quinta-feira, 21 de julho de 2011

REQUIEM POR UMA IMAGEM



 Hoje, sobretudo para os jovens, olhar para esta foto pouco diz, para além de mostrar um homem e uma mulher completamente nus. Nomeadamente Maria Sheneider e Marlon Brando.Trata-se de uma imagem que correu mundo e foi extraída de um filme celebérrimo, "O último Tango em Paris", produzido em 1972. Tinha Maria 19 anos e Brando 48.
Antes de prosseguir, um lamento pelo desaparecimento precoce da actriz desta fita, que, tal como o actor comparte nesta peça, desapareceu agora do mundo dos vivos aos 58 anos.
Dizia então que ver este esta imagem hoje quase que nem desperta os nossos sentidos. Mas quem, como eu, teve oportunidade de ver este filme em 1974/75, sabe muito bem o que significou. Foi uma aragem nova que invadiu o nosso país. Foi o ver no ecrã o que não era possível de visionar em lado nenhum, a não ser na intimidade.
É interessante,  porque o levantar do véu sobre o erotismo e o porno, na tela e até em revistas, em Portugal, começou exactamente aqui para a maioria da geração de 1940/50. Só quem por lá passou entenderá o que significou este filme.
Poderá parecer da minha parte arrogância, mas assumíamos sem preconceitos que gostávamos mesmo de visionar na tela filmes de mulheres nuas, quantas vezes de duvidosa qualidade.
Apesar de toda a liberdade de escolha, hoje, igualmente a esses tempos, o sexo continua a ser encarado como um tabu e, por outro lado, imaginariamente, muito menos saudável do que há quatro décadas atrás.
Quando vejo hoje o aumento brutal de violações e outras questões inerentes, como esta notícia aqui, fico a pensar que, afinal, a liberdade sexual serviu para muito pouco. Pelo contrário conduziu a um libertinismo indexado a patologias e condenável em todos os campos.
Talvez valha a pena pensar nisto.

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