segunda-feira, 30 de novembro de 2015

UM COMENTÁRIO RECEBIDO E UMA RESPOSTA





Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "NÓVOA EM COIMBRA":


Olá! Sou admiradora do seu blog e, desta vez, resolvi deixar um comentário.
Permita-me levantar o questionamento:
- Como foi a passagem do Professor António Nóvoa à Coimbra? Como está o entusiasmo dos Conimbricenses pela eleição?
Assinado Brasileira eternamente apaixonada por Portugal :)


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 RESPOSTA DO EDITOR

Em primeiro lugar, muito obrigada por ser “cliente” da minha “mercearia”. Aproveito para lhe dizer que são cada vez menos. Por este andar, qualquer dia, tenho de encerrar o estabelecimento por falta de interessados. Olhe que, em vez de uma sexta-feira, faço diariamente Black Friday. Como quem diz, todos os dias são sextas-feiras negras. Estou a pensar em oferecer umas prendas a quem visitar e comentar. Portanto, o andamento desta coisa está como a economia nacional: o crescimento anda pelas ruas da amargura.
Em segundo lugar e respondendo à sua questão, não acompanhei de perto a vinda do nobel professor lisboeta, apoiado por alguns sectores do Partido Socialista e por outros partidos da esquerda, uns declaradamente e outros que o farão, creio, na segunda volta, considerando que será o candidato mais bem posicionado para se bater em duelo com Marcelo Rebelo de Sousa. Portanto, com franqueza, não tenho dados para me consubstanciar e pronunciar. Pelo que vou ouvindo dos clientes, ao balcão e enquanto pedem um quilo de arroz ou bebem um licor na espera para serem atendidos pela Etelvina, melhor que pudim flan –era a telefonista e agora é mulher para todo o serviço cá no blogue-, posso adiantar que a cidade olha para os candidatos com olhar de carneiro mal-morto, como quem diz, com apatia, e até alguma desconfiança. Para esta indiferença assim do género “lá vem mais um”, estou em crer, contribuiu este penoso processo das eleições legislativas que só há pouco ficou aparentemente resolvido e o papel decisor do actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. O tempo gasto a ouvir vários sectores da sociedade portuguesa, num arrastar de indecisão, a meu ver, por um lado, contribuiu para abrir feridas mal curadas, provocar divisões e um desinteresse crescente da colectividade na política. Por outro, num exercício panfletário e discriminador, concorreu para desencadear velhos ódios recalcados contra os comunistas, que estavam armazenados num velho gavetão do cérebro e agora, pelo processo, foi trazido à tona da água.
Ainda à hora do almoço, o desabafo de um velho comerciante falido (como eu), com a barriga encostada ao balcão, foi elementar: “ó Luís, você acredita nesses gajos? Porra! Sempre o tomei por mais inteligente! Essa aliança com os vermelhos vai destruir tudo!”

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