terça-feira, 20 de março de 2012

A PRESA

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 Ao ler esta notícia faço imediatamente analogia com o filme “A Presa” –a passar actualmente nos cinemas, é uma fita que recomendo vivamente, sobretudo a quem gosta de, no fim da projecção, sair da sala mais enriquecido sobre a condição humana. Nesta peça, sobre o homem, está lá tudo: o melhor e o pior. Só para se entender melhor na comparação que estabeleço com a notícia em destaque, trata-se de uma história que roda em torno de um caçador de lobos, frustrado com a vida e prenhe de recordações boas que essa mesma vida lhe retirou. Contratado por um grupo de extracção de petróleo para matar lobos que, naturalmente atacam os trabalhadores que invadem o seu habitat, num momento de depressão, é o grito de um destes animais que o salva do suicídio. A seguir é o regressar a casa numa viagem de avião, que se despenha no Alasca. Salvam-se 8 pessoas, entre elas o caçador de lobos. A partir daí, estes oito indivíduos, abandonados pelo grupo petrolífero, lutando contra condições adversas de muito gelo, tem a persegui-los imensas matilhas de lobos que não desistem nunca de os aniquilar até ao último homem: o caçador. É um filme brutal, forte, mas é um retrato vivo da luta pela sobrevivência, e onde nada ali falta, desde a ambição, a retratação, o virar para Deus quando já tudo falhou. Excepcional filme, digo eu –embora, saliento, que o tema antropológico já foi tratado em várias histórias do género no cinema.
Não sei se fui muito claro, mas, comparando com a notícia, aqui o Estado desempenha o papel de lobo. Sem ter em conta as condições adversas, num tempo em que só a sobrevivência eclode e todos os princípios já desapareceram, em que os valores são meros adornos de um tempo de desenvolvimento perdido, o Estado tem apenas um objecto: exterminar o cidadão. Pouco importa que uma morte ocorrida tenha por sentença uma pena suspensa ou trabalho comunitário. Isso não interessa nada. A mentira ou a aldrabice necessária para essa mesma sobrevivência pessoal ou da família passa a ser muito mais grave do que o homicídio. Era bom que este mesmo Estado, em metáfora novamente, visse este filme de “A Presa” e concluísse também que quando está em causa o morrer ou o viver, para manter a chama da vida viva, qualquer homem pacato se transforma em fera –pode-se ver isto mesmo também no filme.


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