentar a tua proposta no dito conselho? Homem de Deus, se o problema reside aí, falemos, carago, que eu escrevo!

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