quarta-feira, 15 de outubro de 2014

COM ACERTOS, É PRECISO MANTER A MANGO NA BAIXA



Pela boca de um amigo ligado ao comércio, a notícia chegou-me embalada em preocupação: “já sabes que a marca Mango está em vias de desaparecer da Rua Ferreira Borges e assentar unicamente no Fórum? É mais um problema ligado a aumento de renda! Mais uma grande loja que se apaga perante os nossos olhos e, como sempre na nossa apatia, nada fazemos para o evitar. Deverias escrever sobre este assunto!”
Ao que parece, e segundo se consta, o empresário português representante da marca espanhola, na Baixa, detém dois arrendamentos para a mesma loja, com cinco funcionários, há, mais ou menos, 15 anos. Um dos prédios foi vendido há largos meses para dois investidores. Na parceria, um dos adquirentes é um nosso reconhecido empresário do sector alimentar na cidade. Na altura, por a edificação se encontrar bastante degradada e apenas com dois inquilinos, incluindo a Mango, foram realizadas obras de grande vulto e o projecto, baptizado de “Borges 9”, deu origem a um edifício universitário –residência e neste momento os andares superiores dão guarida a 18 pessoas.
Para saber o que se passa, de facto, sem fazer fé no diz-que-disse, coloquei a seguinte questão a um dos parceiros neste negócio e um dos senhorios da Mango: é verdade que o seu arrendatário está em vias de nos deixar pelo pedido exagerado de aumento de renda?
“Não senhor! De modo nenhum! O que se passa é que o nosso inquilino é, há muitos anos, parte contratual num arrendamento baixo, quase residual, tendo em conta os valores praticados nestas ruas largas. Como o senhor pode constatar fizemos aqui um grande investimento. Ora, é justo e legítimo que reajustemos o preço. Porém, aproveito a oportunidade para lhe dizer que estamos em negociação com o locatário. Posso garantir-lhe que lhe pedimos uma renda racional e de bom senso –aliás, antes de concluir a verba a propor, tive o cuidado de falar com um comerciante nesta rua e amigo que me deu uma perspectiva dos valores actuais e o negócio que se está a fazer. Embora ligado ao ramo alimentar, sou também comerciante e sinto na carne os problemas. Logo, como deve calcular, faço parte da solução. É ponto de honra, e nosso interesse, manter aqui a Mango. Somos pessoas de trabalho. Sabemos quanto custa a vida. Viemos para a Baixa para ajudar na sua revitalização. Como todos os que aqui ganham a vida, somos parte interessada na sua elevação. O seu informador pode descansar porque estamos de boa-fé. Se não houver acordo –que acredito que vai haver- a culpa não nos poderá ser assacada. Acredite em mim!”

1 comentário:

Tomas Brody disse...

Mas os investidores fizeram obras na Mango? É que quem lê fica com a ideia que sim...Mais uns xico espertos! Justificam o aumento com obras, só não dizem que não fizeram as obras na Mango.