domingo, 26 de junho de 2011

O "ASPIRANTE" NUNCA MAIS GRITARÁ NA BAIXA

(FOI AQUI, NESTE LOCAL, QUE APARECEU O CORPO)



 Cerca do meio-dia de hoje, junto à Ponte de Santa Clara, do lado da margem esquerda, foi resgatado pelos Bombeiros Sapadores de Coimbra o corpo do Luís Miguel, mais conhecido por “Aspirante”. Segundo a minha fonte, que pediu o anonimato, o caso está entregue à Polícia Judiciária para investigação, uma vez que não se sabe o que terá acontecido ao malogrado rapaz.
O Luís, segundo se consta aqui na Baixa há muitos anos, foi aspirante no exército. Teria cerca de 40 anos, mais coisa menos coisa. Ao que parece, a cumprir o serviço militar, sofreu um grave acidente que o tornou reconhecidamente inimputável pelo tribunal.
De tempos a tempos, e nos períodos em que permanecia, vagueava quase diariamente aqui pelo Centro Histórico. Umas vezes andava calmo e com algumas clareiras de memória. Chegou a conseguir ler umas frases no jornal ao pé de mim. Mas, na maioria dos casos, embriagado, tornava-se muito agressivo e chegou a dar muito trabalho à PSP.
Escrevi muitos textos acerca deste homem que, em face do acidente que lhe roubou o discernimento, mais não era do que uma criança crescida. Quase sempre que me via vinha ter comigo. Achei sempre este comportamento “sui generis”. Era como se lá nos alçapões da sua alma conturbada reconhecesse quem não lhe queria mal. E eu não era o único. Aqui na Baixa muitos comerciantes gostavam dele e lhe pagavam café. Assisti a imensos actos de benemerência. Uma palavra de apreço para o senhor Jorge, do café Pruri, na Rua das Padeiras, que sempre que ele lá entrava lhe dava uma "bica".
Claro que nem todos procediam assim. Alguns hoteleiros estabelecidos por aqui eram menos cuidadosos e, sabendo que legalmente não o poderiam fazer, vendiam-lhe bebidas alcoólicas e o “aspirante” transformava-se numa fera.
A mãe faleceu há cerca de um ano atrás, subitamente.
Este texto, em jeito de obituário, serve apenas para lembrar que o Luís Miguel, apesar de ser um “louco na cidade”, acima de tudo, era um ser humano. Não sei se vale a pena lembrar… acho que vale, embora muitos pensem que não.

“AI ERA O FILHO FABIÃO? SE ERA ESSE NÃO FAZIA CÁ FALTA NENHUMA!”

 Para conseguir confirmar se o corpo que foi retirado pelos Bombeiros do rio era o do Luís Miguel fartei-me de andar. Perguntei no Largo da Portagem, perguntei aos taxistas, fui até à outra margem esquerda. Ninguém sabia se era ou não. Realmente viram o aparato, mas não conseguiram ver o rosto do aparentemente afogado.
Uma das algumas pessoas que interroguei disse o seguinte: “eu vi lá os bombeiros, mas não sei quem era. Sei que era um homem, lá isso era, agora quem não sei”. Quando lhe disse que procurava confirmar se era o corpo do Luís Miguel enfatizou o seguinte: “ai, aquele rapaz do Ingote, que foi oficial na tropa, e que era o filho do Fabião? Se era esse, não faz cá falta nenhuma!”
Achei curiosa esta frase e gravei-a na memória. Muita gente acha que somos todos humanos, mas uns mais do que outros. Então, em silogismo, “os menos”, mesmo se morrerem de acidente não têm importância nenhuma. É lógico que não estou a escrever nada de novo e muito menos armado em moralista. É assim mesmo. Ponto e parágrafo.
Afinal não é o Estado que, ao abandonar estas pessoas à sua sorte, a coberto da Lei de Saúde Mental, começa por dar o exemplo? Ainda ontem escrevi este texto acerca deste mesmo assunto.
Estes “fantasmas de nós”, “sombras de vivos-mortos” vagueiam pela cidade entregues à sua sorte, tal-qualmente como se fossem párias, bichos abandonados, sei lá mais o quê.
Às vezes, quando vejo na televisão imagens de animais de companhia a serem levados à “manicure” passo-me “dos carretos”. Não é que cada um com o seu dinheiro não possa fazer o que quiser. É uma decisão que, legitimamente, lhe cabe, mas quando vejo pessoas, como este Luís Miguel, a terminarem os seus dias num rio, num prédio abandonado, numa qualquer valeta, fico apreensivo. Não está certo. Há aqui qualquer coisa que fere, indigna a nossa condição de “normalizados”, isto é, com discernimento para nos orientarmos na vida.
O Estado, em nome de uma humanidade que resta dentro de nós –para poupar dinheiro com internamentos em hospitais psiquiátricos ou não-, não pode largar estas pessoas à sua sorte. O que estamos a assistir é o “positivismo” jurídico em toda a sua plenitude. Ou seja, o entender que pelo simples facto de se ser pessoa, perseguindo um igualitarismo feroz, todos deverão responder da mesma maneira. Se precisam de tratamento psiquiátrico terão de o solicitar, que é para não violar os seus direitos, liberdades e garantias. Isto não é demasiado ridículo para ser levado a sério?


TEXTOS RELACIONADOS


"UM CASO DE SAÚDE PÚBLICA"
"REGRESSOU O "ASPIRANTE"
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"O REMOER DA LOUCURA"
"SEXTA-FEIRA 13"
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"SÁBADO"
"BAIXA: AFINAL QUE É O LOUCO?"
"OS (NOVOS) RUÍDOS (INVASORES) DA BAIXA"
"REPÓRTER ESTRÁBICO..."
"BAIXA DE COIMBRA: SALVEM O "ASPIRANTE"

29 comentários:

Jorge Neves disse...

Prometi-lhe um cigarro às 5 horas e não lhe o dei, porque ele não apareceu.
Foi-se o "50" ou o "Aspirante" mas fica a revolta pela indeferença das pesoas e principalmente das Instituições que nada ou quase nada fizeram por ele e por muitos como ele.
Até um dia Aspirante.

Anónimo disse...

adeus velho amigo, que deus te acompanhe... :(

táxilivre disse...

O Estado tinha a obrigação de olhar para estas PESSOAS que não têm culpa de ter nascido em PORTUGAL.
Nem quero comentar nada sobre o MIGUEL, apenas que repouse em PAZ, porque jamais te darei a moedinha.

Anónimo disse...

Ainda ontem á noite estiva a reler vários textos seus publicados aqui no blog.Textos com 1 e 2 anos,isto a propósito do Anildo e do sr.Alvaro que morreu na sua própria casa no meio da lixeira em que esta se transformou,em consequência do seu estado e forma de vida,além claro da passividade de alguns em relação a estas situações.
A morte do aspirante só vem reforçar tudo aquilo que o Luís já escreveu aqui no Questões.Até parece que estava a adivinhar que outra tragédia estava para acontecer,tantas têm sido as menções a estes casos.Parece-me premente a alteração de algumas leis,como o internamento compulsivo de gente com estes problemas,de modo a evitar casos como o do Aspirante e do Alvaro.
Marco

Anónimo disse...

Sempre que o encontrava fazia-o escrever o nome dele num papel até ele escrever correctamente e oferecia-lhe alguma coisa para comer juntamente com o cigarro que ele pedia...Tenho pena das muitas pessoas que o maltrataram enquanto foi vivo, essas sim são pessoas sem capacidade. R.I.P. Luis Miguel

Anónimo disse...

