terça-feira, 20 de julho de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)





Daniel deixou um novo comentário na sua mensagem "QUANDO O ABSURDO SE DISFARÇA DE PRECAUÇÃO": 

Este problema na ponte-açude só vem dar mais razão a quem defende a construção da nova travessia do Mondego. Já é mais que sabido que a ponte-açude tem trânsito a mais (com um tráfego médio diário de 100 mil veículos) por isso é que é absolutamente necessária uma nova ponte apenas para o trânsito do IC2. Mas como os senhores da Plataforma do Choupal são contra a nova ponte, porque esta vai destruir meia dúzia de árvores, umas quantas silvas e mato, teremos que aguentar mais umas décadas com esta ponte cheia de problemas estruturais.
Até chegar o dia em que aconteça uma tragédia. 
Se este pilar está assim, como estarão os outros que foram construídos na mesma altura em com os mesmo materiais? 

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Marco deixou um novo comentário na sua mensagem "QUANDO O ABSURDO SE DISFARÇA DE PRECAUÇÃO": 

É verdade Daniel, acho bem que se defenda o património ambiental da cidade, mas sem radicalismos. Esses senhores da Plataforma não aceitam nenhuma opção. Existe uma proposta em que a travessia apenas passa numa extremidade da mata do Choupal, onde os danos quando comparados com as vantagens da nova ponte são mínimos.
Quanto ao pilar danificado é ridículo o excesso de zelo, basta olhar para os prédios devolutos da Baixa e comparar. O mais grave nesta situação são os milhares de utentes da CP prejudicados e nem um autocarro a fazer a ligação entre as estações puseram.
Marco. 

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João Braga deixou um novo comentário na sua mensagem "QUANDO O ABSURDO SE DISFARÇA DE PRECAUÇÃO": 

Faço meus os comentários anteriores no que consta à execução de uma nova ponte, imprescindível ao desenvolvimento da cidade. O mau-estado de conservação já aqui foi referido, deve-se ao excesso de trânsito comportado por aquela infra-estrutura. Para já, pede-se celeridade às entidades competentes no sentido de efectuar os reforços necessários àquele pilar e de urgentemente iniciar o projecto/execução da nova ponte antes que situações como esta, ou mais graves, venham a acontecer. 

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Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "QUANDO O ABSURDO SE DISFARÇA DE PRECAUÇÃO": 

Concordo quase na totalidade com o seu comentário, mas havendo a hipótese de não prejudicar o Choupal (está quase ao abandono, e a Plataforma do Choupal não deixa de ser um aproveitamento politico para se darem a conhecer, mas também não deixa de ter o seu mérito e a força do associativismo), defendo que não se deve fazer, mas se for essa a solução mais viável, força com a construção da nova ponte. Corremos sérios riscos de daqui a uns anos não existir alguma travessia no Mondego.
O desassoreamento do Mondego é outra questão me deixa preocupado, não sei se a retirada de grandes quantidades de areia não vai mexer com a segurança da estrada na margem esquerda e direita e mesmo com a estabilidade da Ponte de Santa Clara.

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NOTA DO EDITOR:

Começo por agradecer os três comentários. Em seguida, naturalmente respeitando os pontos de vista de cada um, sendo minimamente justo, tenho de escrever duas ou três coisas: ainda que não seja advogado de defesa da Plataforma do Choupal, tenho obrigação de argumentar em sua protecção.
Como ressalva de interesses, sou um apoiante expresso da Plataforma do Choupal na defesa da Mata Nacional do Choupal. Mais: sou um dos dez signatários que subscreveram a Acção Popular contra a construção prevista da nova travessia por cima das árvores.
Frequentei todas as reuniões da Plataforma até à proximidade das eleições últimas.
Depois desta emenda, ao que é invocado, vou responder por itens:

1-Não está provado que a ponte-açude tem trânsito a mais. Antes pelo contrário, a Plataforma, através de uma filmagem no local, provou que o actual tabuleiro é suficiente para esgotar a fluência viária actual e futura;

