domingo, 28 de setembro de 2014

EDITORIAL: PESSOAS BURRAS QUE NOS DIRIGEM




Hoje, realizou-se a “I Meia Maratona de Coimbra/Corrida do Conhecimento”, com partida no Largo da Porta Férrea e finalização na Avenida José Bonifácio de Andrade e Silva –junto ao Fórum Coimbra. Durante a manhã, a Baixa esteve sem acesso automóvel e praticamente sitiada. Na Estrada Nacional 1, qualquer condutor proveniente de Sul quando chegava junto ao Hotel Dom Luís, por indicação de um agente da PSP, era obrigado a retornar à origem sem qualquer indicação sinaléctica de via alternativa. Quem saía junto ao açude, a mesma coisa, era empurrado para o Fórum Coimbra. Foi um verdadeiro caos durante toda a manhã.
Não é a primeira que escrevo sobre os malefícios remetidos directamente para os motoristas sempre que há uma prova desportiva na cidade. Estou certo, quem faz estes planos sem planos deve pensar que todos os automobilistas que circulam ao Domingo são turistas de passagem e que andam a gozar o panorama. Acontece que há muita gente que trabalha neste dia e, por estes absurdos cortes, é sempre assim: vê-se em palpos de aranha para conseguir chegar ao centro da cidade. Gostava que me respondessem a várias questões: em que é que esta prova pedonal promove o património classificado pela Unesco? Para que serve o Estádio Cidade de Coimbra? Por que não se realizam lá estas provas desportivas? Por que raio é que qualquer corrida há-de sempre prejudicar a acessão à Baixa? Entre todas estas interrogações uma resposta emerge: é o populismo em toda a sua grandiosidade. Faça-se festa para o povo e ilumine-se o céu com o estalejar dos foguetes. Como sempre, alguém vai apanhar as canas e pagar a factura.
Há duas semanas o executivo municipal não aderiu ao movimento “um dia sem carros”. Quanto a mim, muito bem! E então passada uma semana faz uma coisa destas? Terá noção quem manda nestes licenciamentos nos custos económicos que tais absurdas decisões têm para quem exerce a sua actividade na Baixa?
Bem sei que estou a ser especulativo e pouco racional –no sentido de lançar uma suspeição sem provas, mas à mulher de César não lhe chega ser séria- mas é pouco claro o facto de as viaturas serem desviadas para o Fórum Coimbra. Pode-se até argumentar que todos os apoios vieram das empresas sediadas naquele Centro Comercial. Mesmo assim é pouco! Falta aqui equidistância, harmonização de interesses tendo em conta o menor dano possível para alguns, e respeito pelas empresas do Centro Histórico. É assim que se promove esta área comercial? Quem decide nestas coisas, saberá o que está a fazer? 


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