sexta-feira, 25 de maio de 2012

ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS




“O CEGUINHO”

 Quantas vezes, nos últimos 15 anos, já o escutaram na Rua Eduardo Coelho com a sua lamúria: “tenham dó e caridade de auxiliar o ceguinho, com uma esmola, para quem não vê a luz do dia, senhor”?
É o Eduardo Ventura Neves, de 58 anos, e é cego de nascença. Vive em casa dos pais, nos Casalinhos, em Soure. É solteiro e bom rapaz. Recebe 140 euros da Segurança Social, talvez uma pequena reforma por invalidez, não sabe. No princípio custou um bocado estar a apelar ao óbolo, com o “ajudem o ceguinho, senhor!”, mas agora, já se habituou. “Se pudesse, não estaria aqui”, confidencia-me. Sobretudo agora, que, com a crise, as pessoas dão tão pouco.


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