quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

IMAGENS DO QUOTIDIANO...






 O Adelino Paixão e a sua companheira, Júlia Madeira, são personagens da nossa rua demais conhecidas. Ambos com um ligeiro desequilíbrio psíquico, embora nele seja mais patente, apesar disso, ambos, têm o seu quê de mistério e de encantamento. Ele, o Adelino, completamente despreocupado com a forma como se apresenta. Desde que lhe caia uma moeda nas mãos, não interessa de quem venha, e mesmo que trate qualquer burro, como eu, por doutor.
Ela, a Júlia, já não é assim. É uma senhora, está de ver -nestas coisas do cerimonial, creio, o homem é mais prático. Ela aceita mas não é de qualquer um. Só de quem conhece -não vá o doador pensar que pelo facto de receber é uma pedinte. Isso é que era bom! Não é a primeira vez que a Júlia, sendo acometida dos "azeites", se vira para o interlocutor e interroga: "olhe lá, você pensa que está a falar com quem? Eu sou uma funcionária pública de saúde. Está a ouvir?! Pensa que eu sou alguma indigente, ó quê?!"
Já muito escrevi sobre estas figuras que pululam por esta nossa Baixa. Como alguém disse um dia, são estas pessoas, com o seu quê de original, que evitam que tudo seja sempre igual. São, no fundo, uma quebra do rotineiro quotidiano.

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