quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O REGRESSO DO GERALDO






 Se repararem, a Baixa anda triste. Talvez pela ambiência outonal ou não, a verdade é que a tristeza das ruas é palpável a olho nu. Não se vêem artistas de rua. Nem músicos, nem malabaristas, nada. Parece que foi tudo atrás das andorinhas para outras paragens.
É assim que hoje ao encontrar o Geraldo, o “tenor”, a cantarolar pelas ruas do centro histórico, fiquei contente. Já
aqui falei dele por várias vezes. Este homem, com uma leve disfunção psíquica, tem um vozeirão que quase pára um autocarro. Habitualmente, traz um legume para fazer de microfone. Pode ser uma cenoura, um pepino ou outro qualquer. É um "homem-banda" num personagem só. Começa por afinar o som: “alô…alô? Um, dois, três…experiências!”. Depois começa pelos instrumentos –soprados pelos lábios- e a seguir com a sua portentosa voz de tenor.
Como já há muitos meses que o não vejo por aqui, disse-me que esteve a trabalhar em Espanha, nas vindimas. Não sei se é verdade ou não, mas isso importa para alguma coisa?

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