sábado, 14 de abril de 2012

O JANTAR DO ANIVERSÁRIO DOS BOMBEIROS



 Ontem, no restaurante Jardim da Manga, cerca de sessenta pessoas cantaram os parabéns aos Bombeiros Voluntários de Coimbra. Perante um repasto muito bem servido, aliás, como já é habitual nesta célebre casa de hotelaria e que muito contribui para enobrecer a Baixa, João Silva, o presidente da direcção não conseguia disfarçar o incómodo que lhe causava este virar de costas da cidade a esta tão histórica causa como é a do voluntariado e em que se salvam bens patrimoniais e vidas. Este jantar contou com a presença de Carlos Magno, jornalista e actual presidente da ERC, Entidade Reguladora para a Comunicação, que dissertou sobre o tema “a fogueira mediática” e que foi muito bem apresentada, sobretudo pela clareza do orador.

E QUEM É QUE ESTEVE PRESENTE?

 Contrariando o jantar do ano passado, que se realizou no hotel Dona Inês e em que marcaram presença mais de uma centena e meia de pessoas, este ano foram umas escassas seis dezenas. Se no ano transacto estiveram presentes António Arnault, o Clemente, o Soares, o Rui de Almeida, o Carlos Páscoa e outras tantas sumidades da cidade e agora não compareceram é legítimo especular que o restaurante Jardim da Manga não está à altura das suas elevadas craveiras intelectuais. Ou então poderemos ainda inferir que o João Silva deste ano já não é o mesmo do ano passado. Sei lá, se calhar está mais feio –magro está de certeza, de tanto correr atrás de quem não prometeu ajudar os bombeiros  e com a mão estendida a soletrar: “uma moedinha, por amor de Deus, senhor!”
Também é verdade que poderemos adivinhar que os 15 euros para o jantar era uma enormidade para os políticos… que não foram.
Bom, mas vamos lá com calma, que, neste 2012, ainda se salvaram alguns da nossa praça. Preservaram-se o presidente da Câmara Municipal, Barbosa de Melo, a (minha diva –eu tenho lá culpa de gostar dela?) a Helena Freitas, o Rochete, o Parreirão –que me parece começar a pôr-se a jeito para ser candidato à autarquia- e o Carlos Cidade –mas vejam bem que a neta deste ilustre vereador, certamente só para chatear o João Silva, deu-lhe para nascer a meio do jantar e, apesar de vovô sair todo babadinho,  lá ficou a mesa com menos um. Isto faz-se? É a prova acabada que os mais novos não têm respeito nenhum pelos mais velhos.
Estiveram alguns presidentes de juntas de freguesia  –poucos, e curiosamente todos de fora da malha urbana.
Comerciantes da Baixa eram apenas dois –não vou nomeá-los que é para não ficarem vaidosos. Além disso ninguém me paga para fazer publicidade. Isso é que era bom!
E o resto do pessoal era quase tudo bombeiros… sei lá, quem sabe à espera que a “fogueira mediática” do Carlos Magno pegasse mesmo chama.
Resumindo e concluindo, a cidade não está virada para apagar velas e cantar parabéns. Por outro lado, é de salientar a falta de comparência dos homens do comércio. Não fica bem o que aconteceu ontem com esta desertificação. A gente já sabe que está tudo na “pelintragem”, mas, que diabo, é preciso aparentar o contrário. É ou não é?
No tocante aos políticos partidários da cidade, tenho de dizer, tenho muito que fazer –pelo menos a pensar na vida e tentar desenhar formas de me desenrascar-, mas se não tivesse, eu seja ceguinho se não lhes dava umas lições gratuitas de desempenho partidário. Então, se estes representantes não aparecem, como é que querem ser conhecidos e depois, amanhã, querem que votemos neles? E ainda há mais: será que o executivo, em peso, para dar o exemplo aos cidadãos, não deveria estar presente nestas galas de apoio? Diga-me lá, meu leitor querido, é de admirar que o comum, o “povoléu”, não compareça?


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