segunda-feira, 13 de setembro de 2010

BAIXA: A TORTURA DAS FLORES





 São nove e pouco desta segunda-feira, inicio de mais uma semana no comércio da Baixa. Na Rua da Sota encontro o senhor Celso Baía, um comerciante daquela artéria, de balde na mão a regar as plantas nos grande vasos mandados colocar pela junta de freguesia de São Bartolomeu
Se estivéssemos em plena canícula de Agosto até poderíamos pensar que estava a apagar algum fogo. Isto, se levarmos em conta aquelas imagens repetidas na televisão do povo anónimo, em frenesim, a tentar trocar o passo às chamas junto às suas casas construídas a suor de palmo.
Reparo que nos vários receptáculos, ao longo do passeio, dois terços das plantas estão verdes e viçosas e um terço estão completamente secas, em frente à antiga RAF, um estabelecimento de artigos sanitários, agora encerrado –não se sabe se temporariamente ou definitivamente.
-Então diga-me lá, senhor Baía, este serviço de regar as plantas não deveria ser obrigação dos jardineiros da autarquia, como ali em cima? –interrogo e aponto o jardim em volta da estátua de António de Aguiar, onde, pelo barulho de um cortador de relva, se via e ouvia um horticultor a cuidar da entrada do Largo da Portagem.
-É verdade sim, mas aqui não regam as plantas porque não há um ponto de água…entende? Onde vão buscar a água? Desde que os recipientes para alegrar a rua foram aqui colocados pela junta de freguesia são os comerciantes que cuidam da sua saúde. Se assim não fosse, tenho a certeza, estariam iguais a essas em frente à Raf que encerrou no final de Agosto. Se todos se ocupassem a fazer a sua parte, garanto que não secariam. É claro que, sozinho não vou andar por aqui a fazer de jardineiro. Trato da minha parte, isto é, as que estão próximo ao meu estabelecimento”.
Escrevi na altura, em Novembro do ano passado, aqui, que a colocação destes ornamentos florísticos deram origem a um desentendimento entre Carlos Clemente e o Director para o Centro Histórico, Sidónio Simões.
Era necessário ouvir Carlos Clemente, presidente da junta de freguesia, sobre a falta de comparência dos jardineiros camarários naquela artéria -isto se a sua não presença for atribuída à falta de água-, uma vez que não fará sentido embelezar a Rua da Sota com vasos e plantas naturais e, depois, na continuidade, não se dar assistência às árvores.
Recalcitra Clemente: “eu já tinha reparado que os azevinhos estavam secos -não sei se a sua morte se deve à falta de água ou a doença. Vou informar os serviços de jardim da Câmara Municipal para, com alguma periodicidade, passarem a regar as plantas da Rua da Sota e do Largo das Ameias. A falta de água não pode ser invocada para o desleixo. Existem as bocas-de-incêndio lá na rua. Os serviços de jardinagem têm um camião-cisterna com mangueiras para este efeito.
Para além disso, saliento que o cuidado com as plantas, junto à nossa porta, deve ser de todos. É da autarquia, é da junta, é dos residentes, é dos comerciantes. As que se encontram no Largo do Romal, se eu não mandasse lá, de vez em quando, um funcionário da junta regá-las já teriam secado…”, enfatiza Carlos Clemente.

2 comentários:

Jorge Neves disse...

Não estou a defender ninguem, mas que o Clemente na maioria das vezes tem razão lá isso tem, chamem-lhe bruto, vaidoso, narcisista, chamem o que quizerem, mas que se mostra atento e vigilante disso ninguem duvide.

Anónimo disse...

É bonito e de louvar a acção destes municipes,que gostam de ter os espaços públicos de que usufruem limpos e agradáveis.Mas não deveria ser necessário,os nossos impostos e contribuições não deveriam ser só para pagar RSI's,podiam ser aplicados neste tipo de situações.Já para não referir as taxas e licenças para toldos e esplanadas que os comerciantes como o sr.Celso pagam!
Marco