quinta-feira, 25 de agosto de 2011

UMA CALÇADA MAL CALÇADA E DIFÍCIL DE MANTER





  Como se sabe as ruas do Centro Histórico, da Baixa –ainda um dia hei-de ver esta designação alargada também à  Alta, que aliás, é um contra-senso esta divisão territorial-, são todas atapetadas com pedrinhas de calçada portuguesa. Neste momento, talvez devido a férias de funcionários camarários, de um modo geral, as ruas estreitas e largas estão em mísero estado. Nas largas, se dermos uma volta pelas Rua Ferreira Borges e Visconde da Luz, para além do mau-estado, já atenta contra a segurança de pessoas – a meu ver, a bem de uma racionalidade e equilíbrio financeiro, estas duas ruas não podem continuar na situação em que se encontram. Ou seja, não faz sentido ser toda “bordada” a pedra artística para, diariamente, como todos os dias de manhã se pode comprovar ao longo destas duas artérias, várias dezenas de automóveis ligeiros e de mercadorias transitarem para abastecerem os estabelecimentos. O que está mal não é a necessária afluência de veículos –porque é preciso fornecer os operadores económicos-, a meu ver, o que não faz sentido é querer manter as artérias com pisos destinados a peões e serem calcadas por veículos. Em metáfora, é como colocar tapetes persas para os elefantes passarem por cima.
Os custos financeiros desta situação para a edilidade, não sei bem, mas devem ser incomportáveis. Lembro que todo o lajeado em pedra que bordam estas ruas da calçada e até à Praça 8 de Maio foram restauradas há cerca de um ano e pouco. Actualmente estão na mesma. E que solução? Pergunta você, leitor? Se estas ruas fossem minhas –porque é assim mesmo que temos de raciocinar-, eu mandaria fazer um corredor entre o largo da Portagem e a Câmara Municipal todo revestido a paralelepípedos ou calhau grosso, do que se encontra em algumas zonas da Alta e utilizado pelos nossos ancestrais, destinado apenas e só aos automóveis. Na Praça 8 de Maio a mesma coisa. Não faz sentido manter esta bonita praça toda calcetada com lajes de pedra mole para serem brutalmente destruídas pelos carros. Haja bom-senso –que além de mais poderia servir para um futuro corredor destinado a transportes públicos.
Não há dúvida que os nossos antepassados muitas lições nos estão sempre a dar. Estes pisos podem não ser muito cómodos, mas são praticamente eternos e de pouca mão-de-obra na conservação. Este actual piso da Baixa é muito bonito e cómodo, porém, em custos de manutenção, é incomportável. Em nome da contenção orçamental alguma coisa terá de ser feita. Mas, já agora, enquanto se pensa e dispensa esta ou aquela solução, é preciso mandar reparar estes imensos buracos que grassam por aqui e antes que hajam feridos.

(TEXTO ENVIADO À CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA)

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Tenha cuidado amigo Luís, ainda alguém cai no buraco e pode se magoar a sério, e o amigo ainda vai ser responsabilizado por ter denunciado esse buraco na calçada.