quarta-feira, 1 de setembro de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)




Anildo Motta deixou um novo comentário na sua mensagem "UMA IMAGEM POR ACASO...": 

Boa tarde senhores.
Em relação à imagem da banca de um vendedor ambulante que tenta assim como todos nós pessoas sensatas honestas e trabalhadoras, ganhar a vida, pagar as sua dívidas, e cuidar da segurança e conforto da sua família e ter direito à vida. 
Não condeno e nem aprovo a preocupação de certas pessoas que demonstram tanta preocupação. 
com aspecto visual da banca, mais, posso assegurar-lhes que quanto aos turistas aprovam e compram os produtos da mesma, caso contrário ela não estaria ali, garanto-vos.
Na minha humilde maneira de pensar, acredito que é tudo uma questão de "Tolerância".
A tolerância, entendida como respeito e consideração face à diferença, ou como uma disposição para admitir nos outros uma maneira de ser e de agir distinta da nossa, de aceitação de um pluralismo legítimo. É em todos os aspectos um valor de enorme importância. Estimular a tolerância, neste sentido, pode contribuir para resolver muitos conflitos e erradicar muitas violências. E como estes conflitos e violências são notícia frequente nos mais diversos âmbitos da vida social, isso leva-nos a pensar que a tolerância é um valor a promover, necessário e urgentemente.
Portanto, acredito que ao invés de apontar o dedo acusador a uma situação como essa, a pessoa que tanto se preocupa com a imagem visual da praça, poderia simplesmente "Conversar" com o responsável fazendo-o entender a importância desse factor estético neste país e tenho certeza que em respeito a cultura do qual ele passou a viver, irá certamente modificar ou melhorar o aspecto da mesma. Apontar o dedo, julgar e condenar, acredito sinceramente não serem as qualidades de um povo que transmite tanta hospitalidade e carinho para com os imigrantes como são os portugueses. 
" Tolerância e respeito pelas demais culturas é uma prova de sabedoria e inteligência de um povo civilizado.
Agradeço a oportunidade de apresentar uma opinião em defesa porque acho que todos possuem esse direito. Obrigado.
Cumprimentos.
Anildo Motta 



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NOTA DO EDITOR:


 Começo por lhe agradecer ter comentado e defendido a sua posição de vendedor, Anildo Motta. Fez muito bem e, fica a saber, que sempre que queira usar este espaço é só escrever para cá.
A seguir, em contraditório, vamos clarificar uns pontos:

1 –O amigo fala em tolerância. Ora “tolerância” para ser eficaz terá de ser um sentimento de duplo sentido. Isto é, vincula o tolerante mas compromete o tolerado. O que quero dizer com isto? Que se o amigo exige tolerância para o seu legítimo direito de vender, em contraposição, também terá de admitir que há indivíduos que discordam da forma como se apresenta o ponto de venda. E estas pessoas, igualmente como o senhor, têm todo esse legítimo direito de criticar;

2 –Uma coisa é os leitores e eu, inclusive, discordar com a forma como se apresentam as tendas em frente a um edifício do Século XII, outra coisa é admitir que o amigo Anildo, naturalmente e legitimamente tem todo o direito a poder trabalhar para alimentar a sua família. Este ponto não se discute, nem jamais se colocará em dúvida aqui neste blogue;

3 –O que se discorda –e isto é ponto assente, pode clicar aqui e ler a minha posição perante a venda ambulante- é o pouco apoio, ou melhor o desprezo que a autarquia vota os vendedores ambulantes há cerca de 20 anos para cá.
Se lhe parece que o blogue faz guerra aos vendedores como o senhor, desengane-se. O que se defende aqui são condições de dignidade para poder vender. É infame que a autarquia cobre taxas sem dar a mínima correspondência a que está obrigada. Isto é: atribuir uns quiosques decorativos que se insiram na paisagem urbana sem agredir como é o caso da sua tenda e as dos seus colegas. Sublinho que no meu entender, sincero, a culpa não é vossa. Cabe à entidade que licencia –neste caso a Câmara Municipal- estabelecer parâmetros de qualidade e fruição. Para isso mesmo recebe as vossas rendas.

4 –Quem critica, parece-me, nunca chamou aqui o facto de serem estrangeiros ou de etnias diferenciadas. Esse facto, para mim, não conta nada. Não tenho amigos no meio, mas obrigo-me a respeitá-los como merecem. Eu também trabalho e sei bem o que são agruras diárias para se vender, porque daí advém a forma de andarmos de cabeça erguida.
Da minha parte, escrevo, nunca falei consigo, ou outro colega, sobre este assunto porque entendo que é a autarquia que deve resolver o problema e não, pelo contrário, vocês, a expensas pessoais, desonerarem a edilidade desse encargo.
Muito obrigado, Anildo, e, mais uma vez, repito, volte sempre que quiser.
Abraço.