2-Tal como a Plataforma defende, eu, igualmente, estou de acordo que, em vez de se construir mais uma estrada ao lado da existente, em vez disso, deve-se reparar as estradas municipais e nacionais de modo a que o trânsito flua, cuidado que não existe –o estado a que chegou este pilar vem provar isso mesmo. Ainda há dias fiz uma viagem ao Porto pela nacional 1 e foi um martírio para lá chegar.
Quanto a mim, há uma obsessão compulsiva para construir mais estradas, mais estradas, como se esta obra, para além de prejudicar o ambiente, não hipotecasse o nosso futuro e o dos nossos vindouros;

3-A proposta de construção do novo IC2 não implicava o derrube de “meia dúzia de árvores, silvas e mato”, pelo contrário, seriam milhares e o ambiente de milhares de pássaros. Mas é preciso ver para além da bruma. O que está em causa é a defesa de uma Mata Nacional que todos os conimbricenses dizem gostar, mas que quando se trata de a agredir poucos se importam com isso –aliás, este comportamento é modelo na cidade.
Deve-se ter em atenção que a construção da ponte-açude, concluída em 1980, foi catastrófica não só para as várias espécies piscícolas –que obrigaram agora a construir uma escada de peixe-, mas, sobretudo para o Choupal;

4-Naturalmente não tenho nenhuma formação técnica na área de construção, mas não é difícil de ver que os problemas estruturais dos pilares que suportam o viaduto serão causados pelo abandono a que foram votados nos últimos 30 anos.
Não é preciso ser arquitecto para constatar que o resultado final desta obra com mais de três décadas, esteticamente, foi muito bem conseguido. Não fosse esta fúria construtiva que atravessa o país de lés-a-lés e dar-se-ia o devido valor a este projecto. Mas como o quer interessa a todos os autarcas locais, incluindo os de Coimbra, é derrubar para construir pior do que o que estava, pouco lhes importa se está ou não mal construído. É uma doença sem cura;

5-Devo dizer que não sou radical em nada, e muito menos em defesa do ambiente, mas o que constatei nas reuniões da Plataforma do Choupal foi um respeito intrínseco pelas questões ambientais. Aprendi a respeitar estas pessoas que, sacrificando o seu tempo, saltam a terreiro em defesa daquilo que consideram justo. Não me apercebi nunca de um radicalismo nas suas opiniões. O que vi foi uma profunda convicção de que estavam a lutar por um futuro ambiental melhor para os nossos filhos;

6-Posso garantir que a junção de várias pessoas, de várias sensibilidades políticas, desde a esquerda à direita até liberais –considerando-me eu assim-, nunca me pareceu ter em mente um aproveitamento político por parte da Plataforma do Choupal. Se assim era, porque razão não foram os seus mentores candidatos autárquicos nas últimas eleições?
É certo que a maioria dos seus membros e apoiantes serão conotados com a esquerda, mas, quanto a mim, isso é mais que natural. Quer se queira quer não, a esquerda é muito mais sensível às questões sociais e ambientais. Para mim é um facto indesmentível;

7-Ainda bem para a cidade de Coimbra que, do seio dos cidadãos, nascem movimentos como a Plataforma do Choupal. Esta acção dever-nos-ia encher de contentamento. Terá de ser o futuro dos meios colectivos. São eles o grito de revolta que sobressai num colectivismo amorfo, acomodado e egoísta. Em vez de os olharmos como extraterrestres, tenhamos todos inteligência para ver que estão a defender o que é nosso, dando a cara, prejudicando o seu tempo familiar e até gastando o seu próprio dinheiro em acções que deveriam ser comparticipadas pela maioria de cidadãos.
Mesmo que não sejam ovacionados por todos, convido a cidade a dar uma grande salva de palmas à Plataforma do Choupal!
Viva a Plataforma!

