sexta-feira, 29 de outubro de 2010

UMA VAIDADEZITA NÃO FICA MAL A NINGUÉM...


 O Diário de Coimbra de hoje faz referência a este blogue. E é a primeira vez? Poderemos interrogar. Não, não é. Já o fez de muitas outras vezes. Tenho um relacionamento institucional com o jornal já há muitos anos -já escrevo para lá, para a "página do leitor", há mais de 30 anos. E porque que é que estou para aqui a babar-me que pareço um cão rafeiro? Por muito ou por pouco. Quer se queira, quer não, este blogue é já uma referência na Baixa da cidade. Não têm milhares de leitores. A média diária anda à volta de 300 visitas. Há uns dias que são 400, outras vezes 500, outras vezes 600. A normalidade, como digo, assenta nas 300 visitas. Não quero inventar. E porquê? Porque todos os dias faço um exercício de seriedade. No que escrevo, faço tudo para ser credível. Não invento notícias. Tenho a certeza de que o que faço aqui, com liberdade mas com muita responsabilidade, "pro bono", é de muita importância social. Se calhar fica-me mal estar a escrever isto, mas é verdade. Não tenho dúvida de que fui contemplado com um talento: o de gostar de escrever. Tenho para mim que quem é bafejado com um qualquer dom deve-o colocar ao serviço do próximo gratuitamente. É o que faço. Nunca nego a ninguém ajuda através da minha escrita. Alguns casos passam por aqui pelo blogue. Outros não. Aqueles que consigo resolver pelos interstícios institucionais, dirigindo-me ao responsável e contando-lhe o drama de determinada pessoa, não passa por aqui. Só passa se houver insensibilidade do detentor da decisão. Até agora, confesso, para minha surpresa, todos me tem ligado e, conforme podem, resolvem as situações de cidadãos. Às vezes são coisas simples, mas se a pessoa não souber ler como é que se expressa -como foi um caso há dias que, aparentemente, estará resolvido.
Bem sei que estou para aqui a chatear, mas ontem estive no tribunal a tentar defender-me de uma notícia que escrevi aqui há um ano e meio. E escrevi alguma mentira? Não. Escrevi somente a verdade. O problema -que só o é pelos aborrecimentos que causa- é que mesmo escrevendo a verdade temos de a demonstrar por a, b, mais c. É difícil saber onde começa a notícia, pelo interesse público, e acaba em difamação. Começa logo no dicionário quando conceptua difamação como "acto ou efeito de difamar; acto ou efeito de desacreditar (alguém) publicamente; calúnia; detracção". Como sinónimo, diz que difamação é igual a perda de boa fama. Por aqui, penso, já se vê que é muito difícil de classificar a difamação. É uma espécie de terra de ninguém, entre dois contendores, na qual vencerá aquele que tiver melhores meios de argumentos e defesa.
Por aqui já se vê que o exercício de escrever gratuitamente, sem qualquer interesse pessoal, partidário, religioso, futebolístico, é muito perigoso. Só os loucos, chanfrados da cabeça, continuam.
Mas escrever é um vício...o que hei-de fazer?

2 comentários:

Jorge Neves disse...

Continue a escrever o que se passa na baixa da cidade.Fico satisfeito pelos jornais locais começarem agora a fazer referencia aos blogues onde se vão alimentar da informação, este trabalho em parceria é de louvar e de ser seguidos pelos outros orgãos de comunicação.

LUIS FERNANDES disse...

Obrigado, Jorge. Duas vezes obrigado pela sua grande colaboração e amizade. Você é um bom exemplo de cidadania, também.
Abraço e obrigado.