quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

BAIXA: PELOS VALORES DA SOLIDARIEDADE É PRECISO AJUDAR...




 Está a decorrer a “Venda de Natal” da Cozinha Económica. Está situada a meio da Rua Adelino Veiga. Há lá muitos artigos bons e muito baratos. Desde 50 cêntimos até meia dúzia de euros, ali pode escolher-se boas peças. Com algum espírito natalício de entreajuda, apesar das dificuldades que cada um de nós sente, nem fará grande diferença e fazem tanto jeito à Cozinha Económica. Esta instituição faz um serviço de excelência em prol dos que mais precisam no Centro Histórico. É daquelas casas que se não existissem, a miséria, que grassa por aí e apesar de ser muito além do desejável, seria muito maior. Esta obra social -que muito engrandece a Baixa- serve diariamente centenas de refeições a quem nada tem para comer e evita que muitas pessoas carenciadas morram de fome numa qualquer casa abandonada.
Muitas vezes, olhando para os constantes assaltos que por aqui ocorrem e provavelmente perpetrados por muitos sem abrigo, é natural que olhemos para estes indivíduos com alguma “pedra no sapato”. Mas, tenho a certeza, acho que devemos afastar imediatamente esses pensamentos generalistas. Nem todos os desabrigados da sorte são salteadores. Muitos deles foram até há pouco pessoas como eu e você. Só com uma diferença: caíram e, por motivos vários que não vou escalpelizar aqui, não mais se levantaram. Você que me lê, até pode pensar que estou a ser demasiado lamechas. Até pode ter razão. Mas uma coisa tenho a certeza: cada caso é um caso. Não podemos cair no facilitismo de medir todos por igual. Sou um defensor do princípio de que em vez do peixe se deve dar uma cana e ensinar a pescar. Mas também tenho a certeza de que muitos, por falta de competência, nunca aprenderão a pescar. E é aí, em casos psicossomáticos, muitas vezes com várias patologias associadas, que temos mesmo de ficar moles perante a miséria alheia.
É talvez a pensar que qualquer um de nós também pode cair na miséria que devemos ajudar instituições como a Cozinha Económica. Vá lá e compre qualquer coisa. O pouco de muitos pode ser transformado num oceano de abastança temporária.
Se não tiver outro motivo, que diabo!, estamos no Natal…

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