quinta-feira, 30 de agosto de 2012

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...




Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "A ERVA E O PÓ DO TERREIRO":


 Pegando na última parte do seu texto e aproveitando o pedido para fazer-mos uma reflexão sobre o assunto, vou exteriorizar o que penso, e porque penso, já que conheço a realidade da toxicodependência e os seus caminhos labirínticos.

Os locais de consumo e tráfico de droga em Coimbra vão desde o Largo da Portagem (tráfico principalmente Buprenorfina (subutex)); Largo do Romal (consumos com prevalência de álcool); Praça do Comércio (consumo e tráfico SPA); Terreiro da Erva (consumo e tráfico SPA com grande concentração de indivíduos à hora das refeições); Azinhaga da Pitorra e Fábrica Ideal e Triunfo (consumo endovenoso, prostituição).”
Estas são algumas das zonas e edifícios mais referenciados por ocupação de toxicodependentes, prostitutas e sem abrigo da cidade de Coimbra, que segundo dados oficiais, publicados no Diagnóstico de território – Baixa – Coimbra 2008,os toxicodependentes referenciados são 198, as prostitutas cerca de 100 e os sem-abrigo 70, dados estes que não andam muito longe da realidade em 2012.
No meu entender existem habitações com perigo para a saúde pública, nomeadamente os edifícios da antiga fábrica Ideal e Triunfo, onde as agulhas, seringas com resto de sangue, lâminas, frascos com metadona, comprimidos, dejectos que se misturam com os ratos que por ali vagueiam a céu aberto junto às instalações e no seu interior.
Já por várias vezes os agentes de socorro foram buscar toxicodependentes com “overdose” de heroína e os bombeiros chamados por causa de incêndios nas referidas instalações.
A toxicodependência é uma doença, quer queiramos quer não. Como tal, os doentes têm de ser tratados e apoiados tanto pelos familiares como pelas Instituições de apoio ao toxicodependente.
Eu entendo que ninguém queira ter essas instituições perto da sua casa ou estabelecimento comercial, mas deixo uma pergunta: mas querem um posto médico ou hospital perto de casa, não querem?
O problema não reside na localização dessas instituições de apoio ao toxicodependente, mas sim reside na falta de policiamento desses locais, na falta de uma intervenção rápida e eficaz com o intuito de dissuadir a venda e o consumo na via pública. Venda e consumo sempre existiu e vai continuar a existir, mas terá mesmo que ser em sítios residenciais e comerciais?
Para terminar só um pequeno alerta, nos últimos meses a Baixa de Coimbra foi “invadida” por novos consumidores e traficantes (afirmo isto porque sou da Baixa, ando na rua todos os dias, e o pessoal que vejo a consumir, traficar não são caras conhecidas pelo menos da Baixa de Coimbra e não se pode dissociar estes novos traficantes/consumidores da onda de assaltos que vêm acontecer em Coimbra.

Jorge Neves

Sem comentários: