terça-feira, 6 de abril de 2010

COMÉRCIO INDEPENDENTE: UMA ESPÉCIE EM VIA DE INSTINÇÃO?






 A ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, e a APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, e um grupo de comerciantes independentes –isto é, não associados nestas entidades- vão, na próxima Sexta-feira, pelas 20 horas, realizar um jantar, no Restaurante do Jardim da Manga, para debater a actual situação que é vivida pelo comércio de rua.
Segundo Armindo Gaspar, presidente da APBC, “estamos a fazer tudo para mobilizar todos os comerciantes, sejam associados ou não da ACIC ou APBC, para, juntos, tendo em conta as dificuldades de cada um, tomarmos providências futuras. Estamos a viver um momento gravíssimo e, perante o que se está a passar, não poderíamos ficar de braços cruzados. Claro que sem a participação efectiva dos colegas pouco poderemos fazer.
Felizmente, é com muita surpresa que verificamos que as inscrições estão a surgir em massa. Isto quer dizer que, ao que parece, tudo indica que os colegas tomaram consciência que ou se unem ou morrem sem pompa, sem história e sem glória!”, enfatiza Armindo Gaspar.
Arménio Henriques, presidente do Sector Comercial da ACIC, perante a pergunta, o que esperas que vá sair deste jantar, respondeu: “não posso responder sobre cenários futuros. O que sair deste jantar terá de ser a intrínseca vontade dos comerciantes. Eles é que irão dizer o que querem fazer. Se querem morrer de pasmo, sem moverem uma palha, ou, pelo contrário, estarão na disposição de arregaçar as mangas e, conjuntamente com o poder político, local e nacional, podermos trabalhar todos juntos para salvar os que restam. Embora saiba que a adesão a esta iniciativa está a extrapolar as nossas melhores expectativas, estou à espera para ver o que querem verdadeiramente os homens do comércio.
O momento que vivemos é de extrema aflição. Andamos há anos a batalhar no mesmo. Parece que ninguém nos ouve. Mais uma vez vamos tentar abanar estas pessoas, nossos colegas, para que se cairmos, devemos fazê-lo com dignidade, indo à luta, procurando soluções e contribuindo para que o Centro histórico, nomeadamente a nossa Baixa, não desapareça. É a nossa vida que está em causa. É a memória dos nossos antepassados. É o coração da cidade que está moribundo e a precisar de um “pace maker”. Todos, consumidores e comerciantes –embora a responsabilidade da acção caiba a estes últimos-, não podem deixar morrer o nosso Centro Histórico!”, desafia Arménio Henriques.
Estou plenamente de acordo. Você que é comerciante e está a ler este texto, deixe-se de desculpas, desde aquelas esfarrapadas do costume, que tem os anos do neto, do filho ou do gato. Se morrermos todos, por nada fazermos, é melhor? É isso que você quer? Vamos lá Sexta-feira ao Jardim da Manga, seu “deixa arder que o meu pai é bombeiro”! O preço, por pessoa, é de 8 euros. Posso garantir-lhe que se come muito bem neste restaurante. É um mimo. Estive lá há duas  semanas atrás e fiquei banzado. A partir daí, tem sido um problema para convencer o meu estômago a comer todos os dias uma sandezita ao almoço.
Pode contactar a ACIC, através de Sílvia Tarrafa, pelos telefones 239852480; 963972473; 916613680. Ou então, se você não gosta de falar ao telefone, pelo menos apareça no Restaurante Jardim da manga, na Sexta-feira, pelas 20 horas. Claro que se não avisar que vai, corre o risco de não jantar…mas, olhando bem para a sua barriga, também não precisa muito de comer…

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