quinta-feira, 9 de maio de 2013

DIÁLOGOS APANHADOS, POR ACASO...




 O homem, de óculos escuros e chapéu na cabeça, a comer uma sandes e a beber um copo de tinto, de três, está recostado ao balcão da taberna mais popular das ruas estreitas da Baixa da cidade, onde as noites serenas pernoitam até ao raiar da aurora. A Mariazinha, a dona da tasca com o mesmo nome na Rua do Almoxarife, interroga: então senhor Aurélio, está tudo bem? O senhor faça o favor de se sentir à vontade. É só pedir, senhor Aurélio..”
Enquanto saboreia mais uma pinga daquele néctar, certamente confeccionado a pensar em algum repasto seráfico, retira um guardanapo, limpa a boca e diz: “Obrigada, Mariazinha! Estou muito melhor. Olhe que estava cego de fome e sede. Continuo cego, mas pronto para resistir até amanhã. Bem-haja, Mariazinha! Valeu a pena!”

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