sexta-feira, 1 de julho de 2011

O PRIMEIRO DIA DO RESTO DE UM MANDATO

(IMAGEM DA WEB)


 No fundo, no fundo, este anúncio de Passos Coelho, de cativar em 50 por cento o remanescente além do ordenado mínimo, já nem surpreende ninguém. Não é nada que os políticos anteriores não nos tivessem habituado. Talvez a diferença em relação a Sócrates, por exemplo, é que este novo Primeiro-ministro entrou logo a matar a pouca esperança que se lhe tinha depositado pelos portugueses e, logo à nascença, liquidou o normal estado de graça dos novos governantes, que dura, em regra, cerca de três meses. 
Se alguém tinha dúvidas de que, desta classe política que nos rege, nada de bom se poderia esperar, com este acto de teatralização barata, dissiparam-se as dúvidas.
A política está transformada numa Olívia, dona de casa, imaculada, beata de missa de domingo –enquanto oposição- e Olívia, rameira, prostituta no que tem de pior. Uma puta sem classe, sem orgulho, que vende o corpo por meia dúzia de cêntimos –quando alcança o poder.
O que se esperava até ontem é que este governo atacasse os gastos supérfluos da administração –como por exemplo, cerca de 15 mil euros pagos pelo erário público para publicação de dois livros -aqui. O uso indevido de condutores e viaturas ao serviço de chefias durante 24 horas por dia e outras mordomias- e não ferir de morte os rendimentos das famílias e que vai levar, inevitavelmente, ao desaparecimento de mais pequenos negócios, e que eram até aqui o único sustento de muitas proles.
Proclamar que é uma medida justa, uma vez que toca a todos os assalariados, é pura demagogia. Retirar 50 por cento a quem ganha 1000 euros -que corresponde a 257,50 euros- não será o mesmo que subtrair a mesma percentagem a quem ganha 5000 –que corresponderá a  2257,50 euros. E porquê? Porque para quem aufere por baixo, qualquer importância que se lhe retire, é empurrá-lo ainda mais e à sua família para a indigência. Quem ganha um salário médio tem todo o salário cativado por despesas anteriormente realizadas, renda de casa ou empréstimo, água, luz, telefone, educação dos filhos, etc.
Todos sabemos que já não havia rendimento disponível nos salários médios. Com estes cortes será muito pior. Não haverá margem para comprar seja o que for. O comércio, inevitavelmente, irá ressentir-se desta medida cega. Já para não falar do aumento dos escalões do IVA.
Tal como prometeu em campanha eleitoral, o que se esperava deste governo liderado por Passos Coelho é que cortasse por cima e não na classe média… se é que ainda existe. Mostrar que viaja em classe económica na TAP, mostrar sabão azul nas casas-de-banho públicas em substituição do sabão líquido, são meras medidas avulsas, demagógicas, que não conduzem a nada, a não ser, mais uma vez, enganar o povo e cidadão votante.
Enquanto não tivermos um governo que cumpra o que promete em campanha de angariação de votos o seu prazo de vigência será naturalmente curto. Não tem credibilidade para se manter à frente dos seus eleitores.
Em face deste comportamento do novo Governo, condenar o anterior executivo PS e outros que o antecederam será mero exercício de escrever na água. O que temos hoje é mais do mesmo. Quanto tempo irá durar o seu mandato? Um ano? Dois anos? Essa é a única dúvida que nos atravessa. Entretanto, neste cai, não cai, cada vez ficaremos mais pobres e desesperados. Porca miséria!


VEJA AQUI, NO ECONÓMICO, QUANTO VAI DESCONTAR

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