sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A LIMPEZA E O RUÍDO NA BAIXA À NOITE



 Nesta noite passada, eram precisamente 3 horas da manhã quando um grande estrondo ecoou na Rua Eduardo Coelho, em frente ao Largo da Freiria, me acordou e certamente outros residentes. A seguir outro ribombar igual ou maior que o anterior. Levantei-me a correr da cama e, a caminho da janela, pensei: está acontecer um assalto! Foi então que vi que eram os funcionários camarários da limpeza urbana em laboração.
Há poucos meses, neste mesmo largo, cerca das 3h30 da manhã, fui acordado com o bater repetido em ferro durante mais de 15 minutos. E o que era? Dois funcionários camarários da recolha de lixo, sem material apropriado, estavam numa azáfama, batendo com um ferro, a tentarem separar o motor de um frigorífico e certamente para (se) aproveitarem o cobre. Desci e vim falar com eles. Interroguei-os se, por acaso, entendiam se aquele serviço que estavam a fazer, com todo o barulho associado, deveria ser feito ali, com pessoas a dormir. Olharam para mim, como se eu fosse um extraterrestre, murmuraram qualquer coisa, assim no género “nós não estamos a fazer barulho”, pegaram no frigorífico e “PUM!”. Num desprezo absoluto pela minha argumentação, deixaram-no cair no pequeno carro de transporte de resíduos com grande fragor.
Se todos devemos respeitar quem trabalha, sobretudo durante a noite, não é menos verdade que estes trabalhadores deverão estar sensibilizados para o mal-estar que podem causar a quem descansa. Talvez fosse bom o vereador do pelouro debruçar-se sobre esta matéria, já para não falar que, a meu ver, a recolha deveria ser feita mais cedo. Não o podendo ser por questões de logística, ou até pela “Latada”, no mínimo, pede-se algum respeito por quem mora na Baixa.

(TEXTO ENVIADO PARA CONHECIMENTO À CMC)

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