11 comentários:

Jorge Neves disse...

Amigo Luis, quando me refiro a aproveitamento politico, queria e quero dizer, que ele de uma forma mais ou menos light existiu e existe, nºao por todos mas por alguns. Passo a transcrever algumas frases que foram ditas a minha frente em varios quadrantes politicos e não politicos( não me estou a referir a partidos e movimentos politicos, mas sim a algumas pessoas). " Ó PÁ apareçe na Plantaforma é um bom meio de destaque para as eleições"," aproveita-mos e é dois em um" etc.
Tenho pena do choupal estar ao abandono, cheio de lixo. Defendo a nova travessia ou outra solução viavel, defendo que se for possivel não se deve "matar" area nenhuma do choupal, mas tambem defendo que não deve exister radicalismo de nenhumas das partes.
Muitas vezes andei ao banho no "Frigorifico", muitas cobras ribeirinhas apanhei nas margens do Choupal.

LUIS FERNANDES disse...

Olá Jorge. Não tem que dar explicações. Eu entendo, e não levo a mal. Cada um defende os seus pontos de vista-
Abraço.

Anónimo disse...

Luís,como sempre o sr. fundamenta e bem as suas opiniões.Mas em relação ao ponto 2 em que refere a possibilidade de reparar as vias existentes,discordo.É uma opção válida mas temporária,seria apenas adiar a nova travessia.No presente talvez resolvesse a situação,mas com o crescimento do parque automóvel e o previsivel desenvolvimento económico(esperemos) daqui a alguns anos estará de novo saturado o IC II actual.
No ponto 6 estou em total desacordo,para mim esta é uma das ideias instaladas que se tornaram verdades indesmentiveis,como diz.Se fôr realizada uma investigação aprofundada em relação ás iniciativas e ajudas sociais de alguns governos europeus,tendo em conta as suas conotações politicas de esquerda ou direita,vai-se ter uma surpresa.Basta referir as administrações do norte da europa,na sua maioria conotadas com a direita,são aquelas que têm as maiores preocupações e melhores sistemas de ajuda e segurança social,penso que isto é ponto assente.Mas é apenas a minha opinião.
Para concluir,concordo inteiramente com o Jorge Neves:existe um aproveitamento politico em muitas plataformas,comissões,associações e movimentos do pais.Estou a falar de um modo geral,porque em relação á plataforma do choupal não tenho,pessoalmente,qualquer motivo para o afirmar.Mas não posso duvidar das palavras do Jorge.Apesar de não o conhecer pessoalmente,tenho a certeza que não iria reproduzir afirmações como estas de ânimo leve,até porque me parece que ao fazê-lo não terá algum beneficio.Apenas está a comprovar a sua opinião com factos expressos por outros na sua presença.
Marco

Daniel disse...

Senhor Luís.
Não se pode concluir que a ponte não tem trânsito a mais, pelas filmagens que a plataforma do choupal fez. Porque, primeiro: as imagens tinham uma qualidade péssima e mal dava para perceber a quantidade de trânsito que lá passava, segundo: a filmagem não abrangia todas as entradas e saídas da ponte.
Basta ver que quando há um acidente na ponte do açude, o trânsito fica congestionado em metade da cidade, porque não é possível o trânsito fluir e não há alternativas. Relembro que a ponte do açude tem tráfego urbano e tráfego do IC2.
E quando digo que a ponte do açude tem um TMD (tráfego médio diário) superior a 100 mil veículos, estou a falar num valor real feito através de contagens realizadas pelas Estradas de Portugal. Uma filmagem amadora não permite concluir nada.

Sónia da Veiga disse...

VIVA A PLATAFORMA!!!

Porque, por todo o mundo e, concretamente, em Portugal, se vive apenas o momento presente, sem considerar o futuro dos nossos filhos, do nosso verdadeiro e único legado (tudo o resto se esvai, demore mais ou menos tempo a degradar-se...), e a Plataforma é a prova viva de que ainda existem excepções!

