quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA




TEXTO E FOTOS DE MÁRCIO RAMOS

É a quadra de Natal. Sei que aparentemente as pessoas andarão com mais dinheiro para fazer suas compras  na Baixa. Ou, se calhar, estarão mais disponíveis pelo envolvimento do espírito natalício. Sei também que haverá sempre alguns desbragados com ideias peregrinas de ter um natal melhor à custa de um golpe no alheio como, por exemplo, furtar uma ou outra carteira. É bom e acho fundamental que  haja policiamento  nesta área da cidade,  principalmente na zona abandonada da avenida central, no Bota-abaixo, nas ruas e becos, mas há uma questão que me provoca urticaria nos cabelos: quando era mais novo via-se policiamento a pé, hoje é raro. É verdade que às vezes passam agentes durante o dia, mas durante a noite vê-se uma patrulha de carro de vez em quando. A questão é: no patrulhamento, para estar perto do cidadão, a Polícia de Segurança Pública não deveria andar, sobretudo, a pé? Não deveria ser essencial o contacto humano?
Isto tudo porque agora a vigilância policial passou a ser feita de moto 4. Ressalvo que, evidentemente, também há algum contacto entre o agente policial e o cidadão, contudo, não é a mesma coisa. São costumes que vão sendo substituídos e que não trazem qualquer melhoria às cidades. Trata-se, como se vê, de uma medida que almeja tão só a contenção de custos.
De certo modo pode até ser compreensível, admito, mas será um meio adequado quando se propiciar uma perseguição atrás de um meliante que corre a pé e se desvia para becos e ruelas estreitas? Vejo diariamente estes novos meios de transporte na Baixa. É verdade que pode levar a um efeito dissuasor e instigue alguma segurança e o resultado seja um menor risco de contravenção mas, mesmo assim, ninguém me convence que esta substituição seja melhor e mais eficaz do que o velho método do polícia a pé.




Sem comentários: