terça-feira, 6 de julho de 2010

CRÓNICA DA SEMANA PASSADA...


(IMAGEM DA WEB)








 A semana passa a correr. Isto não pode continuar. Uma pessoa, mal dá por ela…pumba!, é logo Domingo! Ora isto está mal. É ou não é? Porra, a gente passa um terço da semana a dormir, outro terço a fazer que trabalha e o outro que falta para completar o bolo dos três terços, transpira a ver televisão e a comer. Isto é um autêntico desperdício, é ou não é? Pois claro que é!
 Depois, se ao menos houvesse qualquer coisa de jeito para uma pessoa se distrair, ainda vá que não vá! Mas nada, não se passa nada. Isto é mais chato que o Paraíso. Então cá  no rectângulo é sempre tudo igual. Fosca-se, uma pessoa precisa de emoções fortes para se desaplicar e nada!
 Lá foi eliminada a selecção Nacional, mas isso é notícia? Pois não, não é mesmo, desculpe lá. Se ainda ao menos tivessem mandado o Queiroz para o “ilhós”, pronto, vá lá, isso até era qualquer coisita, mas qual quê? Querem queimar o desgraçadinho do homem em lume brando. Fonix! Isso não se faz. Para além de ganhar mal ainda tem de aturar desaforo da cambada de ressabiados da alma nacional. Que culpa tem o homem que aquela chusma de mandriões não fizesse nada? Claro, mas também como é que eles podiam? Então se andavam a fazer filhos lá podiam jogar eles a bola com ardor? Mas ainda bem. Filhos de gente tão bem sucedida na vida só podem dar para o sucesso e pró-actividade cá do burgo. E o país precisa de vencedores, é ou não é? Estes gajos todos bem instalados na vida deviam começar a fornicar para aí a torto e a direito. Pois, a fazerem filhos com força e a toda a moca. Então não era isso que o Adolfo, aquele gajo da Germânia, queria através da Eugenia –não sei se se lembram, era assim um processo de melhoramento genético. Pensava-se, e continua-se a bater na mesma tecla, de que um astro-rei, inevitavelmente, através da procriação, só pode dar em sol brilhante. Naturalmente que um artolas como eu, fatalmente, só pode dar frutos mirrados e assim para o “parvóide”, não sei se estou a ser claro, se calhar não.
Ora, deixando o caminho da parvoeira, estava eu a escrever que não se passa nada por aqui. É tudo muito morno, assim do género do Presidente da República, nem lá vai nem faz nada de jeito. Por acaso também tem azar porque não foi ao funeral do Saramago e agora, como castigo divino, para onde quer que vá, está sempre a levar na tola. “É Saramago para aqui, foi um grande comunista para acolá. Um escritor do mundo global por outre lá”. Foi o que se passou agora em Cabo Verde. Eu seja ceguinho se não tenho pena do camarada, aliás companheiro, presidente. Acho que isto é demais. Isto só pode ser coisa de vingança e vinda lá de cima dos anjinhos.
Mas aqui, na nossa aldeia de Coimbra, é a mesma coisa, não se nota um clarão de relâmpago que abane a torre da Universidade. Nada. Lá está firme e hirta. É a suspensão do Metro Ligeiro de Superfície, mas isso também não é notícia. Aliás, desculpem lá, que já nem sei porque peguei neste assunto. Dizem por aqui, as más-línguas, é claro, que Lisboa caga e mija nesta cidade, mas, também não vejo nada de especial nisso. É uma questão de bom senso, é ou não é? Ora ajudem-me no raciocínio: uma pessoa tem um quintal, assim em forma de rectângulo, não sei se estão a seguir-me, precisa de construir uma uma casa-de-banho para servir quem lá está, diga-me lá, não será no centro que vai construir a casa de evacuações? É claro. É tudo uma questão de racionalidade de custos. Então uma pessoa anda em trânsito, vem lá de cima de Bragança para baixo, tem uma aflição nos intestinos, é mais que lógico que pára em Coimbra para descarregar. Mas quem é que faz ver a esta gente que isto é tudo uma questão de controlo de custos? Qual quê? São uns néscios!
Depois ainda atiram umas bojardas, a dizerem que estes políticos todos de agora, os que estão no Governo e os que para lá estão a deitar o olho, que estudaram todos na Universidade de Coimbra, vão para a Capital e depois nunca mais se lembram de quem os acolheu cá. Mas isto é uma tese de jeito? Claro que não. Quando eles saíram de cá, coitadinhos, calculo, iam cheios de complexos de todos os géneros. Foi a polícia que lhes bateu –ainda me lembro, eu vi, seja ceguinho destes dois que a terra há-de comer, se não é verdade, foi em 1969. Nessa altura, toda a gente por aqui, para os insultar, mal punham uma capa negra por cima, começavam a chamar-lhes “sinhor dótor” ou “sinhor Enginheiro”. Ora, sejamos honestos, isto é muito grave, perante vitupérios destes, quem é que esquece? É o mesmo que lhes estarem a chamarem asnos, bestas-quadradas, é ou não é? E mais: a própria cultura da cidade também era ultrajante para quem chegava de novo. Obrigava à rebaldaria e às noitadas, a beberem umas copadas, e a cantarem o fado. Eram “tainadas” todos os dias! É mais que lógico que uma pessoa não esquece. Isto são marcas profundas e para toda a vida. Agora queixam-se…aliás, não sabem fazer outra coisa…

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