sábado, 20 de junho de 2015

OS PRIVILEGIADOS






Há cerca de uma semana dois funcionários camarários andaram a limpar o pequeno lago do Largo do Poço e, coisa que não acontecia há muito tempo, deixaram a praceta com os repuxos a funcionar e que lhe dava uma ambiência fresca e fantástica.
Hoje, conforme as imagens que reproduzo, em cima das grades do pequeno tanque de água está um atrelado da Sagres cuja função é vender cerveja. Mesmo sem conhecer esta área, sabe-se que estamos inseridos numa zona histórica e protegida pela recente classificação da Unesco como Património Universal da Humanidade. Logo, seria de prever que, por parte da autarquia, houvesse um cuidado maior em tutelar tudo o que se faz por aqui. Mas nada disso acontece. E não acontece porquê? Porque existe nesta Baixa classificada uma certa casta de privilegiados. Quem são? Pareceu-me pressentir o leitor interrogar. Por agora não lhe dou nomes. Mas um dia destes darei. Pouco me importa que gostem ou não. Aliás, há muito que por fazer denúncias sou olhado de viés. Posso adiantar que são os que fazem o que querem da autarquia. Conseguem tudo, até chorudos subsídios camarários pagos pelo cidadão comum e distribuído pela mão larga de simpatias. E mais: nos eventos que promovem está lá sempre um ou mais vereadores. É tudo custeado pela graça de Deus, obra e graça do divino Espírito Santo. As queixas sobre o incómodo desencadeado por aqui são mais que muitas. Ninguém dorme até às duas da matina. Mas ninguém quer dar a cara. Quando falam comigo a queixar-se interrogo: posso citar o teu nome? Nem pensar, respondem. Por isso mesmo ainda não escrevi sobre o ruído que ultrapassa os níveis da decência. É certo que eu poderia fazê-lo, mas, com franqueza, para meu bem e deles, mal caio na cama durmo que nem uma pedra. Nem o barulho de um comboio me impede de fechar os olhos e sonhar que estou num país equitativo onde todos, por igual, mamam numa só teta. Mas, contrariando o poeta, sonhos não comandam a vida. O que capitaneia o sistema é o pilim, e mais nada! Pelos sonhos, isso foi quando, noutro tempo, éramos simples humanos. Agora somos seres robotizados e comandados por uma elite que põe e dispõe das prebendas e a quem deve ou não beneficiar. Portanto, com justiça, se o barulho não me incomoda não devo ser eu a manifestar o meu descontentamento. Pelo menos entendo assim. Mas irrita. Se irrita!?! Fosca-se!!

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