quarta-feira, 27 de julho de 2011

UMA COMUNICAÇÃO INTERESSANTE DA CMC



 Em 11 de Junho escrevi este texto sobre a Feira Medieval e enviei-o para conhecimento da senhora vereadora da Cultura, Maria José Azevedo, da Câmara Municipal de Coimbra.

Hoje recebi esta resposta. Naturalmente que fico muito agradecido pela comunicação da senhora vereadora. Ficamos todos a ganhar.
Eis então a informação saída do pelouro da Cultura:

Exmº Senhor Luís Fernandes

Serve o presente para acusar a recepção da carta de V. Exª relativamente à realização da Feira de Medieval, tendo tomado conhecimento da sugestão apresentada quanto ao alargamento, à Baixa da Cidade, da animação que tem lugar na Sé Velha.
Aproveitamos para informar que a iniciativa em causa não é da responsabilidade desta Autarquia mas sim da Fundação INATEL em parceria com a TC - Turismo de Coimbra, EM.
Assim, sugerimos um contacto directo com as duas entidades acima indicadas para apresentação da sugestão, que pensamos ser pertinente, passando a indicar os seus contactos:

INATEL
Rua Dr. antónio Granjo, 6
TC - Turismo de Coimbra, EM
Praça 8 de Maio

Com os nossos melhores cumprimentos.
A Vice-Presidente da Câmara Municipal de Coimbra
Profª Doutora Maria José Azevedo Santos


E A CARTA, EM FORMA DE SUGESTÃO, JÁ SEGUIU PARA AS DUAS ENTIDADES RECOMENDADAS.

DEIXO AQUI CÓPIA:



Exm.º Senhor João Fernandes
Delegado do Inatel em Coimbra

ASSUNTO: SUGESTÃO

Tomo a liberdade de levar ao seu conhecimento um texto que escrevi no meu blogue http://questoesnacionais.blogspot.com/2011/06/fui-feira-medieval-e-cigana-leu-me-sina_3394.html e que dei conhecimento à Câmara Municipal de Coimbra.
Como recebi uma amável comunicação desta edilidade a instigar-me a passar-lhe a sugestão, estou então perante V. Ex.ª para lhe deixar a ideia de, no próximo ano, a vossa/nossa celebérrima Feira Medieval de Coimbra, um sucesso reconhecido pelo seu apoio, e que, como sabe, se realiza no Largo da Sé Velha, passar a incluir em total ligação com a área muralhada também a Baixa da cidade.
Como sabe, é da experiência empírica, todas as grandes obras atingem um pico máximo de crescimento e chegado aqui acontecem dois caminhos distintos: ou se reformula uma nova estratégia de crescimento ou, inversamente, começará inevitavelmente a descer. Espero não me levar a mal por parecer aqui um feiticeiro da desgraça. Socorri-me deste aforismo apenas para melhor poder ilustrar o meu pensamento.
Com os melhores cumprimentos.

António Luís Fernandes Quintans


3 comentários:

Liliana disse...

Relativamente a esta questão, considero que falta dar o devido valor a quem a idealizou e continua a contribuir para que todos os anos esta feira se realize. Há 19 anos nascia a 1º representação de uma feira medieval em Portugal, idealizada e organizada pela ADDAC – Associação para o Desenvolvimento e Defesa da Alta de Coimbra. Desde então, esta associação, em parceria com a Fundação INATEL e a Empresa de Turismo de Coimbra organiza todos os anos a Feira Medieval que tem lugar no Largo da Sé Velha.
Sobre a questão da feira medieval se realizar, ou alagar-se à Baixa, foi uma questão em tempos colocada, quando a Igreja da Sé Velha esteve em obras e a feira foi realizada na Baixa. Nessa altura, se bem me lembro, os comerciantes da baixa, que quer queiramos quer não, parece que ainda têm muito peso nestas questões, fizeram tudo por tudo para que a feira medieval, idealizada pela ADDAC, passasse a ser feita na baixa. Lembro-me que eu, também na altura, escrevi para o Diário de Coimbra, em defesa da Feira Medieval no seu sítio original e que não fazia, nem faz sentido que ela seja alargada à Baixa.
A feira medieval, como o seu próprio nome indicada, só faz sentido exactamente no que era o antigo burgo. E por outro lado, considero que a beleza da feira é exactamente a forma como está criada e o lugar onde ela se realiza actualmente. Alargar a feira até a baixa tirar-lhe-ia todo o interessa que ela tem.
Não sou comerciante, nem da Alta nem da Baixa, sou apenas uma salatina e chibata, que ama a Alta de Coimbra com uma enorme paixão, mas que também não fico indiferente aos problemas que afligem o comércio na baixa, e continuo a comprar na baixa a frequentar os restaurantes da baixa, enfim.
No entanto, acho que a Baixa deveria pensar em outras formas de levar mais pessoas à baixa em vez de “roubar” as ideias dos outros. A APBC tem levado a cabo iniciativas de louvar, como o baile da rosa, as noites brancas, iniciativas essas que tenho ido sempre. Nessas noites, faço questão de jantar num restaurante da baixa e ficar por lá, num espaço que conheço desde que me lembro. Mas o que me entristece é que nem todos os comerciantes participem nestas iniciativas e nessas alturas encontro muitas lojas fechadas. Mas depois queixam-se!
Mas lá está, eu não sou comerciante, e a minha visão é apenas de alguém que gosta de fazer compras na baixa, no mercado, de ir a restaurantes da baixa, de alguém que já fez inúmeras entrevistas a comerciantes da baixa. ~
Talvez seja demasiado bairrista e paire em mim um sentimento de egoísmo perante a possibilidade de a feira medieval, passar a ser feita, ou alargar-se à baixa.
Peço desculpa por este meu desabafo e obrigado pelo seu blog do qual sou fã.
Queira aceitar os meus cumprimentos
Liliana

