sexta-feira, 16 de outubro de 2015

DA JANELA DO MEU QUARTO: MINUDÊNCIAS QUE SÃO GRANDES

(Para visionar o vídeo clique em cima)




Vídeo: Alex Ramos
Texto escrito a quatro mãos por Alex Ramos e Luís Fernandes

Gostava que,  resumidamente e com a sua maneira tão característica de escrever, publicasse no blogue duas questões:
 Primeiro, lembraram-se de remendar agora a “piscina” da Praça 8 de Maio. Andam a repará-la há uma semana, será que o cimento ainda não secou? Deve ser de enxugo lento. Seja como for, numa altura de grande afluência turística em Coimbra, manter o lago vazio, sem água, durante muito tempo mostra um sinal de abandono, sobretudo nestas alturas de grande afluência turística e com a Festa da Latada a decorrer. Deve-se mostrar a melhor imagem e não a pior –já depois deste texto estar escrito, verificamos que o lago da Praça já está a ser cheio com água e reposto na anterior condição. Ainda bem, mas, mesmo com esta alteração, o que foi escrito não retira fundamento.
O poder político, através de pequenas coisas, tem obrigação de desenvolver acções para fazer ver a todos que é bom viver nesta cidade milenar, rica em história. Temos uma das mais antigas e belas universidades do mundo, com a sua Biblioteca Joanina. Só agora, depois do reconhecimento da Unesco, a cidade começou a explorar o seu verdadeiro potencial turístico mas, atenção, é preciso planear e reorganizar a oferta. É preciso criar a ideia a quem nos visita que a urbe, apesar dos inúmeros “mamarrachos” espalhados pela Baixa, ainda que paulatinamente está a ser preservada. É importante que quem nos vistoria, no regresso, leve consigo a mensagem da Balada da Despedida, do 6º Ano Médico, de 1958, de Machado Soares: “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”.
Coimbra é diferente de todas as cidades de Portugal. Aqui respira-se a saudade, o romantismo, a cultura, o misticismo e, acima de tudo, a irreverência estudantil tão característica da Lusa Atenas. As suas Repúblicas vão desaparecendo e a Câmara Municipal assobia para o lado. Estes espaços deveriam ser preservados. São únicos e fazem parte da alma da cidade. Porventura, será talvez a única a ter tais características. Este património, entre outros imateriais como fado, deve ser mostrado e não -como está acontecer- somente a monumentalidade –suba-se até à colina universitária e verifique-se o amontoado de autocarros estacionados junto às faculdades e perto da Porta Férrea. Cada um pergunte a si mesmo se gosta do cenário. Se aquele local sagrado será o indicado para despejar os turistas. Talvez seja por isso que D. João III, no Pátio das Escolas, se mantém de costas voltadas para esta paisagem pouco dignificante.
Para o bem de todos, temos de ser capazes de fazer mais e melhor. Bem vemos que já se fez bastante mas temos de ser mais exigentes. Por exemplo, realizam-se as noites de verão na Praça 8 de Maio, promovidas pela autarquia, porque não fazer também espectáculos durante o dia? E até poderiam ser na Praça do Comércio, nas escadas da Igreja de S. Tiago, já que este local até possui boa acústica. Assim seria uma forma obrigatória de desviar os turistas para as ruas estreitas.
Segundo, em relação à noite, tenho para mim que a edilidade não respeita quem tem se levantar cedo para ir trabalhar. Porque digo isto? (veja-se o vídeo em cima) Acho mal as ruas largas estarem bem iluminadas durante a noite e até às 7h00. Pelo contrário, as estreitas e até a Praça 8 de Maio, no nocturno e até à mesma hora, estão envolvidas em negrume. A escuridão cria uma psicológica sensação de insegurança e para além de não se ver onde se colocam os pés. Era preciso tomar atenção ao acender e apagar dos candeeiros públicos. À noite, cerca das 19h00, começam a dar luz muito tarde –deixando a Baixa mais de uma hora em completo breu- e durante a manhã apagam-se muito cedo.
Parece-me, é uma questão de bom senso. Se estamos no Outono e os dias ficam mais pequenos é evidente que será preciso ajustar os relógios reguladores. É necessário fazer um desenho?



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