terça-feira, 27 de outubro de 2015

A TREMOCEIRA



A TREMOCEIRA


Sou a Adelaide, tremoceira,
noventa anos de vida
a moirejar em trabalheira,
p’ra não sentir na algibeira
a reforma desvalida;
No trabalho sou guerreira,
convicta de religião,
recuso a sombra da azinheira,
sou livro de cabeceira
para quem procurar lição.

VENDO TREMOÇO, AMENDOIM E PINHOADA.
REZO A DEUS PARA ACORDAR DE MADRUGADA

Para os novos sou uma canseira,
para os velhos muito atrevida,
arranjo sempre maneira
de meter a "calçadeira"
e sorrir na despedida;
Às vezes espreito a vidraça,
já não sei onde é que estou,
chego a sentir-me sem graça,
um barco que encalhou
e uma gaivota esvoaça.









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