terça-feira, 7 de junho de 2011

HÁ NECESSIDADE DE ACABAR COM O ORVALHO?




 O Jornal Diário as Beiras de hoje, em apontamento de António Alves, relata em título que “Barbosa de Melo contraria ordem de João Orvalho”.
Em desenvolvimento, o jornalista escreve que “o autocarro “Cidade de Coimbra” está a motivar mais uma divergência no seio da maioria camarária. Tudo porque o vereador João Orvalho solicitou um relatório sobre a viatura que é usada pelo departamento de Educação do município que o deixou preocupado.
Perante o teor do documento, o autarca mandou parar o veículo, tendo comunicado a situação aos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) – cujos serviços efectuaram aquele documento. Ora o responsável Manuel de Oliveira não concorda com a decisão tomada pelo vereador, tendo levado a questão ao encontro da passada sexta-feira com o presidente. O administrador-delegado dos SMTUC fez ver junto de João Paulo Barbosa de Melo que o vereador João Orvalho não tinha necessidade de ter tomado tal decisão, o que acabou por convencer o presidente da necessidade de revogar a decisão tomada anteriormente pelo vereador da educação.”
Como ressalva, começo por dizer que falei umas três vezes com João Orvalho. Porém, em resultado destes contactos preliminares, uma coisa posso afirmar, fiquei com a intuição de que este homem é experiente de vida, ponderado, confiável e sabe o que faz. Curiosamente, em conversas por aqui no Centro Histórico com colegas já por várias vezes ouvi este comentário: “vais ver que lhe vão fazer a folha! É demasiado inovador para se safar no meio de tantos “escorpiões”.
A Câmara é uma máquina pesada e cheia de vícios de forma –onde a "partidarite" impera fortemente-, há muitos anos "sem rei nem roque". Carlos Encarnação, apesar da sua muita experiência política, nunca conseguiu mexer na orgânica dos diversos departamentos. Demitiu-se completamente frustrado, porque foi incapaz de concretizar o que propôs aos munícipes em 2001.
Os funcionários superiores são uma espécie de estado dentro de outro estado. Ninguém tem mão neles. Quem vier de novo para alterar o sistema, se não tiver o apoio sem reservas do presidente, acaba incinerado e feito em pó.”
Ora o que tenho assistido nos últimos meses é exactamente isto mesmo. O queimar em lume brando uma pessoa que poderia revolucionar e elevar completamente a autarquia, no seu constante descrédito, perante os cidadãos do concelho de Coimbra.
Sabe-se que João Orvalho tem em mente a total reorganização dos serviços camarários  -que foi retirada da agenda da Assembleia Municipal, por Maló de Abreu, em finais de Abril. Quer mexer nos transportes colectivos, nos horários, na sua racionalização e na sua eficácia; quer mudar o enquadramento na limpeza; quer alterar a iluminação pública de modo a baixar os consumos e com novas lâmpadas ambientais; quer criar um gabinete de relação com o munícipe; quer acabar com o Gabinete para o Centro Histórico; quer reorgarnizar –e provavelmente extinguir o sorvedouro- a Empresa Municipal do Turismo. Ora facilmente se vê que este homem é um inimigo a abater. Vai mexer com muitos interesses.
Quem anda atento ao que se diz na rua facilmente verifica que o munícipe olha para a edilidade como uma entidade que é sua inimiga e quer o seu mal. O que tenho ouvido por aqui, na Baixa, é que João Orvalho poderia ser o novo homem, a ponte, a ligar e a restaurar a pouca confiança entre cidadãos e a Câmara Municipal. E quanto a mim ele está no caminho certo. Isto é, estava… se o deixassem.
O que tenho ouvido é que este homem poderia ser um novo trunfo para levar esta Coligação por Coimbra a ganhar as próximas eleições autárquicas. Aspecto que, tendo em conta os desaires de Encarnação durante mais de dois mandatos à frente do executivo se apresenta bastante difícil. Além de mais não podemos esquecer que esta câmara se divide entre o PS e o PSD, durante dois/três mandatos de oitos/doze anos, em média. Não podemos esquecer que o Partido Socialista está a preparar uma equipa com nomes de peso, provavelmente com Carlos Cidade à frente –um filho de Coimbra com passado político feito a pulso. Um novo Manuel Machado que se perfila proximamente e com grande possibilidade de vir a vencer o pleito eleitoral.
Em conformidade, seria de supor que o actual executivo de coligação, e mais agora com uma rejuvenescida equipa, tivesse cuidado com as passadas que dá. Mas qual quê?! Tal como agora com esta desautorização do presidente ao seu vereador do pelouro –ainda por cima, este, carregado de razão-, a ilação que se retira é que se está perante um acto de dar tiros no próprio pé.
É lógico que o actual administrador-delegado dos SMTUC não gosta de João Orvalho e muito menos das suas críticas –começaram com as palavras escritas do vereador no Facebook acerca do atraso dos transportes. Mas há uma coisa, cada “macaco” em seu galho. Manuel Oliveira é administrador dos SMTUC, e pelo facto de ser figura importante no PSD local, não lhe dá o direito de interferir no executivo, que aliás depende estatutariamente, nem estará imune a críticas.
Quanto a João Paulo Barbosa de Melo que se cuide. Bem sabemos que ainda não teve tempo de mostrar o que vale, mas com actos amadores e de subserviência perante a estrutura do partido e incompreensíveis como este, assim não vai lá. Aliás, corre o risco de ficar apenas acompanhado por “yes mans” de cartão laranja ao peito.
O que é grave é que mais uma vez perdemos todos. Perde a autarquia; perde a Baixa; perde a cidade. 
Ora bolas para a "partidarite"!

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo. Ora bolas para a partidarite! Com ela sofrem todos, sobretudo os tais funcionários acusados de serem maus, terem vícios, apenas existirem para atazanar a vida dos cidadãos e dos pobres políticos. Chamo a atenção para a necessidade de não emitir juízos de valor sem ter um profundo conhecimento da realidade.
É do mais elementar bom senso que, quando se visita um local, se começa um trabalho, se integra uma instituição, primeiro se faça um esforço para conhecer as regras de funcionamento, a cultura vigente, e só depois actuar. Esta atitude sensata também é conhecida por "humildade". É boa e recomenda-se, como valor e como acção. E a verdade é que muita gente chega aos locais, à CM também, com atitudes sobranceiras de quem sabe tudo e depois queixam-se que corre mal. E, claro, "os outros" é que são os maus...
Pedro C. Silva

Anónimo disse...

Se acham que o João Orvalho é bom político, vereador, o que seja, deviam ver a bela bosta que ele fez enquanto professor na ESEC.