Realmente quem lhe vendia alcool fosse no pingo doce ou em tabernas era um crime. Ele ficava completamente descontrolado. Os desacatos que ele provocava, desde partir vidros ou insultar pessoas. Muitos cigarros e moedas que ele dizia que era para o café ( e ia gastar no alcool de certeza )eu lhe dei. Mas eu acho que quem moreu há uns meses atras foi uma tia dele e não a mãe, mas não tenh o a certeza.

Que o Miguel descanse em paz!!

Anónimo disse...

Ainda na terça à noite, ao pé do psicológico lhe dei um cigarro e paguei lhe um café...ele estava lá há horas a implorar apenas por isto e ninguém foi capaz de lhe dar isto, que quase nada custa...estou em choque =| descansa em paz!

Anónimo disse...

Presenciei algumas cenas desse senhor e por muitos distúrbios que tenha causado não merecia a morte, obviamente.
Aproveito para para sugerir ao bloguer que leia, mais do que uma vez, os posts que escreve para evitar dizer coisas como: "De tempos a tempos vagueava quase diariamente..." ou "...mentalmente, gravei-a na memória.".
Cumprimentos.

Helena disse...

Também conheci o Luis Miguel, várias foram as vezes que entrou na Papelaria Marthas na Praça velha a pedir 0,20 "tu me dás já" era a sua expressão quando aparecia com a cerveja na mão e a cair de bêbado. Outras vezes aparecia com o ar triste chorava memórias vagas da sua história de militar. Nenhum ser humano merece uma vida assim.Talvez o Luis tenha a oportunidade de ressuscitar no grande dia e possa finalmente ser feliz....

Anónimo disse...

Leio curioso a cronica e comentarios sobre o Miguel (espanhol), que conheço desde criança. Infelizmente, tambem leio muitas incorrecçoes sobre ele. Os mitos que se criam sobre as pessoas sao engraçados... Fica a nota: O Miguel era um rapaz normal ate ha uns 6 ou 7 anos atras, quando um acidente de automovel lhe provocou um traumatismo craneano e o tornou no aspirante. Nao me lembro de o miguel ter ido a tropa mas lembro me de ser um jogador de futebol fantastico e de jogarmos juntos na arregaça...
Rui Saraiva (Ruca)
Ruisaraivax@gmail.com

Anónimo disse...

O Espanhol andou a estudar na Secundária D. Dinis nos primeiros anos a seguir à sua inauguração, era um fantástico jogador de futebol, a seguir a esses anos em que eu também lá estudei, pelos vistos foi para a tropa, depois disso não soube mais nada dele até há poucos anos me deparar com ele no estado em que estáva, na altura ele era um rapaz cheio de força de viver e em algumas ocasiões cometeu excessos, próprios da idade, paz à sua alma.

Anónimo disse...

Tenho muita pena da falta de protecção destas pessoas. Sempre que ele me entrava loja adentro a única coisa que ele me pedia era que lhe colasse com fita cola um laço verde das prendas à camisa, um laço do sporting, como ele dizia...enfim. Beijinho para o cinquenta.

Anónimo disse...

A ultima vez que o vi foi junto ao Estádio Universitário....junto da roulote do Psicológico, onde já o tinha visto por várias vezes e que pelos vistos era o seu poiso. As pessoas que lá trabalham, sempre o trataram bem...pelo que me era dado a ver. E nunca lhe davam bebidas alcoólicas. Dava-me pena ve-lo. Nao tenho razao de queixa dele. Nunca me tratou mal, nem se quer se dirigiu a mim fosse de que forma fosse. Nessa utlima noite que o vi, houve um cliente que lhe pagou uma cerveja: Ó Luís....Queres uma cervejinha, pá? Mas é sem alcool, OK Luís?" Ele acenou com a cabeça e todo satisfeito dirigiu-se ao novo amigo e bebeu a cervejinha com todo o gosto...
Paz à Sua Alma!!

Papy disse...

É verdade!! Ele era aspirante! Ele chegou a mostrar-me a célula militar...

Anónimo disse...