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Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "UMA IMAGEM POR ACASO...": 

 
Boa tarde Anildo, se me permite tratá-lo assim. Eu defendo a vossa presença na Praça do Comércio, aliás costumo falar bastantes vezes com o pessoal de lá e até tenho uma relação de amizade com alguns. Sei que se vendem lá é porque têm autorização e licença para tal. E mais: se as vossas tendas fazem "poluição" visual, a culpa é da falta de regulamentação da autarquia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não me acalenta nenhum sentimento persecutório contra os vendedores que infestam, é esse mesmo o termo, a nobre Praça do Comércio e a mais nobre ainda igreja de S. Tiago.
De resto não conheço nenhum, pois quando lá passo, não ando, fujo, pois pessoas dessas são - me transparentes como o vidro, nem para elas olho.
A questão também não é de tolerância como afirma o visado, pois á semelhança do inconsciente e incivilizado que passa á minha porta e deita uma lata de refrigerante para o chão, ou do condutor do motociclo que polui o ambiente em que vivo com o barulho do mesmo, eu sou tolerante com os mesmos, pois nada posso fazer, mas nada me impede, antes pelo contrário tudo me deve impelir a tal, de tentar melhorar o nosso mundo e apontar aquilo que manifestamente está mal segundo o critério do bom senso e da razoabilidade de alguém que se acha civilizado.
Simplesmente á semelhança de muitas situações nesta nossa sociedade selvagem, as pessoas hoje perderam valores e principios e já não se preocupam com aquilo que está bem ou mal.
Qualquer pessoa sensata que olhe para a fotografia de imediato conclui que independentemente desse senhor vender ou não, independentemente de necessitar de ganhar a vida e governar a familia, de imediato dizia eu, consegue concluir que aquele " estabelecimento comercial terceiromundista " mais próprio de um qualquer país da América do sul ( e volto a dizer que nem conheço o senhor ) é uma aberração e viola interesses públicos.
Eu por exemplo também necessito de ganhar a vida e os meus valores e principios de vida, impedem - me de, para tal, violar e agredir interesses individuais e colectivos.
Para ganhar a vida não vou por exemplo roubar alguém ou destruir património colectivo, isto porque sei que a minha esfera limite da liberdade, mesmo para ganhar a vida, obriga - me a parar quando ela contende com a esfera dos direitos de terceiros, sejam individuais sejam colectivos.
Toda esta " filosofia " para dizer o seguinte; o que esse senhor não tem e volto a frisar, não o conheço, é olhos na cara, ou seja, critérios de razoabilidade e bom senso para, mesmo antes de tomar a iniciativa de requerer a emissão da licença, concluir que a actividade que pretendia licenciar é uma aberração á natureza do local onde a pretende implantar.Não é necessário ser inteligente, basta olhar.
Quanto aos poderes públicos, já nem gasto mais o meu latim.É o comodismo total.Continuam a olhar para o lado como se nada fosse e o que lhes interessa é que ninguém os chateie, mesmo que a vida societária, por cuja qualidade devem zelar, se degrade todos os dias.
Termino dizendo o seguinte; se eu fosse poder público local, seja presidente da Câmara, junta de freguesia, policia municipal, ou de segurança publica, nem que não fizesse mais nada no mandato, mas não permitiria que vândalo algum de que especie seja, grafitasse a Igreja de S. Tiago, como actualmente se encontra.
É algo que me faz doer o coração.
Se os nossos antepassados que á custa de muito suor e lágrimas e talvez da própria vida, ergueram cada uma daquelas pedras, soubessem que nove séculos depois haveria de nascer um descendente seu que iria vandalizar o seu trabalho, provavelmente suicidár - se - iam de imediato para não terem esse desgosto.
Mas ó Srº Luis, sabe como é o nosso país; o presidente da Câmara vem dizer que não é competencia dele, mas antes do IPPAR, a policia de segurança diz que não pode ter um vigilante continuamente no local, a policia municipal informa que a sua competência é só aplicar multas, o presidente da junta ( curvo - me ao seu trabalho ) diz que não tem verbas e depois de todas estas justificações todos ficamos alegres e contentes e assim vamos emburrecendo animalmente!!!
Pobre país o nosso!!!
Eu tenho filhos e gostaria de poder transmitir aos meus descendentes o património herdado, seja histórico, axiológico ( relativo a valores morais ), etc. senão em melhor estado, pelo menos no mesmo que os meus antepassados mo deixaram.