terça-feira, 24 de agosto de 2010

CUIDADO COM O PARZINHO VIGARISTA





 Ontem, por volta do meio-dia, entrou um casal, homem e mulher, de meia idade, muito bem vestido, no quiosque da dona Helena, na Rua dos Oleiros. Segundo declarações da comerciante, “embora trajando informalmente, o homem vestia roupa de marca e todo ensaboado em perfume. Nos dedos poderiam ver-se vários anéis em ouro. A companheira, de estatura média, cabelo preto bem penteado, e igualmente toda bem aperaltada. Falavam um português amanhado numa leira localizada entre o Brasil e a Roménia”.
 “Entraram no meu pequeno estabelecimento -de venda de jornais, revistas, tabacos e posto de recepção da EDP- e, como estava muita gente a pagar contas –eu teria em caixa mais de 1000 euros em dinheiro e cheques-, eles, mantendo-se num canto, aguardaram que os clientes saíssem todos. Quando ficámos sós –estava eu e o meu sobrinho pequeno-, a mulher pediu-me para ver umas revistas sobre cozinha que estavam à entrada e fora de portas. Eu dirigi-me à revista e disse-lhe que tinha igual cá dentro. Foi então que me virei e vi o companheiro da fulana já dentro do balcão com uma mão cheia de notas e cheques que eu tinha acabado de receber de contas da electricidade. Não fui de meios, atirei-me a ele, agarrando-o na camisa, e comecei a gritar. Com a maior das calmas, o estafermo, voltou a colocar o dinheiro no sítio e ia proferindo: “não estou a entender você… não estar a entender. Mulher ser doida!”. E encaminharam-se para a porta de saída. Tive muita sorte, sabe? Acho que ganhei o dia. Não tenho a certeza, mas acho que ele tinha um ou dois dentes de ouro. Já viu isto? Fogo, o que mais nos irá acontecer?”-interroga-me a senhora Helena em pergunta de retórica.

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Como ficamos afinal? Na semana passada li num Jornal local que a criminalidade tinha baixado cerca de 20% salvo erro bem como o sentimento de segurança! Algo está mal, ou a Dona Helena tem o azar de ser assaltada duas ou tres vezes num espaço de um mês segundo me parece, ou alguem anda a mandar baixas de criminalidade cã para fora para ser politicamente correcto. Quem tem competencias para o fazer continua sem o fazer.