Deixei recentemente Coimbra para me instalar em Lisboa... e é arrepiante a quantidade de "Luises" que há nesta cidade e a transparência com que eles são tratados...

Gustavo A. B. disse...

É uma grande tristeza, ainda para mais se se tratou de uma morte menos clara, e com contornos de violência ( ou não ).
Este texto, aliado ao acontecimento e à pessoa em causa, constitui um excelente testemunho, óptimo exemplo a ter em consideração nestes dias de cada vez maior indiferença para com o próximo.
Muito obrigado.

Ana disse...

Conheci muito bem o Luis Miguel quando trabalhei no café Cristal na baixa. Todos os dias lá ía e eu dava-lhe um café.
Paz à sua alma...

Anónimo disse...

Conheci o "espanhol", o Luis mais conhecido como "aspirante" como todos o tratavam. Trabalhei com ele durante cerca de dois anos numa empresa de publicidade exterior, tinha ele saido da tropa á muito pouco tempo, o que poderei dizer sobre ele, é que apesar do acidente automovel que o levou a ficar no estado em que ficou, sempre o tratei como um amigo de longa data e apesar de tudo achava que ele estava a ficar melhor pois quando conversava comigo já falava de algumas coisas desse tempo.
Como colega de trabalho, pessoa, amigo, camarada sempre foi e sempre será uma das melhores pessoas que conheci.
PAZ Á SUA ALMA
abraço Luis Miguel,
abraço ESPANHOL

Cat disse...

Lembro-me deste rapaz antes do acidente e de facto nunca sabemos naquilo em que a vida nos pode pode transformar. Que descanse em paz.

Anónimo disse...

Hoje quando soube que o rapaz novo que estava no papel de falecimento na parede da Pastelaria Palmeira, era o luis (cujo nome eu desconhecia) pois apenas sabia algumas coisas sobre o passado dele, fiquei chocada, a minha vontade era poder estar presente no funeral DELE,hoje, porque infelismente terá morrido sózinho, na maior e SOLIDÂO que se pode ter, esperando que de facto ninguém lhe tivesse feito mal....e a queda ao rio n passa-se de um infeliz acidente, apesar de toda a agresssividade dele que por vezes ele tinha, olhando no olhar dele, n passava de um ser humano triste, sozinho, de olhar vazio, muitas vezes a pedir se calhar "Ajudem-me" eu n faço mal, n tenham medo de mim!

Rui Pratas disse...

Esteve lá na loja, faz amanhã oito dias... Pediu-me 50 e eu respondi que lhe dava às cinco. Azar o meu, ele olhou para o relógio e já eram cinco e um quarto, pelo que respondeu: "Não pode, são mais de cinco!". Mas logo concluiu: "Às seis, dás-me às seis." E saiu porta fora. Foi a última vez que o vi. Nunca lhe dei dinheiro porque sabia que o ia gastar nos criminosos que lhe vendiam álcool. que descanse em paz.

Luis Bartolessi disse...

Obrigado, ô Luís, pelas moedinhas de 20 cêntimos, pelos rebozinhos de mil colores com que enchias a funda do sax. Obrigado pela florzinha vermelha, e pela branca, e pela amarela que um dia u outro deixavas cair. Obrigado pela companhia nos dias largos de tocar y tocar sem receber mais do que a tua amizade, moeda de ouro que sempre brilhava ao sol. Obrigado pelos gritos que espalhavas pelas ruas afora em nome de todos nos. Quê será de Coimbra sem te?

Lucília disse...