Que interessaria uma nova ponte se se reparasse a estrada do Choupal que, bem tratada, poderia ser alternativa para muitos?!?
Que interessaria uma nova ponte, se se desenvolvesse a rede de transportes públicos (com ou sem Metro), a bem da carteira do pessoal e do ambiente (ou acham que todos têm dinheiro para carros menos poluentes)?!?

Todos parecem pensar que o Parque Verde é verde que chegue para a população de uma cidade inteira...
Todos parecem pensar que ter umas "Docas" à lá Lisboa é o suficiente para satisfazer o desejo de "verde" da população inteira de Coimbra e dos seus inquilinos durante o ano lectivo...

Porque é que o dinheiro gasto em Outdoors a promover o Parque Verde não é gasto a requalificar o Choupal?
Porque é que a autarquia não dá mais valor a um espaço cheio de árvores em detrimento dum relvado que só serve para chupar água (e dinheiro que é nosso também)?
Porque é que as pessoas preferem um descampado em detrimento da cobertura dos choupos?

O futuro está em saber preservar o ambiente e, se ter essa consciência rotula alguém de "radical" ou "de esquerda", juntem mais uma à lista!!!

VIVA A PLATAFORMA!!!

Jorge Neves disse...

Caro Marco,obrigado por ter tocado no assunto, já agora aproveito para esclarecer dois ou tres pontos. Não faço parte da Plantaforma do Choupal,embora lhe reconheça um bom trabalho na defesa do choupal,começei aprender a não gostar de radicalismos. Não afirmei que ouve aproveitamento politico de algum partido, mas sim a intenção de algumas pessoas em aproveitarem a imagem excelente que a Plantaforma do Choupal tem, para poder aproveitar alguns "louros". Eu mesmofaço parte e fui fundador da AMA(ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO MONDEGO)que defendemos a construção da escada de peixe na Ponte do Açude, tivemos varias intervenções publicas e contactos com os deputados dos mais diversos partidos politicos, nunca me aproveitei disso em beneficio politico pessoal, embora tenha de afirmar que nesse ano, foi a melhor votação de sempre do PCP no concelho de Penacova. Quer a gente queira ou não, as coisas estão inter-ligadas.O povo reconhece a nivel local o empenho e as lutas dos Movimentos e Plantaformas.

Jorge Neves disse...

Não digo viva a Plantaforma, nem viva à nova travessia. Digo viva ao futuro de Coimbra sem radicalismo.
Viva o Choupal e viva Coimbra.

Jorge Neves disse...

Só para finalizar, nenhuma figura ilustre da Plantaforma, que eu saiba foi candidato a nada nas ultimas eleições, embora a Plantaforma tenha elementos de muitissima qualidade sejam de esquerda ou direita.

LUIS FERNANDES disse...

Aos homens que comentam este post com fervor nas suas opiniões, já sabem o que penso, continuem a comentar. Agradeço muito a vossa participação.
Como já tive ocasião de escrever, cada um tem a sua e é na discussão que sai a luz. Aqui expressam-se opiniões -que a todas respeito.
Obrigado a todos.

LUIS FERNANDES disse...

Para a minha princesa, desculpem lá, mas derreto-me todo. Até lhe estendo a passadeira vermelha. Bem sei que vocês me acusam de falta de equilíbrio no tratamento, mas eu quero lá saber disso? Eu fico sem palavras...pronto!
Façam o favor de abrir alas para passar a minha diva...homessa! Sejam cavalheiros, ao menos...

Sónia da Veiga disse...

Luís:
Escusa d'andar a estender a passadeira vermelha e a dar tratamento VIP aqui à je, que já lhe disse que a fábrica fechou e daqui não leva pretendente ao netinho!!! ;)

Mas já se nota no conteúdo e mesmo na maneira de escrever que está preocupado com o legado municipal, ambiental e social aí para o pequerrucho!!!
Acho muito bem!!! :D