segunda-feira, 24 de novembro de 2014

COGITANDO SOBRE... A CONSPIRAÇÃO





O país, nos últimos dias, sofreu dois abalos telúricos na escala de Richter –como se sabe, é o modo de quantificar e atribuir um número à energia libertada num sismo. Se o primeiro, constituído pela detenção de vários quadros de topo do Estado por corrupção, andou numa magnitude de grau 7, considerado médio, embora causasse apreensão não trouxesse pânico, o segundo terramoto, a retenção de José Sócrates, na mesma escala de 10, ocorrido nesta sexta-feira –já considerada de negra pelos Socialistas- está a revolver a Nação. 
Na primeira avançada sobre a prisão de altas chefias, presumivelmente por serem funcionários e não políticos, entre eles o presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) e o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), como se fosse um acto normal de investigação, ninguém questionou ou colocou em causa a legitimidade da justiça e a sua consequência não abalou a segurança nacional. Já a segunda investida, a detenção do ex-Primeiro Ministro José Sócrates, está a dividir o rectângulo. As teses de conspiração, umas com Miguel Macedo, o caído em combate ministro da Administração Interna, e a cidade de Braga por canudo, entre outras, estão aí à mão de semear nas redes sociais. Poucos são os que estão preocupados com a nua e crua verdade. Esta passou a ser uma mera convicção ao sabor da ideologia de cada um. A sua reacção de massas é de grupo religioso. Como prosélitos, como seguidores cegos e fanáticos, estão apenas inquietados com a prisão do seu líder espiritual. Afinal, interrogo eu, que sou um bocado parvo: queremos ou não uma outra forma responsável de fazer política?

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