LUIS FERNANDES disse...

Começo por lhe agradecer o seu feliz comentário, Liliana. Achei muito interessante, sobretudo, porque às vezes a memória prega-nos uma partida. Eu estava na Sé Velha aquando da realização da primeira feira medieval há 19 anos e pelo envolvimento do Dr. Alfaiate através da ADDAC. A verdade é que só agora, depois do seu texto, recordei o momento, que foi extraordinário, diga-se a propósito.
Como a minha memória já não é o que era, esqueci também esse ano em que a feira foi realizada na Baixa e alguns comerciantes se manifestaram no sentido dela passar a ser realizada aqui –sei lá!, se calhar eu fui dos que manifestei essa vontade. Às tantas até teria escrito qualquer coisa no Diário de Coimbra. Sinceramente, não me lembro, mas sou muito menino para ter mandado o meu “bitaite”.
A seguir vamos à minha proposta. Começo por lhe dizer que concordo consigo. A feira medieval não deve sair do seu lugar original. Aqui, chegados a este ponto, peço-lhe, leia esta minha crónica… (clique aqui em cima).
Já leu? Agora vamos discutir a minha ideia. O que lá defendo não é um alargamento da feira medieval mas antes uma ligação a esta. Ou seja, no texto que escrevi, constatei que nesse dia de feira na Alta a Baixa estava com pouca gente. Hipoteticamente quem viesse de fora nesse dia, se não soubesse do evento na Alta, poderia não subir as escadas do Quebra-Costas. Então o que defendo nesse escrito de opinião? Uma ideia muito simples: fazer aqui na Baixa, ao mesmo tempo da feira medieval na Sé Velha, um certame de artes e ofícios tradicionais… mas contemporâneos. Composto este evento por profissões em vias de desaparecimento e outras já desaparecidas, como por exemplo o vendedor de “banha da cobra”, o latoeiro, o cesteiro, a bordadeira de Almalaguês, o sapateiro, o artesanato em geral, e teatro de rua alegórico às profissões, como a prostituta a ser assediada por um velho –que pode dar um momento único em teatro de rua. Estou a ser claro? Juntar ainda nesta feira de artes e ofícios velharias em venda de rua, uma tenda com exposição de profissões em desaparecimento do meu amigo Teresinho e outra de artigos eróticos –ambas com acesso restrito- esta do meu amigo Paulo Moura (se ambos estivessem de acordo, embora, pelo que conheço deles, tal seria possível).
No tocante à feira de artes e ofícios tradicionais, olhe vi este magnífico espectáculo em Oliveira de Azeméis e fiquei preso pelo beicinho. Claro que não defendo uma colagem à ideia destes nossos amigos. Em tudo, devemos ser diferentes e originais. Deles devemos partir para uma feira só nossa e feita á nossa medida e criação.
Não sei se consegui ser muito claro, mas o que defendo são dois espectáculos distintos, mas presos em cordão umbilical de ligação entre a Alta e a Baixa. O que quero dizer, é o envolvimento de todo o Centro Histórico –Alta e Baixa- em duas acções diferenciadas, mas presas no mesmo objecto: fazer de Coimbra, em três dias, o centro do Centro de artes. Daí eu ter enviado o meu texto para a vereadora da Cultura, Maria José Azevedo, da Câmara Municipal de Coimbra –e agora através do seu texto, cheguei à conclusão que, ao enviar-me para o Inatel e para a Empresa Municipal de Turismo, também a senhora vereadora não teria percebido a minha ideia na totalidade. Por isso, e complementando com tudo o que escreveu, estou-lhe duplamente agradecido.
Muito obrigada, mais uma vez, Liliana.
Abraço.
Luís Fernandes

LUIS FERNANDES disse...

Uma rectificação, e já depois de certamente você dar uma valente gargalhada.
É óbvio que pretendia mostrar a "profissão" de prostituta entre aspas e claro que não está em desaparecimento. Antes pelo contrário. falei neste modelo como uma possibilidade de fazer teatro de rua incluído nesta ideia.
Abraço