sábado, 26 de setembro de 2009

EDITORIAL: HOJE É DIA DE REFLEXÃO





A Comissão Nacional de Eleições veio ontem lembrar que é proibida a realização de qualquer actividade de propaganda eleitoral nos dias de hoje e amanhã, independentemente de se dirigir ou não às eleições legislativas.
Também aqui, apesar de ser um humilde meio de informação, em “caixa-alta”, não se postará qualquer comentário que vise influenciar o voto em qualquer partido.
Tenho tentado não me colar à ideologia de qualquer força partidária. Todas. Sejam grandes, médias, pequenas ou micro, me merecem o maior respeito. Por isso, no que escrevo, tenho tentado manter uma independência necessária. Critico ou louvo desde o CDS/PP, passando pelo PSD e PS, até ao Bloco de Esquerda ou PCP. Dos micro-partidos falarei menos, não intencionalmente, mas porque, em boa verdade, há menos informação. Quando entendo algo de relevante, escrevo.
Isto para dizer, com toda a sinceridade, que tendo eu um meio de informação que pretende ser generalista –ainda que seja ínfimo, diariamente tenho cerca de 200 visitas- jamais seria capaz de recomendar o voto em qualquer partido ou coligação. É evidente que não levarei a mal –isso é que era bom!- a quem faz o contrário, isto é, defende o seu partido acerrimamente com unhas e dentes o voto na força partidária que se sente próximo. Em boa verdade, nem me custa muito proceder assim. Com toda a convicção, não me sinto próximo de nenhum partido que preenchem o nosso universo eleitoral. Ideologicamente, sei bem onde me coloco, mas partidariamente não. Felizes daqueles que com fé, sem dúvidas introspectivas, votam nos partidos que defendem.
Devo ser um caso estranho. Não gosto de futebol. Não tenho religião, mono ou politeísta. Costumo dizer que sou agnóstico –se calhar uma forma que me dá jeito, defendendo a impossibilidade de alcançar o conhecimento sobre a origem da vida. Mas, não tenho dúvida, tenho outras “religiões” –outros “re ligar”- em que acredito. Sem dúvida que as considero materialistas. Acho que tudo começa e acaba aqui. Na Terra nascemos, vivemos e morremos. Cá fazemos os erros, cá pagamos por isso. Acredito que se praticarmos o bem, como nuvem de vapor que se multiplica, gera uma espécie de corrente contínua-positiva, e estamos a contribuir para que outros, através do exemplo –comportamento gera comportamento-, também se tornem melhores humanos.
Naturalmente que existem muitos mistérios que não tenho explicação. Mas, para além da natureza, não acredito em nenhuma força superior que transcenda o próprio homem. Acredito que somos uma raça em evolução contínua. Acredito que, mesmo andando em ziguezague, em avanços e recuos, mesmo em guerras de grandes conflitos mundiais, a humanidade acaba sempre por encontrar o melhor caminho. Isto é, depois do breu do genocídio, acabará por surgir a luz da paz. Acredito que a solução, que parece irresolúvel para esta geração, inevitavelmente, residirá sempre na geração seguinte.
Tenho a certeza que, apesar desta descrença nos políticos que nos governam e os que almejam chegar lá, a solução sócio-económica que nos atormenta, de patamar-em-patamar, surgirá e terá de ser através da política. Não há outro modo. Não acredito em sociedades centralizadas. Acredito na economia de mercado, mas em que o Estado não perca a sua função de regulador. Apesar de sempre ter que haver ricos, remediados e pobres, tenho a certeza que, através de uma boa política dos governos, será possível diluir as assimetrias entre as classes mais desfavorecidas e os mais ricos. Cabe ao Estado ser um bom gestor de fortunas, não, pelo contrário, ser “o tio da América” dos excluídos da sorte. O Estado não deve dar nada, sem exigir contrapartidas. E aqui refiro mesmo os serviços básicos, como educação e saúde. Todos, mas todos, devem contribuir para o engrandecimento do país. Não pode uma maioria (activos) esfalfar-se a trabalhar para que uma minoria nada produza e apenas consuma o esforço de sangue da maioria.
Nas décadas que se avizinham esta política do Estado-Providência vai dar uma volta de 360 graus, acredito. Caso contrário o país entra mesmo em bancarrota.
E qual será o meio para alcançar as necessárias alterações que cada um de nós ambiciona? Através do voto. Não há outro meio. Ficar em casa, não indo votar, ou ir e votar em branco, creio, é colocar-se de lado, lavar as mãos, deixar aos outros a responsabilidade de escolher o futuro de Portugal.
Por isso, vá amanhã votar. Faça isso. Estou convencido que sempre custa menos que ler um texto longo como este que acabei de escrever.
Obrigado por fazer o favor de me ler. Um grande abraço.

1 comentário:

Anónimo disse...

De facto hoje é dia de reflexão.
Os Portugueses devem votar para bem de Portugal.
Já agora, li num Jornal da nossa Cidade, um incidente com o Presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu e o Director do Centro Histórico da C.M.C..
Permita-me que lhe diga, que o Presidente da Junta, tem razão quando afirmou "Se eu fosse de outra côr politica, você não fazia isto".Penso mais ou menos que foi isto. Razão do Presidente da Junta. Sabe porquê ?
Esse Director é candidato Autárquico pelo CDS no concelho da Anadia. E esta hem!!!
Agradeço-lhe que aceite este comentário, porque é importante Coimbra saber que gente nos rodeia.