quarta-feira, 18 de maio de 2011

POR QUE NON TE CALLAS?

(FOTO DO CORREIO DA MANHÃ)



 Segundo o Correio da Manhã, "A afirmação pública do psiquiatra Fernando Almeida deixa congressistas chocados e perplexos", ao proclamar de que "há um líder político que é homossexual".
Como maldição, de vez em quando, de onde menos se espera e detém grandes responsabilidades nos dados confidenciais que lhes são confiados, surgem "avécolas", como este homem, a mostrar que a diferença entre o Portugal desenvolvido (?) e o Uganda, país de África Subsariana, onde foi necessária uma petição internacional para evitar a condenação à morte da comunidade gay, é uma linha ténue.
O que ainda chateia mais é esta homofobia sempre latente, como ódio a alguém que nos agrediu. Porra, é uma questão de respeito pelo outro. Que tenho eu a ver com o que faz o meu vizinho debaixo de lençóis? Prejudica-me alguma coisa?
Bem sei que, sobretudo a minha geração de 1950, foi educada numa base de masculinidade e unicamente assente na heterossexualidade. O que quero dizer, e contra mim falo, sempre que detectamos alguém diferente não conseguimos conter um olhar. E porquê? porque, por muito que evitemos, essa diferença notória está na nossa mente gravada a fogo. Mas, a meu ver, este olhar, desde que não seja de indiferença intencional, desdém, ou reprovatório, de modo a marcar uma certa discriminação, tenho a certeza, é perfeitamente aceitável. Desde que se respeite essa notoriedade do mesmo modo que se olha para alguém diferente, nada haverá a acusar.
Há uma grande margem de fronteira entre a aceitação e a tolerância. O ideal é que cada vez mais se caminhe para a aceitação, mas, até lá se chegar, se se calcorrear a vereda da tolerância como religião, a seu tempo e dentro de um certo aperfeiçoamento, chegaremos todos à aceitação plena.
A sociedade portuguesa, ainda que não pareça, deu grandes passos na aquiescência pelo reconhecimento dos gostos, inclinações e no direito de cada um, no seu viver, ser no que quer ser. Isto é, ter direito à sua legítima felicidade. Mas, olhando para esta declaração do médico, ainda haverá um longo caminho a percorrer.

1 comentário:

Jorge Neves disse...

A mim o que me preocupa é se são corruptos ou não e não a opção sexual de cada um deles.