sexta-feira, 26 de março de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)




SDaVeiga deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)":



Para um dos Anónimos:
Os centros comerciais têm sucesso porque são um local em que podemos estar sozinhos, mesmo que rodeados de montes de gente, em que passamos pelo vizinho da frente sem sequer reparar nele porque já ninguém se dá ao trabalho de reparar em ninguém...
Se alguém abrisse na Baixa um clube da moda e iniciasse um "Bairro Alto" ou "Ribeira" à moda de Coimbra, os cafés receberiam mais gente, as lojas teriam mais razão para ter montras acesas e, quiçá, ter horários mais alargados!
Mas o pessoal está comodista e solitário: só não entra em casa com o carro porque não dá, só não anda na Baixa porque não há passadeiras rolantes, só não visita o segundo andar/cave das lojas porque não há elevador, só não vai à Baixa às compras porque não está tudo exposto e ter que perguntar alguma coisa ao lojista já é "demodé"!!!
E não é só a chuva que afasta as pessoas, porque os Fóruns originais (por exemplo, Aveiro e Faro) são abertos, uma espécie de ruas da Baixa com tecto e só esta terra para fazer o primeiro fechado, completamente tapado!!!
Os comerciantes só podem fazer algo para atrair pessoas (patrocinar actividades, ter maior horário, etc.), se houver demanda disso porque, quer se queira quer não, a carga fiscal é demasiado elevada para fazer coisas que não impliquem um retorno financeiro imediato. As pessoas esquecem-se que as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) é que sofrem mais com a política económica deste país e, por isso mesmo, o espaço dos centros comerciais, pago a peso d'ouro, é maioritariamente ocupado por empresas de franchising ou multinacionais, que deixam de abrir ou fecham mesmo as lojas noutro sítio para abrirem nos ditos cujos (exemplo da Pré-Natal da Fernão de Magalhães e da Casa à beira da Segurança Social).
Esta é uma situação de ovo ou galinha mas, infelizmente, se o mexilhão não passar tempo nem gastar dinheiro num local, a desertificação começa, a insegurança instala-se e, rapidamente, tudo fica deserto.
O medo é um bicho negro, mas a indiferença e o tapar o Sol com a peneira, culpando os resistentes de provocarem o abandono, são simplesmente piores!!!

3 comentários:

Anónimo disse...

A desertificação e o seu envelhecimento.

Coimbra tem um grave problema de gestão do espaço público. Para a sua resolução apresento duas soluções: A gestão privada do espaço público e a descentralização do poder do município, distribuindo mais competências pelas freguesia da cidade. Todos já vimos praças, pracetas e largos, jardins, ruas e becos, logradouros e espaços esconsos que mais não são que um conglomerado de lixo, votados ao abandono. A sua reabilitação não é uma prioridade da câmara porque o dinheiro não abunda e o seu arranjo apenas beneficia as poucas pessoas que tirariam proveito desse espaço. A maioria vê-os quando passa por eles, mas nunca pára, nem se interessa, porque não vive nas redondezas. O espaço pode ser público, mas não é delas.
É, pois, essencial que os habitantes de Coimbra possam cuidar dos espaços públicos, beneficiando com o seu uso exclusivo. Uma rua, largo ou praceta da nossa Cidade, frequentada apenas por quem lá mora, pode perfeitamente ser deixada ao cuidado dos moradores da zona, permitindo-lhes a sua utilização exclusiva, como forma de premiar o seu esforço e entrega. Esta solução é bem melhor que deixar abandonados os jardins, fontanários, pelourinhos que, por isso mesmo, não são utilizados por ninguém. Nem por moradores, nem por qualquer outro habitante da cidade.
A adopção desta política não só permitirá a reabilitação destes locais, sem custo da autarquia, que não tem meios para o fazer, como aproveita o sentido cívico dos cidadãos de que os políticos tanto falam, mas pelo qual pouco fazem e com o qual pouco contam.
Por fim, seria a atribuição às freguesias de muitas das competências que pertencem ao município. Esta descentralização implicaria o redimensionamento das freguesias de Coimbra que passariam a ser bastante menos que as actuais. Desta forma, todos os poderes que, de acordo com a actual lei, podem ser delegados pela câmara às freguesias passariam a ser da exclusiva responsabilidade destas últimas. Outras competências, como as deliberações sobre o estacionamento de veículos, e que hoje não são delegáveis, poderiam passar a ser também atribuídas directamente às freguesias. O dilema que é o estacionamento em Coimbra, em particular na Baixa, seria resolvido.
Em Coimbra não se justifica a existência de freguesias apenas para a passagem de certificados e demais papelada. A elevada concentração populacional e os problemas inerentes a uma vida na grande cidade, implicam freguesias mais participativas e com maior capacidade decisão.
O que se proponho é uma forte redução do número de freguesias, que aconteceria através da fusão de muitas das existentes e atribuição de diferentes competências de maior dimensão, com mais poderes e com titulares eleitos todos os 4 anos, a descentralização do poder municipal seria uma realidade e a burocracia reinante no município não seria tão esmagadora.

Jorge Neves
Independente no Bloco de Esquerda
Assembleia Freguesia São Bartolomeu

Sónia da Veiga disse...

Luís:
Quando escevi o comentário, estava tão entusiasmada que cometi uma grandessíssima gafe gramatical que, graças ao redactor atento do blog, foi corrigida.
Mas nunca pensei que fosse um comentário digno da sua publicação...
Muito grata por considerar a minha modesta opinião digna de nota!!!

P.S.: Eu bem digo que estou mais "interventiva" por sua causa!!! ;)

LUIS FERNANDES disse...

Eu é que agradeço a sua pachorra em ler os meus disparates.
Quanto às "gafes"...amiga, nem lhe conto os abortos que às vezes escrevo. Tenho sempre de ir ler passados 15 minutos, para, a frio, então me aperceber dos absurdos que escrevi e mesmo assim nunca os retiro todos. Alguns, como monumentos à minha ignorância, para lá jazem eternamente. Não se preocupe. Tenho a certeza que não haverá ninguém que não dê erros ortográficos...mesmo até os grandes escritores.
Um grande abraço.
Não preciso de lhe dizer que as portas do meu humilde "jornaleco de caserna" estão sempre abertas.
Luís