quinta-feira, 19 de agosto de 2010

VER O SOL PARA ALÉM DA BRUMA (2)





 No texto “Ver o Sol para além da Bruma” não foi referido o nome do presidente da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, Armindo Gaspar. E não foi porquê? Interrogará o leitor?
É assim, como ressalva de valores, eu sou amigo do Armindo. Logo, como se deve calcular, procuro ponderar bem quando escrevo algo negativo. Já lhe dei muitos “coices” aqui no blogue. Umas vezes, se calhar, justos, outras vezes muito injustos. E por que reflicto muito antes de escrever? O meu amigo Armindo é um estóico –austero na virtude, insensível à dor, firmeza de ânimo, para opor aos males e agruras da vida. É um comerciante que veio lá de baixo, andou descalço, começou a trabalhar quase de biberão na boca –um percurso em tudo quase igual a mim.
Ora, sejamos honestos sem favor, o que faz -já desde a década de 1990, quando estivemos juntos na ACIC- o Armindo Gaspar? Desde 2004, é o presidente da APBC –quando foi criada esta agência de desenvolvimento para a Baixa, por ideia de Pina Prata, foi-lhe proposto o cargo. Ele aceitou o que outros recusaram. E tomou as suas rédeas quando ninguém acreditou neste projecto –eu fui um deles. De tal modo que sempre achei que o Armindo tinha recebido um “rebuçado envenenado”, e na altura, avisei-o. Alguém, através da sua ingenuidade e do seu esforço, procurava colher os louros. Apesar disso, goste-se ou não do seu posicionamento –eu sou um dos que nem sempre gosto e até temos “discussões” de acareação-, o Gaspar é uma pessoa boa. Está sempre disposto a ajudar o próximo. E isso é que conta. O que importa é o coração de cada um. O que prevalece é se estamos enrascados e, quando todos nos viram as costas, alguém, no mínimo nos ouve. Ora, tenho a certeza do que escrevo: o Armindo Gaspar é uma destas poucas pessoas, um diamante bruto, na aparência, mas com uma sensibilidade acima da média.
 O Armindo gosta de política? Ah pois gosta! E muito. É tão importante para ele andar a tratar de assuntos para a Baixa como para mim escrever. É igualzinho. Claro que cada um na sua barricada: ele faz obra, sujeitando-se à crítica; eu escrevo, pouco fazendo, mas criticando muito.
Penso que já deu para ver a minha dificuldade em garatujar sobre coisas que não concordo. Tenho o direito de malhar em quem, prejudicando a sua vida particular, sem ganhar nada –a não ser ódios mesquinhos e dores de barriga-, faz por ajudar outros? Penso que a resposta será quase unânime.
É evidente que ele, enquanto presidente de um organismo associativo, terá de se sujeitar às críticas alheias. Isto quer dizer que cada um deve dizer o que pensa. Até porque será através dessa massa crítica que, tantas vezes, se opta por caminhos mais de acordo com todos, incluindo dissidentes.
Estou a ficar mole? Se calhar...é o resultado da idade. Tenham lá paciência comigo.

Depois desta longa introdução, vamos ao assunto que deu origem aos comentários de desacordo de posicionamento de dois leitores.
Vou transcrever o que noticiava o Diário de Coimbra, e relativo às declarações de Armindo Gaspar:

“Partilhamos as ideias da senhora secretária de Estado. É notório que há menos criminalidade. Não tenho como provar que tem exclusivamente a ver com o sistema de videovigilância, mas acredito que sim”. (…) o responsável garantiu também que “ultimamente tem existido um crescimento do número de pessoas na Baixa. Somos visitados por muita gente, não só portugueses, mas sobretudo, neste período de férias, por estrangeiros”.

E acerca dos comentários, o que tem a dizer o presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra?

“Gostava muito que as pessoas, no mínimo fossem justas. É lógico que disse o que vinha no DC, mas disse mais…que não veio transcrito. Certamente, na liberdade de síntese que assiste o jornalista, este, entendeu colocar na peça o que era mais relevante. Mas uma coisa posso garantir: lamento a posição da PSP em continuar a não fazer um balanço da (in)segurança da Baixa. Ao resguardar-se neste mutismo, certamente sem o querer, na omissão, está a prejudicar o Centro Histórico. Se a situação se mantiver não justificou o avultado investimento de quase 200 mil euros nas câmaras de captação de imagens. Este comportamento da Polícia de segurança Pública, em não dar uma satisfação aos comerciantes, não tem a necessária e actual dignidade para o fim a que se destina”.

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Já é normal os jornais locais não escreverem o que se diz, ou omitir os pedidos de desculpas publicos que lhes são endereçados por outras entidades quando acusam alguem erradamente e depois reconhecem o erro, mas isso já lá vai.O amigo Armindo tem feito um excelente trabalho a frente da APBC, ISSO NINGUEM O PODE NEGAR,e nada recebe em troca por isso, tambem não deixa de ser uma verdade. Entendo as suas palavras na entrevista, é comerciante representa-os na APBC, MAS ESTÁ AMARRADO AO PODER POLITICO, por isso muitas das vezes tem um discurso politicamnte correcto, é facil de entender o porque, basta ver a constituição da APBC.
Claro que a PSP tem de se silenciar,pois o sistema de videovigilância funciona em partime, não existem dados para fazer a comparação.