Fiquei muito comovida quando hoje o meu irmão Daniel me telefonou para me me dizer que o Luís Miguel tinha morrido. Conheço-o desde que começou a vaguear pela cidade - ia à minha loja pedir chiclets, sempre que passava. Às vezes café da loja do lado. Mas, mais do que as chiclets eu dava-lhe atenção e carinho. Era um menino grande. Os ignorantes riam-se dele e eu acalmei-o muitas vezes como se fosse a mãe - ele entendia e, dentro da sua loucura,dizia-me: "Tu és Deus, és tio e avô...avô moreu está na Conchada"... e chorava muito.
Quando a mãe morreu eu soube, só um mês depois - fiquei impressionada e, quando ele me apareceu, magro e mais perdido ainda, perguntei-lhe:Então Luís, a mãe? Olha respondeu a chorar: "A mãe, de noite, hopital moreu" - depois deu-me um beijo de menino triste e disse de repente:"Tu hopital não - eu vou contigo - tu és do melhor - tu és Deus"! Nunca mais pude esquecer-me.Querido e pobre Luís - quem era capaz de se rir de ti? Até sempre, amigo. Lucília Abrunheiro

Alexis disse...

good man!!! :(

PAL disse...

RIP Luis.

Vitor Borges disse...

De maneira alguma se pode sentir felicidade com a morte de alguém,mas , neste momento, posso afirmar que sinto alguma alegria pelo facto de ter sido eu a encontrar o corpo do Luís no Domingo de manhã e assim,contribuir para que podesse ter um funeral com a decência que merecia.Descansa em paz e até sempre.

Anónimo disse...

Cruzei-me com ele poucas vezes e nunca em nenhuma das situações me faltou ao respeito ou me tratou mal. Pessoas como ele só tratam mal quem os trata mal primeiro, como a maioria das pessoas. Era a sua defesa. Na única vez que ele falou comigo eu dei-lhe o meu cigarro de boa vontade e ele só me disse: "Obrigado. Tu és prima, Coimbra não é prima, Coimbra não dá nada, eu vou para a Lua..."

Anónimo disse...

Conheço bem a família. Bem... de facto alguns relatos são verdadeiros, infelizmente outros nem por isso.
O Miguel era um rapaz vigoroso, atleta, de facto. Foi aspirante na tropa, mas não me recordo que tenha seguido. Sofreu um acidente de viação muito violento, numa daquelas aventuras desregradas onde o álcool predomina. Se bem me recordo o condutor não se safou. A bem ver, nem o Miguel, como era conhecido. Quero realçar que os pais receberam uma indemnização bastante avultada da seguradora, suficiente para uma correcta reabilitação e para um resto de vida tranquila. Acontece que o dinheiro serviu apenas para que a mãe (que realmente faleceu no ano passado, ou inicio deste, não sei bem precisar) se demitisse permanentemente da vida activa, recusando trabalhar mais.
O coitado apenas via uns tostões de vez em quando, um relogito dos chinocas, que ele tanto gostava. A mãe comprou um papa-reformas, e uns tarecos valentes lá prá casa.
E o pai? Sabem quem é? Pois esse também chupou umas notas valentes! Mais, AINDA É VIVO! É ex-militar, perdeu um pé na guerra colonial mas está perfeitamente válido e activo. Usa uma prótese que lhe confere total autonomia. Sei que aufere uma valente reforma pelo serviço militar e pelo acidente que sofreu.
O seguro de responsabilidade civil cumpriu a sua missão. Conheço muito boas IPSS's que tomariam bem conta do Miguel por esse dinheiro. Mas o português típico (preguiçoso, indolente, irresponsável) contribuiu para este desenrolar...
No entanto, é uma vida que se perdeu, mas não agora, perdeu-se há muito tempo...

Anónimo disse...

Cruzei-me com este senhor várias vezes e admito que tinha algum medo, talvez porque o conheci quando ele ficou extramamente violento por não lhe dar alcool... era uma da manhã, estava a trabalhar quando este entrou pelo edificio educativo completamente cheio de sangue na cara... tentar explicar q ali não havia alcool era impossível, valeu-me um funcionário pois pensei q me fosse bater... pelas palavras q dizia cheguei a pensar que era russo... agora ao ler as tuas palavras fiquei com pena... não só era português como foi abandonado por entidades q deviam defender os seus, como é o caso do exercito... bem haja...