terça-feira, 3 de setembro de 2013

ATÉ SEMPRE PAULO CANHA!



 Segundo o Diário de Coimbra, Paulo Canha, de 52 anos, faleceu no Domingo vítima de doença. Conheci o Canha, entre 1999 e 2003 –saí neste ano-, quando, ele como vice-presidente e eu vogal, fizemos parte da direcção da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra. Era então o presidente desta grande agremiação o engenheiro Pina Prata.
Se todas as pessoas, por um transcendente e universal perdão, na hora do ajuste de contas final passam a ser todos bons –e ainda bem que assim é, porque significa que dentro de cada um de nós há sempre lugar para o perdão. Na morte tudo se acaba e, por isso mesmo, todas as dívidas terrenas ficam naturalmente saldadas- não é por isso que vou expressar aqui o meu apreço pelo agora extinto. O Paulo, durante os quatro anos em que privei com ele mais de perto, era, de facto uma boa pessoa. Um homem amoroso, sempre a evitar magoar alguém, com muito humanismo. Um tipo brincalhão. Apesar da sua posição estatutária, era uma pessoa simples, de trato afável e cordial. Naturalmente que nem sempre estivemos de acordo com posições ali tomadas, mas tive sempre uma boa impressão da sua humanidade. Depois disso, várias vezes nos encontrámos e sempre nos cumprimentámos com estima e consideração.
Nesta hora difícil para toda a sua família, para o seu pai, Norberto Canha, que conheço pessoalmente, gostaria de deixar aqui um abraço de solidariedade do tamanho do mundo neste momento de tanta angústia. A vida é mesmo assim. Tem princípio, meio e fim. Conhecendo o Paulo como o conheci, dando ele tanto valor à vida, quase tenho a certeza de que, nesta abrupta partida, não quereria gente a chorar. É por isso mesmo que lhe dedico este meu poema escrito e musicado no recente cd da denominada Orquestra de Músicos de Rua de Coimbra:

PROFECIA

Quando eu morrer, qualquer dia,                    
não quero gente a chorar,                                 
quero sentir alegria,                                         
de ninguém se lamentar;

Quero uma grande festa,                               
com cantares que eu cantei,                         
quero partir desta,                                          
da mesma forma que entrei;

Quero um bolo muito grande,                  
vinho tinto a jorrar,                                    
quero ter gente feliz,                                 
para me acompanhar;

A vida é uma passagem,                          
entre o nascimento e a morte,               
é um vento, é uma aragem,                    
um virar de página, um corte.

Para tristeza já me basta,                       
a vida que eu levei,                                  
agora que já estou livre,                         
quero dar o que não dei;


 



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